Gente, capítulo ficou maior que o esperado. Mil perdões!!
Se houver erros na ortografia, finjam demência.
Boa leitura, até o próximo!!
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- Está me ouvindo, escrivã? - Anita perguntou, levando a mão inconscientemente até o brinco que ganhara de Verônica.
Observou a escrivã ascender o farol da moto por alguns segundos e aceitou isso como uma resposta positiva. Gostava da ideia de ser ouvida, mas odiava não poder ouvir Verô de volta. Principalmente enquanto ela tentava se manter escondida em meio aos escombros da antiga construção abandonada. E também pelo frio e escuridão que faziam do lado de fora. Anita se culpou pelo plano idiota, mas não é como se tivessem muitas outras opções. Quanto mais minutos se passavam, mais a delegada sentia a ansiedade no estômago se intensificar, assim como a neblina, que agora virava uma garoa fina e gelada. Queria Verônica ali, ao seu lado. Queria senti-la perto e poder pegar na sua mão quando sentisse medo. Queria seu cheiro e o conforto do calor do seu corpo. E quis ainda mais quando o relógio marcou exatas 22:30h.
22:31h, 22:32h, 22:33h... Agora era a perna da loira que balançava frenéticamente para cima e para baixo. E seus dedos quase avançaram sobre o último cigarro restante em seu bolso. Não sabia dizer o que era pior, a espera ou o medo de falhar. Mas quando olhou o relógio no painel do carro pela milionésima vez, e o mesmo mudou de 22:37h para 22:38h, uma luz forte surgiu no horizonte, fazendo-a apertar o volante com as duas mãos e titubear por uma fração de tempo.
A luz levemente amarelada foi ficando mais intensa, na medida que o carro se aproximava, fazendo Anita sentir dificuldades para manter os olhos abertos. E quando o mesmo chegou perto suficiente para que quase fosse possível ver quem estava do lado de dentro, isso é, se não fosse pelas películas extremamente escuras, a delegada conseguiu ouvir o som do próprio coração pulsando.
O carro preto e, sem sombra de dúvidas blindado, parou alguns metros a frente, mas sem desligar o motor. Os faróis ainda ficaram incomodando Anita por vários minutos, aumentando sua angústia, mas ela não queria dar o braço a torcer e sair primeiro, arriscando ser pega de surpresa. Só depois de pelo menos 5 minutos nesse impasse, o veículo finalmente foi desligado e a delegada tomou coragem para sair do seu. A loira ficou parada ao lado da porta ainda aberta, sentindo os cabelos dourados ficarem tomados por pequenas gotículas, e encarou novamente os vidros escuros. Deu alguns passos em sua direção e ergueu os braços em meia altura.
- Eu estou aqui - colou os membros novamente nas laterais do próprio corpo - Como você pediu.
Anita não sabia dizer se a resposta realmente demorou ou se tudo era fruto da sua mente ansiosa. Mas, de qualquer forma, um tempo depois pôde ouvir o barulho da porta se abrindo e o motorista descendo do carro. Não tinha certeza se ele estava, de fato, sozinho. Mas teve uma leve impressão de que estava prestes a descobrir.
- Trouxe o garoto? - é claro que sabia que ele não o levaria, mas não custava tentar. Anita não conhecia Jerônimo, mas conhecia Matias. Não foi difícil supor seus planos. Sabia que Murilo a levaria para Dóum antes de liberar Rafael. Isso é, se ele realmente tivesse a intenção de soltar o garoto, o que a delegada não tinha certeza alguma. Por isso planejara tudo antecipadamente com Verônica.
- Você vai vê-lo quando chegarmos à sede - mesmo em meio a penumbra, a loira conseguiu ver um sorriso de canto se formando nos lábios dele enquanto caminhava em sua direção.
Anita teve menos de 30 segundos para analisar seu futuro oponente e se preparar. Observou seu corte de cabelo no estilo militar, parcialmente coberto por um boné escuro, e seu maxilar bem definido. Só não mais definido que os músculos de seus braços. Ele era o dobro do tamanho da delegada e ela precisaria ganhar na agilidade se quisesse ter alguma chance contra ele.
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Ligação Perigosa - Veronita
Fanfiction- Na minha casa, escrivã - determina Anita - em 30 minutos. Verônica sentiu suas mãos começarem a suar. Seu cérebro levou alguns segundos para entender o que havia acabado de acontecer. Anita estava mesmo disposta a ajudar? Ou seria mais uma armação...