Senha

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Genteee! Capítulo de recompensa pra vocês. Quero dizer uma coisa: estou muito, MUITO, surpresa com o tanto de pessoas lendo a fic. Sério, eu não esperava nem metade disso. Estou muito feliz. Obrigada pelos comentários maravilhosos que vocês fazem.

Espero que continuem gostando!

Beijoos!

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O dia estava quase amanhecendo. O céu começava a ficar levemente alaranjado com o nascer do sol e os passarinhos começavam a cantar. As duas não haviam dormido. Quando Verô retornou do banheiro, cada uma deitou de um lado da cama e deixaram os pensamentos se assentarem. Não falaram, não se tocaram, apenas se olharam. Por horas. Nada do que Anita falasse poderia mudar o fato de que ela era filha de Julio e Verônica não. Assim como nada do que a escrivã falasse poderia mudar o fato de que Anita teve seus piores dias de sofrimento por conta do pai.

- Acho que eu entendi porque você sempre me odiou - Verônica finalmente quebrou o silêncio.

- O que? Não, Verônica - Anita contestou - Eu nunca te odiei por isso. Eu te odiava porque você era teimosa e dificultava meu trabalho. E nem sei se odiava de verdade. Você não tem absolutamente nada a ver com o que aquele canalha fez. É tão vítima quanto eu. E quando te conheci, se quer sabia quem você era.

- Quando você soube? - Verônica perguntou.

- Algumas semanas depois que comecei na delegacia. Carvana estava me apresentando o pessoal ainda e falou que você era filha de um amigo, que também trabalhou lá - Anita deu de ombros, levantando para ir escovar os dentes. Verô fez o mesmo - Eu só juntei os pontos.

- Eu não te julgaria se você me odiasse - Verônica disse, sentando na cama, após terminar sua higiene,  de frente para a delegada que escolhia sua roupa no armário. Sentia vontade de chorar, mas era como se as lágrimas tivessem simplesmente secado - Eu meio que roubei seu lugar.

- Me escuta, escrivã - Anita retornou, se agachando entre as pernas de Verô e colocando suas mãos nas mesmas para se apoiar - Ninguém ficou no lugar de ninguém. Éramos crianças completamente inocentes. Eu sei que deve ser horrível descobrir tudo isso, mas ser ou não filha daquele nojento não define quem você é. Você pode não ser uma Torres, mas ainda é Verônica. Uma mulher forte, corajosa e determinada. Uma escrivã foda.

Anita abriu um sorriso genuíno para Verô, que sentiu o coração parar. Nunca tinha ouvido elogios da delegada, isso fez seu corpo estremecer. Se as coisas já eram confusas antes, agora estavam mil vezes mais. Entendia os motivos de Anita odiar tanto Júlio. Entendia os motivos de ela ter se tornado uma pessoa amarga, durona. Só não conseguia entender porque ela  lutou tanto contra o que sentiam uma pela outra.

- E porque você relutou tanto pra me beijar se...- Anita agora havia levantado, mas continuava entre as pernas de Verônica, que achava difícil falar sobre o assunto - Se nem somos irmãs de verdade?

- Não sei - Anita pensou sobre - Foi difícil pra mim admitir que queria depois do tanto que Júlio me ameaçou. Ele deixou claro a minha vida toda que eu jamais deveria chegar perto de você. E mesmo que não sejamos irmãs, meio que temos o mesmo pai, então parecia muito...errado.

~ Música: Hotel - Montell Fish ~

- A única coisa errada aqui, doutora - Verônica pegou as mãos da delegada, as colocando em sua cintura - É você ainda não ter tirado minha roupa.

Anita não precisou ouvir duas vezes para subir as mãos até o pescoço de Verônica, arranhar levemente sua nuca, e a puxar para um beijo. O choque elétrico que percorreu pelo corpo das duas quase pôde ser visto a olho nu. A urgência dos lábios em selar o toque, os hálitos quentes se misturando, as línguas brigando por espaço. Tudo era viciante demais. Não conseguiam interromper o contato nem para respirar. Anita mordia e sugava o lábio inferior de Verônica, que apertava fortemente a cintura da delegada. Essa última se divertia com a escrivã completamente entregue. Os estalos do beijo era a única coisa que se ouvia no quarto. Poderiam ficar a vida inteira naquele momento. Mas ambas queriam mais. Precisavam demais.

Ligação Perigosa - Veronita Onde histórias criam vida. Descubra agora