vinte - gwen

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OS dois eram um caso perdido. Aos dezoito anos de idade, citavam frases decoradas de leituras passadas e declaravam amor na beira do lago. Trocavam beijos, cigarros e buscavam um sentido para vida, esta que talvez nunca tenha um sentido exato.

Melancólicos demais para apenas dois jovens desfrutando o mais belo e inocente ato de se entregar a alguém. O mundo precisa disso, de pessoas dispostas a serem inteiras mesmo estando quebradas.

Não foi dito "Eu te amo." Não precisavam.
Era óbvio.
Era para ser.

E quando é para ser, todos sabem.

O universo faz encontrar.

Gwen e Alex passaram o resto da noite dentro do rio, a água gelada os fazendo tremer para lembrar que não era um sonho. Alex beijou o rosto dela, afagou o cabelo molhado que grudava na pele.

Ela estava feliz, tinha alguém ao seu lado que não queria se encontrar com a Gwen reclusa e pequena que esperavam que ela fosse. Alex nunca se quer conheceu esse lado dela. A garota simplesmente era, e ele estava ali para olhá-la com tanta ternura e admiração que chegava a parecer impossível.

Gwen se sentou na beira do rio, os pés dentro da água balançavam em uma ação inconsciente. Ela pegou o casaco de Alex para se secar, assim como ele sugeriu, tirou a blusa encharcada e torceu o tecido para que a água saísse, de volta para o rio.

De fora, ela observava enquando o garoto continuava na água. A blusa colada contra o corpo e o cabelo molhado pingando em seu rosto, Gwen sorriu. Os olhos verdes encaravam o céu, em adoração a Deusa Lua que lia a história dos dois lá de cima.

Uma pequena história de amor, daquelas que se escreve em cada canto do mundo e ninguém nem se esforça para notar. A vida é um grande livro de contos escondidos nas cidades do interior, nos bairros afastados e também nos grandes centros.

Ela chutou a água, pingos caíram como chuva no rosto de Alex, que saiu do seu mundinho silêncioso dentro do rio e olhou para ela. Jogou água gelada nela também, indo em sua direção.

- Alex, acabei de me secar! - Resmungou.

- Caramba, desculpe. - Ele chegou mais perto, e um abraço gelado fez com que a garota se molhasse toda outra vez. - Não era minha intenção.

Gwen começou a rir e reclamar ao mesmo tempo em que o abraçava com mais força, fingindo se importar com a água fria tocando seu corpo.

- Idiota, estou morrendo de frio.

Ela disse ao tirar o cabelo de Alex que grudava no rosto, para que pudesse ver seus olhos.

- Deixa eu esquentar você. - Ele falou, segurando o riso, não conseguindo se levar a sério antes de encher o fundo do pescoço dela com beijos.

Alex puxou a cintura da garota para mais perto dele, as pernas que já estavam submersas na água se afundaram um pouco mais, próximo as coxas. Congelando sua pele. Gwen quase se arrependeu a própria ideia brilhante de tê-lo arrastado para pular no rio.

Mas os beijos de Alex sempre esquentavam seu sangue, delicados e intensos. Como ela amava a sensação de sentir o corpo pesado contra ela. Se agarrando no garoto como sempre fazia, com a paixão que crescia dentro do peito.

Sua respiração pesou quando ele mordeu a pele da clavícula e subiu até a boca dela. Gwen o beijou primeiro sentindo o gosto do vinho e seu rosto molhado pela água do rio. Se beijaram diversas vezes aquela noite, mas nenhuma tinha sido assim, tão acalorada e caótica como se tivessem esquecido o quanto gostavam, ansiavam por aquilo.

Depois das declarações perdidas no vento, tudo criou uma intensidade maior que agora se dispersava ali - no simples fato de estarem juntos. As respirações ofegantes, as mãos trêmulas que tinham medo de o tempo os fazer sumir como areia na brisa fria da noite.

Ela queria descobir ele por inteiro em todos os sentidos, sentir seu corpo sem barreiras se entregando a ela. Queria mais da primeira noite, queria todas as noites que restavam do verão. Só os dois, e o encontro dos espíritos que carregam dentro de si.

