Melinda compreende a situação, e indaga :
-Mas a senhorita ainda está em idade de casar, não seja tão radical e pessimista!
-Ocorre , professora, que não vislumbro um futuro no qual eu tenha que estar abaixo das botas de um homem que não é tão inteligente quanto eu.
-Mas existem homens inteligentes e capazes que fariam um ótimo par com a senhorita.
-Mas nunca vi, por enquanto disfruto de minha liberdade. Vestida assim , posso ir onde eu quero e quando quero.
-A senhora é uma Lady Peculiar, trocando cheiro de rosas e chás de jasmim, por Uísque e cheiro de charuto.
-Professora, eu só não quero abrir os olhos um dia e estar cheia de arrependimentos, vivendo uma vida que não me traz felicidade.
-Eu imagino... ultimamente me encontro assim, fui ambiciosa demais e a vida deu um jeito de me colocar no meu lugar.
-Como assim? Não me diga que o encontrou? O Rapaz do navio.
-O encontrei sim.
-E como foi ? Conte-me tudo.
-Foi lindo...Intenso... e dói (Melinda se põe a chorar)
-Não fique assim, o que aconteceu ?
-Ele vai casar com alguém que é adequada a ele...
-Eu sinto muito...Venha embora comigo , vamos para a residência dos meus pais, eles amam você, nós amamos você!
-Eu não posso simplesmente fugir de novo.
-A casa dos seus pais ainda está lá, esperando por você. Faça memórias novas apesar deles terem partido.
-Marie! Eu agradeço, mas eu estou sempre fugindo, saí das terras de vocês por não saber lidar com a perda dos meus pais e agora vou fugir de Osbourne Village por não ser correspondida. Eu não posso... tenho que enfrentar.
-Professora... As vezes , fugir também é um ato de coragem... Estarei no hotel Danton , caso mude de ideia, Century Hill estará sempre de braços abertos para você.
Anne Marie continua consolando Melinda, não muito distante dali, Henry chora em seu quarto por ser obrigado a fazer o certo para salvar sua família e não a seguir seu coração. E para não piorar a situação, por não encontrar palavras, decidiu não explicar a situação para sua amada esperando que a mesma entendesse a razão de não poderem viver o amor que lhes é devido.
Após horas de choro, Henry guarda a relíquia de sua família no bolso e parte em direção a residência de sua prometida, ele iria pedir a mão de uma mulher, uma mulher que não era a Melinda. E assim o fez, designou um jantar com todos os familiares de sua noiva e com a família Osbourne para formalizar o compromisso.
A manhã do jantar foi tranquila, tudo em seu devido lugar, as trigêmeas estavam juntas novamente e alegremente vestiam-se e brincavam como antigamente. Na mansão Osborne ninguém sabia o Real motivo do evento familiar, Apenas Célia e Henry.
A noite caiu, os convidados chegaram e o jantar iniciou-se. Melinda sentou-se ao lado de Célia, não fitou os olhos de ninguém, apenas os de Henry quando este levantou-se anunciando que estava noivo, naquele momento , os olhares se encontraram e algo rompeu entre os dois, quem sabe foi o fio vermelho do destino que os uniu , e que agora os separaria. E por mais incrível que pareça, Melinda não chorou. As trigêmeas agitaram-se , mas nada arguiram , foi o silêncio invisível mais tátil de todos.
O jantar findou, os convidados partiram e Melinda decidiu arrumar as malas e aceitar a proposta de Anne Marrie, a tutora aguardou o mais tardar da noite, tinha esperança que henry apareceria, esperou até a aurora, quando partiu sem olhar pra trás .
30 minutos depois, Henry bate à porta de Melinda ,sem reposta, abre a porta e depara-se com um quarto vazio e uma carta, ela havia ido embora. Henry corre escada abaixo e sobe em seu cavalo em direção a estação de Trem, mas ao chegar não a encontra e conclui que ela havia embarcado no trem que havia recém partido. Ela havia ido embora, e ele nunca havia lhe explicado nada.
Dentro do Trem, Lady Anne Marie e melinda seguem para sua nova vida.
Ao Chegar em Century Hill, Melinda é surpreendida pelos abraços carinhosos de Lady Charlote e sir Jonas, pais de Anne.
-Nossa segunda filha voltou, agora vamos fazer o certo , Vamos adota-la formalmente.
Melinda começava sua nova vida como uma nobre .
