Verônica passava os dedos vagarosa e delicadamente pela tatuagem de Anita. Estavam deitadas, nuas, uma de frente pra outra. Os vestidos jogados pelo chão do quarto, assim como as perucas e a garrafa vazia do vinho que ganharam. O ruído dos poucos carros que passavam pela rua era a única coisa que se ouvia. Agora que o auge do tesão havia diminuído, se sentiam quase tímidas ao pensar no que fora admitido. Principalmente Verônica. A proporção que tudo estava tomando chegava ser quase perturbadora, as assustava, mas não conseguiam parar.
- Não me julga - Anita falou, quando Verô ficou tempo demais encarando o pequeno desenho em sua costela - Eu tinha acabado de entrar na faculdade quando fiz.
- Não estou julgando - a escrivã sorriu e se inclinou para beijar a pele exposta da região - Na verdade, eu gosto bastante.
- Por que mesmo que a gente nunca fez isso antes? - a delegada perguntou, passando a mão nos cabelos de Verônica.
- Isso o que? - Verô indagou, subindo novamente.
- Isso - a loira fez movimentos circulares com o dedo indicador para se referir à elas - Nós duas. Por que a gente nunca fez isso antes? Quanto desperdício de prazer.
- Irônico ouvir isso da pessoa que relutou tanto no início - Verônica provocou.
- É, mas se eu soubesse que seria tão bom, não tinha demorado tanto. Tinha dado em cima de você há muito tempo - Anita subiu em cima da escrivã, colando os corpos - Já imaginou a gente transando em cima da minha mesa? Na sala de interrogação...
- E o que te faz pensar que eu iria aceitar suas investidas? - Verônica passou os braços ao redor do pescoço da delegada - Além de você ser alguém detestável, eu era muito bem casada. Com um marido excelente, ótimo de cama...
- Relaxa, eu não fico com mulher casada - a loira sorriu maliciosa - Eu sempre devolvo para o marido depois.
- Sempre uma resposta na ponta da língua, né?! - Verônica gargalhou e mordeu o lábio inferior - Ainda bem que eu sou solteira, então.
- Ainda bem - Anita sussurrou, quase colando as bocas - Eu odiaria ter que te devolver a alguém. E além do mais - passou os dentes levemente pelo pescoço e orelha da escrivã - Tenho certeza que ele nunca te fez gozar da forma que eu vou fazer agora.
Antes que Verô pudesse responder, Anita puxou suas pernas para baixo, fazendo a escrivã descer alguns centímetros, e as mesmas se abrirem. A delegada ficou entre as coxas afastadas dela, apoiada sobre os joelhos e usando os travesseiros como suporte para as mãos. Começou distribuindo uma série beijos pelo maxilar de Verônica, descendo pelo pescoço, busto, até chegar nos seios. Anita era fascinada nessa parte do corpo de Verô e fez questão de se demorar nela. Beijou, mordeu, brincou com o piercing na sua língua e, pela primeira vez desde que estavam ficando, sentiu uma vontade inexplicável de marcar a região. Ou melhor, demarcar. Queria que todos soubessem que aquela mulher já havia sido sua. Que já havia estado nua para ela. Que já havia gemido seu nome e gozado logo em seguida. Eternizaria esses momentos se fosse possível.
Quando sua boca desceu para o abdômen definido de Verô, sentiu a escrivã ficar levemente ofegante. E só aumentou no momento que chegou em sua intimidade. A delegada sentou sobre os pés e encarou a visão que estava tendo de Verônica. A pele clara, que estava suada, os cabelos, que agora assumiam uma raíz escura, ligeiramente desarrumados e os olhos... Ah, Anita adorava aquele olhar. Um olhar carregado de luxúria, de desejo e quase que de paixão. As vezes tinha a sensação de que poderia passar a vida toda encarando esses olhos.
- "Olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada..."- a delegada sussurrou, rindo e beijando novamente o pescoço de Verô.
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Ligação Perigosa - Veronita
Fanfiction- Na minha casa, escrivã - determina Anita - em 30 minutos. Verônica sentiu suas mãos começarem a suar. Seu cérebro levou alguns segundos para entender o que havia acabado de acontecer. Anita estava mesmo disposta a ajudar? Ou seria mais uma armação...