DC

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As semana voaram, muita coisa estava voltando ao normal, as vendas, as coisas sendo resolvidas. Um prejuízo do caralho pra muita gente que não tinha nada a ver com essa guerra toda. Tinha que arcar, afinal quem quer respeito dos moradores, tem que saber conquistar, não é só impor não.

_ Aí chefe, a mulher do cuzão lá, que o Sr mandou vigiar. Meteu o pé mermo, nem sinal de onde que ela foi. Simplesmente sumiu.

DC: Eu mandei atrás do paradeiro do filho da puta do PR porra. Né de mulher dele não. Tava na cara que a mina não ia continuar com aquele verme maldito. Porra bicho, tudo tem que ser eu, incrível quanto incompetente do meu lado.

_ Iii, já vi que tem gente de mau humor por aqui.

Ouço a voz de Digão entrando na sala. Ele joga o fuzil em cima da mesa e senta a minha frente.

Dc: Fez o que te mandei, ao invés de vir aqui me encher caralho?

Digão: Tu né mais nenhum novinho não, liga só. Vai dá um infarto a qualquer momento viado. Mais fiz sim, acalma o coração velho.

Acendo um cigarro e sirvo uma dose de whisky. Viro de uma vez só e me sirvo de mais uma.

Digão: Eii vai com calma aí porra. Ainda é dez da manhã caralho. Encher a cara não vai mudar nada não pô.

DC: Digão, cara vai fazer teus serviços e não enche porra. Já tenho coisa de mais na mente. Não preciso de mais um cuzão na minha cabeça não porra.

Digão: Já vi que as coisas continua a mesma em casa. Não falou com a pequena ainda né?

Ninguém mais além de me, sabe o que se passa comigo como esse cuzão. Jogo o Copo de lado e respiro fundo. Mando os caras que tavam na sala sair e fazerem seus serviços.

DC: Quando olho pra ela, aquela mina pô, toda marrentinha, que metia tapão, cara feia pra geral. Que não gostava de grude tá ligado. Aquela menor que quando a mãe ia trabalhar tinha que ajudar a se vestir porque mermo com a idade que ela tinha quando chegou na minha vida não sabia nem vestir a calcinha se não enfiar as perna na cintura, ou por a camiseta acessado. Que grudava ne me que nem um carrapato pra ir por aí. Pô cara, ver aquelas merda me deixou com um ódio fudido porra.

Digão: aí irmão, te entendo, sou pai, por mais que não seja o pai exemplo, sou pai porra. Sei do que tu tá falando.

DC: Meu ódio maior ainda é não ter matado aquela merda com minhas mão, e ele ter fugido essa porra caralho.

Aperto o copo com força na mão ouvindo ele trincar.

Digão: Nos vamos pegar ele. Ele não tem proteção, matou quem protegia ele. Não vai dá tempo dele arrumar aliança, se liga nisso.

...

Cm: Foi hoje, de madrugada. Depois que teve a trocação com a milícia lá pela Vila Aliança, ele pulou.

Diz tirando o cigarro de trás da orelha, levando até a boca.

Cm: E já saiu postando em várias redes sociais, mandando recadinho pro irmãos. Não passa de um fanfarrão.

Afasta o cigarro da boca e volta a falar com o sotaque forte.

Cm: Essa porra nem pode se considerar um bandido, se vendeu na primeira oportunidade, se foi aceito assim é porque já tava na intenção.

Olho pro homem moreno à minha frente, observando sua compostura de porte médio, com uma regata vermelha do flamengo e uma tatuagem do mermo time cobrindo toda a parte careca da sua cabeça. Cm é um dos chefe da facção, o famoso camaleão. Que se passa por empresário na mesma forma que se passa por bandido. Cm é o cara que faz as ligação sem nenhum rastreio, entre Brasil, Venezuela, Paraguai e peru.

O Lado Feio Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora