Pietro

75 15 1
                                    

Sabia que não sairia daqui com vida, mais o pior não é isso, porquê nessa vida fudida que nos entra, é duas certezas. Caixão, ou cadeia. Mais a única coisa que não vou me perdoar, é pela a minha mulher ter que pagar por mim.

Por dois malditos longos e tortuosos dias que eu olhava pra minha mulher ali na minha frente, amarrada, sendo exposta as pior humilhação, com meu filho, um ser inocente que não merecia vir na vida de um fudido que nem eu. A única coisa que eles ainda fazia, era da água, de gota em gota pra ela. Não aguentava mais a porra dessa tortura. De uma coisa eu sabia, ele não ia me matar assim rápido, e não ia mais me torturar fisicamente, tudo que ele ia fazer era ver minha mulher e meu filho que nem nasceu morrendo na minha frente.

PR: Nega, cê tá bem?

Luiza: Muito bem, você não tem noção.

PR: Me perdoa, me perdoa amor, eu...

_ Não fala nada, não fala. Por favor. Tô cansada já das suas desculpas.

Sua Voz Sai Cansada, Baixinho.

PR: PORRA ME FALA CARALHO, O QUE CÊS QUEREM, PORRA, TEM QUE TER ALGUMA COISA QUE EU POSSA DÁ. SÓ PRA DEIXAREM ELA IR.

Grito sabendo que aquele desgraçado tá me vendo, e ouvindo. Começo a me espernear e tento me soltar, o que é em vão. Demora uns minutos e a porta é aberta, e por ela passa quem eu não esperava, as que eu desprezei, e odiei tanto. Alínea e alicera.

_ O chefe não vai gostar de ver vocês aqui.

Um dos caras fala!

Alínea: Teu chefe tá logo ali atrás da porta, vai lá reclamar com ele.

O cara fechou o semblante. Viro o rosto, sem coragem de encarar nenhuma das duas. Não consigo amar, nem pedir perdão a elas, minha mente foi envenenada por muito tempo, o ódio tá impregnado no meu interior por eles.

Alicera: Porquê? Só isso, o porquê você causou isso tudo, ao invés de procurar, buscar a verdade Pietro. Cara, você, aquela criancinha, aquele menino que eu carreguei no colo praticamente, que vi crescer até um certo momento. Você voltou a viver com a gente por pouco tempo, mais viu que não éramos nada que lhe foi imposto. Você entrou na minha família, provocou desgraças, sujou a imagem da minha filha. Caralho, porquê? Você nem ao menos me deu a chance de explicar. Você odiou esse tempo todo a pessoa errada Pietro. Seu pai nunca foi santo, eu tentei ajudar a vagabunda da tua mãe quando aconteceu com o Cezar. Ele mentiu, traiu meu pai, minha mãe, matou minha mãe. Eu fui expulsa da minha casa com uma mão na frente e outra atrás com uma criança pequena, sem trabalho, sem nada. Se não fosse a tia Claíde, você sabe o que teria acontecido? Era tão simples, você poderia ter vindo até nos, poderia ter pedido explicações, provas que realmente era de fato verdade.

Cada palavra saia da boca dela era como uma bala em meu peito, e ver o olhar de tristeza, decepção das três mulheres ali a minha frente, o pior de todos da minha mulher.

Alínea: Nessa história toda quem saiu mais prejudicado, quem perdeu mais fomos nos Pietro. Eu sei que sua mãe te envenenou, que ela fez sua mente da maneira mais sórdida. Mais você poderia ter na mente, a inteligência de vir nos procurar como minha irmã disse. Eu não tive a oportunidade de crescer com uma mãe, muito menos tive um pai, e hoje sabendo da verdade sou mais que grata, por saber que realmente posso dizer não tenho pai. Aquele lixo não é meu pai! O Cézar tirou tudo meu e da minha irmã. Nos deixou na lama praticamente. E você seguiu os mesmos passos que ele. Eu tenho dó, da vida miserável que você teve. Luana todos esses anos te procurou, abriu mão de viver a vida porquê achava injusto ter uma família e não saber nada de você. Eu te falo uma coisa aqui hoje, eu te perdôo. Mais se me dessem uma segunda chance de você não minha vida, eu não queria. Você não é mais aquele amigo, irmão que brincava comigo quando éramos criança, não te reconheço mais Pietro.

Alicera: Tudo que você fez conosco, não é nada, nada comparado com o que fez com a minha filha. Que Deus te perdoe, porque eu não perdôo. A única a qual irei interceder por ela, é pela a sua mulher, se ela quiser misericórdia, porquê não matamos inocentes. Agora você, lavei minhas mãos, não te conheço PR.

As duas não falam mais nada, simples saem me deixando sozinho novamente com Luiza. Não tenho coragem alguma de encarar minha mulher novamente. Espero que elas consigam tirar ela daqui, só que eu desejo de mais profundo em meu coração.

...

Luiza: Porquê, porquê ela?

Sua voz saiu baixo novamente.

PR: Não entendi?!

Luiza: Ela é só uma menina, uma adolescente, que mau completou 16 anos. Porquê você fez isso.

Não tinha respostas pra ela, tentei, busquei e não consegui, nada vinha a mente.

Luiza: Você a ama?

PR: O quê? Claro que não Luiza. Eu amo você. Que pergunta mais sem cabimento.

Luiza: Não, você não ama. Se me amasse jamais teria usado dessa baixa sórdida pra atingir seus objetivos. Você pode não a amar mais gosta dela. Não te julgo... Ela é uma menina bonita, doce pelo o pouco que pude ver. Lamento por tudo que ela teve que passar, ser usada dessa maneira.

Não falei mais nada, fiquei na minha, afinal não tinha o quê falar. Elas estavam certas, o quê eu fiz nunca teve e nunca terá perdão.

Se passou algumas horas quando Luiza foi levada pelo o Digão. Mesmo ele me odiando com todas as forças ele me passou o recado da alínea, que garantia que nada aconteceria a ela nem meu filho. Mais que ela teria que deixar o Rio de janeiro. Meu coração se apertou, Luiza nunca saiu do rio de janeiro ela não tinha pra onde ir. Mais qualquer lugar seria muito melhor que aqui. E agora chegará a minha vez, sabia que aqui seria meu fim.

Sou levado para o alto da favela, onde vi muitos serem cobrados, muitos levar a pior, onde os traidores viravam carvão.

_ Ponham ele de joelhos, não tenho todo o tempo do mundo pra essa palhaçada não.

Ouço a voz do menor puro ódio, eles já estavam com os pneus empilhados. O único arrependimento era que não ia poder ver meu filho nascendo como sempre sonhei, nem pedir perdão a Aurora por todo mau que lhe cometi.

_ Vamos ver se o bichão é o bichão agora enquanto cozinha.

Eles começam a tirar minha roupa, e me levam em direção aos pneus, jogam gasolina em tudo enquanto começam a empilhar os pneus um em cima do outro. Os demônios sorrindo na minha mente chegam a me trazer alucinações. Vejo quando menor começa a riscar o isqueiro, fecho os olhos quando ouço barulhos de tiros, abro os olhos vendo uns seis caras encapuzados surgirem e rende os homens do DC.

_ Sem morte. Só peguem o cara e vaza rápido rapidinho.

Não reconheço a voz, mais seja quem for devo minha miserável vida.

O Lado Feio Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora