𝙿𝚒𝚎𝚝𝚛𝚘

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Na manhã seguinte, me dei o direito de não trabalhar, ficaria o dia todo deitado, aproveitando cada segundo de paz e solidão que nunca mais iria ter, ali, Meu irmão sabendo como era, nem mandou ninguém me chamar para o sagrado momento do café da manhã que vivimos por anos ao lado da vagabunda que se dizia nossa mãe, me deixou ali por todo o restante do dia. Eu iria assumir uma nova vida, em um lugar desconhecido, então tinha que ter cuidado com os meus passos, baixar a cabeça, mas nunca deixar filho da puta nenhum pisar em mim.

Ouço a porta sendo aberta e olho vendo o meu irmão entrar pela a porta, e logo atrás vejo um muleque com ele.

DG: E aí, descansou bem brother?

PR: Pô, se durmo mais, é capaz de entrar em coma. Quem é?

Aponto pra um moleque de uns 13 ou 14 anos, mó cara de psicopata menor.

DG: Esse é o famoso fantasma da comunidade. Gabriel, mas chamam de snake. Moleque faz uns negócios aí pro chefe. Ele veio pegar um bagulho aqui, e já tá metendo o pé.

O moleque não dá nem moral, continua de cara fechada, como se tivesse com ódio deprimido. Meu irmão volta do quarto dos fundos entrega pra ele uma mochila preta com alguma coisa dentro. E tinha um lacre em cada zíper.

DG: já sabe né, se for pego, sozinho não tá, mas se abrir a boca te fode bonitinho e aquela diabinha.

_ Quantas vezes eu falhei?

Ele fala e sua voz é bem grossa pra idade que ele aparenta ter. O moleque não fala mas nada e mete o pé deixando só DG e eu.

PR: Mó jeito de psicopata esse moleque.

DG: 15 anos, uma irmã de 6 anos, a mãe uma pobre coitada que morreu tem uns dois anos, deixou os moleque a Deus dará. Largou os estudos pra cuidar da irmã, e entrou na vida. Mas muito esperto. Mas aí xô te falar um bagulho, amanhã tu pega um arma aí pra tu, e vou te falando como as coisas funciona. Agora vou ali tomar um banho e colar na casa da minha preta.
A doida da Luiza vai te ligar mas tarde.

Meu coração falta sair da caixa quando ele fala que minha ex mulher vai me ligar. Pô voltei no tempo, real mó saudade da minha mulher, ex mulher, minha bebê que já não é bebê. Porra véi que merda eu fiz na minha vida. Ligo a tv pondo num canal qualquer que passava um jornal local, já ia tirar quando algo me chama atenção.

“ Advogada Aurora costa 24 anos sofre atentado ao sair de um tribunal hoje a tarde. O carro da mesma foi alvejado de tiros, a mesma foi atingida mais ainda não se sabe quantos tiros pegaram na advogada. Hoje considerada uma das mas promissoras na carreira segundo os demais colegas em sua área. A jovem se encontra nesse momento no hospital onde a mãe Alicera costa diretora e médica cirurgiã que tem um projeto incrível na favela, realiza a cirurgia. Amigos e familiares estão nesse momento no aguardo de mais informações...

No mesmo instante sinto o mundo se abrir aos meus pés, porque motivos não sei. Mas algo dentro de mim me sufoca por uns minutos, que porra ponho o controle do lado e levanto balançando os braços, sensação idiota. Pego meu celular e procuro pelo o endereço do tal hospital, não sei o que passa em minha cabeça, porém começo a procurar o endereço.

_ Não tá pensando em ir lugar nenhum não né?

Ouço a voz grave do meu irmão logo atrás de mim. Me viro vendo ele encostado no batente da porta, pelo o modo que ele estava percebo que ele ainda não tinha tomado banho.

PR: O que quer dizer?

DG: Mano, tu acabou de fugir da saidinha. Geral vai está atrás de tu, ainda mais quem armou pra tu ser um fantasma sem reconhecimento de dados no presídio, acha mesmo que não vão está atrás de tu? Se liga, no hospital vai tá fechado de policial. Vai só caçar pra tua cabeça.

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⏰ Última atualização: Aug 18 ⏰

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