Boa noite, pessoal! Próximos capítulos serão maiores e menos chatos, prometo. Acho que vocês já devem ter percebido, mas gostaria de ressaltar: a fic não vai ser muito longa e as coisas vão desenrolar de forma rápida. Por dois motivos:
1- É minha primeira história e não quero cagar no peidar.
2 - Não quero abraçar muitas coisas e acabar me perdendo.Comentem o que estão achando, é importante para a continuidade da história.
Boa leitura!!
-------------------------------------------------------Na sexta-feira o dia amanheceu chuvoso. Relâmpagos refletiam por todo o apartamento e o estrondo dos trovões se misturavam ao barulho da chuva batendo na janela. Verônica levantou do sofá e alongou o corpo. Anita ainda dormia na cama. Não trocaram mais nenhuma palavra desde o quase beijo, na noite anterior. Era melhor assim. Verônica não conseguia explicar nem pra si mesma porque havia sentido vontade de beijar Anita. Anita. Anita Berlinger. A Doutora delegada Anita Berlinger. Bom, agora ex-delegada. Ficou tão nervosa como se fosse uma adolescente. E ficou ainda mais frustrada quando, novamente, Anita fugiu, quase correndo, dela. Chegou à conclusão de que a vontade não era recíproca da parte da loira. Era apenas unilateral. E tudo bem. Estavam trabalhando juntas fazia menos de uma semana. Não tinha como esquecer o quanto se davam mal anteriormente. Não era nem para Verônica estar sentindo essas coisas. Pelo menos era disso que a escrivã tentava se convencer.
Verô subiu silenciosamente e pegou as peças de roupa que pretendia usar. Retornou ao banheiro e tentou fazer o mínimo de barulho possível. Não queria encarar Anita naquele momento, mas se sentiu uma hipócrita, depois do tanto que falou para a delegada que deveriam ficar no apartamento, quando colocou a proteção de chuva e subiu na moto, acelerando a mesma. Verônica sabia que não deveria sair e sabia que quando voltasse teria que aguentar uma Anita insuportável falando isso. Mas precisava respirar um pouco. E mais do que isso, precisava ver com os próprios olhos que o crápula do Matias estava mesmo morto.
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O corredor do IML é tão gelado quanto ao local onde ficam os corpos. Verô sentia um arrepio diferente sempre que caminhava por ele. Uma sensação ruim. Quando chegou à sala que Prata costumava ficar, bateu três vezes na porta. O amigo abriu, arregalando os olhos arredondados e puxou Verônica para dentro.
- Ficou louca? Não deveria estar aqui - Exasperou.
- Calma, quem está sendo procurada pela polícia é Anita, não eu - Verô sorriu - Eu estou morta, esqueceu?
- Desculpa se eu me preocupo com a minha melhor amiga - Prata ironiza e abraça a escrivã - Como você está?
- Estressada, irritada, decepcionada, frustrada - Verônica poderia fazer uma lista com tudo que estava sentindo - Não aguento mais, Prata. A gente simplesmente não consegue sair do lugar. Mesmo que as informações de Anita tenham ajudado, estamos completamente perdidas depois do que aconteceu.
- Mas não é como se tivesse sido ruim, né Verô?! Matias merecia isso. E as coisas vão se ajeitar. Vocês estão seguras. Não serão encontradas. Nem pela polícia, nem por Dóum. Confia na Glória. Confia em mim - Prata abre um meio sorriso - Vem cá, acho que vai querer ver isso.
Verônica acompanha o amigo até uma das gavetas da câmara fria, que o legista abre, revelando um corpo coberto. O cheiro forte de formol incomodou a escrivã e a identificação pendurada no dedo do pé direito confirmou o que ainda era difícil pra Verô acreditar. Matias Carneiro estava mesmo morto. Ela retira o pano branco que cobria o cadáver e encara o missionário apagado em sua frente. A pele pálida e gelada. Os lábios arroxeados. Os cabelos levemente grisalhos ainda arrumados em um topete bem feito. Algo ali era hipnotizante para Verônica. O pedófilo, o abusador, o falso missionário, entre tantas outras coisas, havia, de fato, ido embora. Suas mãos nunca mais tocariam outra mulher. Sua boca nunca mais propagaria mentiras e seu dinheiro nunca mais financiaria a milícia. Esperava que, em breve, essa fosse a realidade de Dóum também.
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Ligação Perigosa - Veronita
Fanfiction- Na minha casa, escrivã - determina Anita - em 30 minutos. Verônica sentiu suas mãos começarem a suar. Seu cérebro levou alguns segundos para entender o que havia acabado de acontecer. Anita estava mesmo disposta a ajudar? Ou seria mais uma armação...