Acordou com as janelas batento forte pelo vento que acompanhava a chuva da manhã. Como pode ter se esquecido de fechá-las?
O garoto se levantou, o corpo pesado ainda se acostumando a funcionar. Molhou um pouco as braços que arrepiaram de frio ao entrarem em contato com o ar gelado do exterior.
Deitou-se na cama encarando o teto, virou de um lado para o outro buscando uma posição confortável para dormir outra vez. Ao julgar pelos pequenos raios de sol vindo de fora, o dia começava a amanhecer. Apesar da luz solar, o tempo era frio e chuvoso, nublado com nuvens cobrindo parte significativa do céu.
Alex não consegiu dormir novamente. Ele não pegava no sono com facilidade a não ser nos dias em que se encontrava exausto, como ontem. Mas sempre teve dificuldades para dormir, por um tempo tomou remédios durante a noite por conta da insônia.
Foi até a cozinha, pegar um copo de água quando encontrou Edna sentada no banco da janela, encarando as gotas de chuva que rastejavam pelo vidro.
- Vó? Bom dia! - Ele disse meio sonolento. Feliz de tê-la ali com eles depois de tanto tempo distante.
- Ah, meu querido! - Edna pegou as muletas e quis ir até ele, sorridente. - Quanto tempo, como está bonito.
Alex andou mais rápido para que a avó não precisasse se levantar. Abriu os braços para envolver a senhora em um abraço acalorado e cheio de saudades.
- É tão bom te ver vó. A senhora está bem? O que 'tá fazendo aqui sozinha? Quer um café, algo para comer?
Edna riu e deu dois tapinhas nas costas de Alex antes de se sentar outra ver no sofá da janela.
- Meu menino, está igualzinho a seu pai. Tão atencioso.
Alex ficou um pouco sem graça, não sabia lidar com os elogios da avó que eram sempre tao doces. Edna parecia muito bem, o rosto rosado os cabelos penteados e seu costumeiro vestidinho de flores. Era bom vê-la assim, depois de tanto tempo sem sair de casa.
- Falando nele, sabe onde está? Pensei que tinha dormido na sala ontem.
- Ah sim, obviamente eu o mandei de volta para o quarto assim que acordei. - Ela fez uma cara de reprovação. - Me deixou dormir na cama dele, acredita nisso.
Alex riu. George sempre colocou sua mãe em primeiro lugar.
- Coitado, estava exausto. Dormindo todo torto. Já falei que se continuar comendo tantos bolinhos de chuva não vai mais caber no sofá.
- E a senhora pensa em parar de fazer seus deliciosos bolinhos sempre que vai vê-lo?
- Nem louca. Nunca vou parar de fazer bolinhos para o meu filho.
Os dois riram. Edna voltou a encarar a chuva.
- Você está bem, vó?
Ela sorriu, seguindo com o dedo pelo vidro uma gotinha que se perdia no fim da janela.
- Muito bem, Alex. Muito bem.
Uma onda de carinho misturado com conforto tomou seu corpo, feliz por ela, que bateu no lugar vazio ao seu lado para que o neto sentasse.
- Sabe, querido. Sinto muita falta do seu avô.
Alex se sentou. Também sentia.
- Agora eu penso, vivemos 60 anos juntos. Os melhores anos, todos eles. É certo eu me recolher agora? Deixar de viver só por ele não estar aqui comigo?
A avó respirou fundo. O sorriso ainda caloroso no rosto e Alex a ouvia com atenção.
- Deixa eu te contar um segredo, querido. Ele ainda está aqui.
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𝘴𝘪𝘭𝘦𝘯𝘤𝘦 ⸺ alex walter
Фанфикшн- talvez, alex. esse tal ápice que você procura esteja fora dos livros também. por que não tenta escrever sua própria história? gwen berkshire conhece jackie howard desde sempre. as duas cresceram juntas nas ruas movimentadas da cidade de nova york...
