11- End Game: Bapa.

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Bose estava vindo da cozinha do ninho do man, tinha acabado de fazer um pequeno lanchinho. Quando passou em frente um quarto vazio, escutou alguém chorando. Não muito alto, porque parecia que queria esconder de todo mundo.

Caminhou devagar pra ver quem era. Era Chapa, sua melhor amiga e ex namorada. Eles podiam até ter terminado, mas Bose ainda a amava muito, e ela também o amava.
Tentou passar direto, pois se ela estava lá sozinha, era porque queria desabafar sozinha. Mas ver Chapa chorando era algo que ele não podia ignorar, tinha que ir falar com ela.

Bose: Oi. - Sentou ao lado dela, que não respondeu. - Eu não quero que você fique brava comigo, se quiser que eu saia, eu vou sair, tá? - Chapa suspirou.

Chapa: Pode ficar. Só... Só não conta pra ninguém depois, por favor! - Não olhou pra ele em nenhum momento.

Bose: Posso estar sendo bem invasivo agora mas... O que você tem? - Ela negou com a cabeça. - Desculpa, eu não deveria ter perguntado. Vou te deixar só, ok? - Ia se levantar, mas logo ouviu a voz embargada dela, pedindo que ficasse.

Chapa: Bose, você acha que sou má influência? - Ele estranhou a pergunta.

Bose: Claro que não! De onde você tirou isso?

Chapa: Minha mãe me disse isso. - Limpou as lágrimas. - De forma indireta, mas disse. - Se aproximou dele pra abraçar, mas estava receosa.

Bose: Como assim? - Agora ele quem se aproximou.

Chapa: Hoje, eu estava me arrumando pra vim pra cá, daí, acho que ela não sabia que eu ainda estava em casa. Ouvi ela chamando a Sage, mandando ela ir logo, pra não se atrasar... Foi aí. Ela disse pra  minha irmã fazer as coisas certas, pra não ser como eu, que além de ficar fora de casa por oito anos, ainda foi presa... Vinte vezes. Ela me usa como exemplo a não ser seguido. Sei que ela realmente não deve seguir meus passos, mas só essa parte da minha vida anula tudo de bom que já fiz? Faz ela esquecer que sou filha também? Que sou um ser humano? - Finalmente o olhou. O garoto suspirou.

Bose: Não. Essa parte da sua vida não anula tudo de bom que já fez, ou que vá fazer! - Colocou as mãos no rosto dela, limpando as lágrimas. - Sabe, sua mãe não entende seus motivos pra ter feito isso. Não sei quais são, mas sei que existem. Você é uma pessoa boa Chapa.

Chapa: As vezes penso em deixar Swellview, e sair vagando como fazia antes. Deixar de ser um peso pra ela. - Mais uma lágrima caiu.

Bose: Não vai fazer isso!. Eu sei o que você está sentindo, porque tenho uma família que me faz a mesma coisa. Eles cobram da gente, mas não valorizam o que tentamos retribuir pra eles. - Ela estava orgulhosa. Parecia tão maduro. - Quando passo por coisas assim, você sempre está comigo, sempre me apoia até que me sinta melhor. Se... Se qui... - Nem terminou e ela já o abraçou o mais forte que pôde, chorando. Bose lhe beijou no topo da cabeça ao mesmo tempo que a abraçava apertado. - Vai ficar tudo bem, meu amor!

Sim, ela deveria o repreender por lhe chamar de " meu amor", mas não conseguiu. Tudo o que ela queria naquele momento era ouvir ele a chamar desse jeito outra vez, queria ficar ali pra sempre. Seu coração não parava de pedir que o dissesse o que sentia ainda. Talvez fosse o momento certo pra voltarem a ser namorados? Não sabia se era, mas ia tentar. Entrelaçou seus dedos nos dele, que engoliu em seco.

Chapa: Obrigada por estar aqui Bose. - Beijou a mão dele. - Eu te amo. - O garoto sentiu o coração disparar. Chapa olhou pra cima, encontrando o olhar castanho dele. Os rostos estavam bem próximos, ambos queriam um beijo, mas Bose recuou. - O que foi? - Se sentiu envergonhada.

One shots Bapa - Livro 2. Onde histórias criam vida. Descubra agora