Capítulo 2

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Acordo por volta das dez da manhã, droga, está tarde para o café da manhã do hotel. Me arrumo e decido comer na rua mesmo, ainda não estou com fome, então vou visitar alguns pontos turísticos do "Guia especial da Maria" e a hora que a fome chegar, eu como alguma coisa.

Começo pelo Aegean Maritime Museum que foi fundado em 1985, com a intenção de mostrar, reunir, estudar e promover, a história e tradição marítima da Grécia. A cada sessão que visitava, podia me sentir em cada século das histórias contadas nelas, são sessões e corredores enormes que contam dezenove séculos de história, das mais alegres às mais tristes, de sucessos à fracassos, mas acima de tudo, isso me mostrou que no fim, todas as vezes que falharam, que caíram, eles se levantaram ainda mais fortes e preparados.

Dentro disso, algumas coisas me chamaram a atenção, uma delas foram os vasos que usavam para guardar e envelhecer vinhos e bebidas que levavam a bordo. Todos desenhados ou entalhados, contando alguma história ou apenas ornamentos de enfeite. Teve uma sessão, um vaso, em específico, que me chamou mais a atenção, com apenas alguns entalhos nele, simples, mas bonito, algumas falhas no casco mostram que ele era tão antigo quanto se podia dizer na placa que o acompanhava, sua cor de barro batido e seu formato comum para a época, levemente pontudo e menor embaixo, aumentando seu diâmetro no centro do vaso e diminuindo chegando ao topo, sendo acompanhado por duas hastes, uma em cada lado, com o bocal pequeno e que muito provavelmente levava uma rolha de tamanho proporcional. Não sei explicar, mas me chamou a atenção.

Em outra sessão, na área externa, o famoso relógio de sol se encontrava no centro do pátio, marcando exatamente treze horas da tarde. Sua cor era de um azul batido, uma pedra um tanto quanto diferente das que eu já havia visto. Se observar com mais atenção, até que combina com a Grécia.

A fome se faz presente e sigo para um café que vi perto daqui. Não queria almoçar, seria algo pesado demais para quem ainda tem muito para visitar.

Ando pelas ruas estreitas com casas extremamente brancas e azuis me acompanhando em cada passo. Ate que vejo a cafeteria e entro na mesma, de primeira vista vejo que é pequena, simples e bem caseira, pois tem poucas mesas, um balcão médio e uns três funcionários apenas. Me direciono ao balcão para fazer meu pedido e um senhor que aparentava uns cinquenta anos se aproxima

-καλό απόγευμα – diz ele e eu faço cara de confusa, falando em inglês

-Desculpe, não falo grego

-Oh, me desculpe – ele diz simpático – boa tarde, senhorita – ele diz sorrindo

-Boa tarde – digo sorrindo igualmente

-Em que posso ajuda-la? – pergunta ele

-Bom, gostaria de comer alguma coisa, mas ainda não sei o quê – digo rindo

-Posso lhe indicar os famosos ovos mexidos da casa? Opção simples, que sustenta, mas com um toque especial da minha família que atravessa gerações.

-Me chamou a atenção – respondo rindo – gostaria dos ovos da casa e para beber... – digo olhando o cardápio e algo me chama a atenção – o que é Café com Ouzo? – pergunto

-É um café com uma bebida clássica grega, tem sabor de anis e uma concentração alta de álcool.

-Gostaria de experimentar esse, por favor.

-Sim, senhorita – ele diz e começa a preparar meu pedido. De onde estou sentada posso ver uma parte da cozinha, pequena e rústica, mas bem ajeitada e organizada

-Posso ver que é observadora – diz ele me entregando meu pedido, os ovos e o café.

-Na verdade, eu sou confeiteira e barista, por isso cozinhas me chamam a atenção – respondo dando uma garfada nos ovos mexidos e devo dizer, é dos deuses. Tem um toque agridoce e de alguma especiaria que ainda não reconheci

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