18/ Despedida Silenciosa

6 3 0
                                    

26 de Dezembro, 2023

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

26 de Dezembro, 2023.

Diante dos caixões de Olive, Eleonor e Vivian, envolvo-me em um vestido negro, tecido sombrio que adere à minha pele como a própria tristeza. Lágrimas deslizam, como gotas de chuva silenciosa, riscando meu rosto enquanto observo, atordoada, os rostos pálidos das minhas irmãs que agora repousam em um descanso eterno.

O ambiente à minha volta parece impregnado com a dor, e cada respiração é um esforço, um suspiro profundo que ecoa a perda insuportável. Meu olhar fixa-se nos semblantes serenos das amigas, cada traço conhecido agora congelado no tempo. Enquanto as lágrimas continuam a cair, recordações alegres, como fantasmas do passado, dançam em minha mente, acentuando ainda mais a crua realidade diante de mim.

O silêncio ao redor é opressivo, apenas rompido pelo soluço trêmulo que escapa de meus lábios, um lamento audível que ecoa a magnitude da ausência que se instalou. As lágrimas fluem incontroláveis enquanto permaneço em frente aos caixões, a tristeza envolvendo-me como uma sombra sufocante. Cada lágrima é um eco doloroso no silêncio do cemitério, um lamento íntimo pela perda de Olive, Eleonor e Vivian. Ao me virar, deixo para trás o lugar onde a despedida se desdobrou, as flores frescas e o som abafado dos passos dos enlutados.

Caminho sem rumo, minha mente obscurecida pela dor, até encontrar um banco solitário à margem do cemitério. Sento-me, o vestido negro formando uma extensão sombria do meu pesar, e abaixo a cabeça, entregando-me à tristeza que se desdobra em meu peito. As lágrimas reverberam no ar tranquilo da tarde, como uma sinfonia melancólica.

As memórias das irmãs me assombram, dançando na periferia da minha consciência, enquanto as lágrimas umedecem o tecido do lenço que seguro com firmeza. Cada detalhe do meu entorno parece amplificar a solidão daquele momento. O banco de madeira torna-se meu refúgio, um lugar onde posso despejar a angústia que me consome.

Absorta em meu próprio lamento, mal percebo a aproximação de um carro que para ao meu lado. O motor desliga, e o som dos passos se torna mais nítido. Levanto levemente o olhar, meu semblante marcado pela dor. Observo Jake saindo do carro e vindo até a minha direção.

— Kate… – Eu me levantei e me joguei em seus braços.

— Todos já chegaram? – Jake perguntou quando nós nos afastamos.

— Faltam apenas vocês. – Respondi, Jake limpou as lágrimas que escorriam pelo meu rosto.

— Eu vou ficar aqui, vocês podem ir lá para dentro. – Eu falei enquanto abraçava o resto do pessoal que acabaram de descer do carro.

Cada gesto é uma tentativa silenciosa de conforto, enquanto minhas lágrimas teimam em escapar. A tristeza e a gratidão se misturam em meus olhos, testemunhas mudas do turbilhão de emoções que me consome.

E então, no meio da multidão, ela sai do carro. Penélope, pequena e radiante, veste um vestido rosinha que destoa da atmosfera pesada. Seus cachos recém-lavados dançam suavemente enquanto ela se aproxima, e seu sorriso se abre ao me ver. Meu coração aperta, mas é um aperto diferente, um misto de dor e alívio.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 23 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Duas Faces Onde histórias criam vida. Descubra agora