Gwen se forçou mais para frente, na beirada da grama, onde esta se perdia em uma pequena depressão e se misturava com o rio. Pedindo por mais, aprofundando-se no beijo por necessidade.

Ela arranhou as costas do garoto com as unhas por cima da camisa molhada e ele a acariciou por cima do sutiã.

- Alex. - Gwen gemeu baixo, sensível, a voz macia como lã.

O garoto parou onde estava, inclinado sobre ela, a cintura para baixo ainda dentro do lado. Os olhos dele estavam dilatados, a expressão embaraçada e envolvente que sempre causaria nela o mesmo efeito. Tentação e afrodisia, seria o cheiro do perfume dele.

- É a primeira vez que te escuto gemer meu nome.

O rosto dela esquentou no mesmo instante, era o calor ou a atenção direcionada a cada detalhe vindo dela?

- Faz outra vez. - Ele pediu, carente.

Gwen mordeu o próprio lábio inferior.

- 'Ce tem que merecer.

Alex não tardou ao puxá-la pra si novamente, um beijo que chegava a ser indecente de tão lento enquanto sua mão desceu da cintura dela até um pouquinho mais embaixo. Ele apertou ali, por cima do short jeans ainda úmido e brincando com o tecido feito para passar o cinto. A garota ofegou, mas quando ia chamar por ele um som tomou conta do lugar.

Os dois olharam depressa para o celular de Alex jogado na grama, que tocava em volume alto e tremia nas folhas.

O número de Isaac piscava na tela.

Não ia ser boa coisa.

Ele pegou o celular rápido, já eram quase meia noite. Então atendeu.

Gwen jogou a cabeça para trás, sorrindo, dando a Alex uma visão do paraíso. Ele murmurava algumas coisas no telefone com Isaac, mas estava completamente imerso no corpo de Gwen, a clavícula marcada seguida do sutiã de renda branca e o mini shorts colado no corpo que desenha suas curvas.

Ela adorava deixá-lo assim, atordoado e tenso sem ao menos tentar.

- Puta merda! - Alex falou ao telefone. - Já to indo cara, relaxa.

Gwen olhou para ele assustada, se levantando no automático, já terminando de se secar e vestir a blusa.

- Quanto tempo você acha que demora? - Ele continuou. - Danny, fica calmo já estamos no carro, quase chegando.

Alex mentiu e desligou a chamada.

- Danny? - Ela questionou.

- Ligou pelo celular do Isaac, precisamos ir pra casa agora. - Alex parecia confuso, um tanto preocupado.

Ele saiu do rio, Gwen jogou o moletom para que ele pudesse se secar.

- O que aconteceu? Estão todos bem?

- Meus pais acabaram de ligar para casa, decidiram voltar hoje.

Gwen começou a rir de nervoso.

- Puta merda.

- Foi exatamente o que eu disse. - Ele passou as mãos pelo cabelo molhado. - Meu Deus! Ainda estão trazendo minha avó com eles. Tanto tempo que não vejo ela, não posso recebê-la assim.

Os dois se entre olharam ainda meio molhados pela ideia brilhante de pular na água.

- E nós vamos entrar no carro do Cole assim?

- E temos outra opção? - Alex perguntou, a voz tremia um pouquinho, talvez de frio ou medo de levar um cacete da mãe por causa da bagunça e do irmão por molhar o carro dele.

Gwen respirou fundo e tentou parecer tranquila para que ele se sentisse melhor.

- Vamos, eu te ajudo a secar os bancos quando voltarmos, vai ser rapidinho. - Ela sorriu. - E você ainda vai conseguir tomar um banho para receber a sua avó igual um príncipe.

O sorriso que ele retríbuiu esquentou o coração dela.

( VIDAS! preciso reler a fic toda pra escrever com coerência, mto tempo fora dessa vida de escritora kakakak espero que estejam curtindo, amo os comentários de vcs. )

𝘴𝘪𝘭𝘦𝘯𝘤𝘦 ⸺ alex walter Onde histórias criam vida. Descubra agora