Adore You

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Para Aly,
Obrigada por ser minha Yellow Person, por ser o amorzinho da minha vida, por trazer luz e alegria aos meus dias mais escuros. Você desperta os meus sentimentos mais genuínos, que pensei não ser mais capaz de sentir. Nunca vou conseguir agradecer o suficiente ao universo por me trazer você. Te adoro milhões, meu amor!

Ps: agradeçam a essa mulher maravilhosa por me fazer atualizar, mas não muito pois sou ciumenta.

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21:00h - hoje



O orvalho gelado da noite fazia com que pequenas gotículas se agrupassem no parabrisa do carro, enquanto os vidros laterais embaçavam, impedindo uma visão mais nítida do lado de fora quando somado à escuridão total da estrada mal iluminada. Anita apoiou o cotovelo sobre a borda da janela e recostou a cabeça na própria mão, ao mesmo tempo que sintonizava em uma rádio qualquer para preencher o ambiente com algum tipo de som. Estava exausta da noite mal dormida e da longa viagem. Sorriu de canto quando visualizou Verônica parar a moto na construção abandonada, que ficava alguns metros a sua direita, e piscar o farol da mesma duas vezes. A delegada ligou e desligou os do carro da mesma maneira, indicando que havia visto seu sinal. Voltou a descansar a cabeça no banco, fechando os olhos e tentando pensar em qualquer coisa que não fosse aquela situação, na tentativa de aliviar a própria ansiedade. Mas minutos depois, ouviu a porta do lado oposto abrir e Verô adentrar o automóvel.

- Tá fazendo o que? - Questionou, retomando a postura - Você precisa ficar escondida.

- Relaxa! - Verônica respondeu, olhando no relógio preso ao próprio pulso - Ainda temos tempo, eu já deixei a moto preparada.

Anita olhou no painel do carro, que marcava exatas 21:06h, para confirmar o que a escrivã havia acabado de dizer e voltou a relaxar.

- Aqui, tenho algo pra você - Verô anunciou, tirando algo do próprio bolso e entregando para a delegada.

- Isso é um pedido de casamento, escrivã? - a loira provocou, quando sentiu a caixa aveludada em suas mãos.

- Nelson me deu isso há algum tempo - a escrivã fez uma pausa e Anita mordeu o interior da bochecha - Acho que pode ser útil durante o trajeto.

A delegada estreitou os olhos na escuridão do carro quando abriu a caixa, mas só conseguiu identificar de fato o que tinha nela quando um relâmpago, seguido de um trovão alto, iluminou momentâneamente o local. Retirou um par de brincos extremamente delicados e discretos e os colocou cada um e uma orelha com a ajuda de Verônica.

- É uma escuta, você fala e eu ouço aqui - a escrivã mostrou o próprio celular, com o conector já preso ao mesmo, e os fones sem fio que ela usava.

- Eu sei como funciona, Verô - Anita sorriu.

- Enfim, eles têm alcance de 3 metros - Verônica continuou, após revirar os olhos - Não é muita coisa, mas vai nos manter conectadas durante o caminho, caso nossos celulares fiquem sem sinal.

- Vai dar tudo certo! - a delegada concordou com a cabeça, pegando na mão de Verô e apoiando qualquer esforço que vinha da parte dela, na tentativa de soar positiva.

Por algum tempo, nenhuma das duas tentou quebrar o silêncio. Cada uma estava tão absorta em seus próprios pensamentos, que era quase possível conversar por telepatia. E quando o tempo parecia ter paralisado e um minuto era equivalente a uma hora, o único barulho que ouviam era a música que saía dos alto falantes e a chuva que começava cair.





1 dia antes


- Verônica, você precisa se acalmar! - Anita se obrigou a soar firme com a escrivã, que parecia não ouvir nada do que ela falava - Agir assim não vai trazer seu filho de volta. Nós precisamos ser muito racionais agora.

Ligação Perigosa - Veronita Onde histórias criam vida. Descubra agora