Me perguntei o que diabos o chefe dos cavaleiros queria comigo quando desviamos do caminho a sós e adentramos na floresta.Prendi minha respiração e aos poucos fui sentindo a falta de oxigênio em meus pulmões, me fazendo respirar pela necessidade e suspirar de alívio. Não se passou muito tempo e eu já estava segurando minha respiração novamente.
Enquanto ele desviava das folhas em silêncio, meus dedos deslizavam sobre a pele do cavalo que marchava sob mim. Senti os pelos curtos e macios do seu grande pescoço e, para manter minha sanidade, me mantive pensando apenas naquilo.
Por mais que tentasse, sua presença não desaparecia. Eu não ousaria olhar para trás, não ousaria olhar para os seus braços, que me mantinham ali, nas laterais da minha cintura, segurando as rédeas com firmeza.
Acreditei por alguns segundos que talvez fosse diferente. Que eu não seria tocada outra vez e aqui estou eu, completamente imóvel, em pânico e estou outra vez sem respirar. Assim que me dou conta disso, solto o ar com um pouco de urgência e respiro fundo.
Sinto seu olhar em mim, em meu corpo trêmulo. Seu olhar passeia pelas minhas mãos, que estão fechadas em punho. Sinto minhas unhas perfurarem a minha carne e me pego pensando somente na dor que estou sentindo, e por alguns segundos, já não estou mais em pânico. Mas retorna como uma onda gigante, e estou com medo. Meu coração está congelando aos poucos e estão perto demais de se estilhaçar.
Me senti assim o tempo todo quando estava perto de Damon, de meus pais adotivos da minha vida passada, como se tudo fosse apenas dor e que eu devesse apenas lidar com aquilo, como uma criança se recusando a comer feijão, eu me recusava a viver daquela forma, mas era minha realidade e aqueles olhos alheios me encaravam como se eu fosse apenas algo para se notar e apenas seguir sua vida. Eu não tinha escolha.
Lembro da mão grande que cobria meu ombro, da sola do seu sapato que pressionava meus dedos contra o chão. Me lembrei da dor esmagadora e aqueles sentimentos retornaram, dos únicos sentimentos presentes em minha vida, o medo, a dor que sentia sempre que apanhava até desmaiar.
Eu não havia me livrado daquilo. Eu realmente pensei que poderia me tornar uma mulher livre mesmo em território inimigo, onde todos me odiavam, fui ingênua o suficiente para baixar minha guarda.
O cavalo grune quando as rédeas os fazem parar, me acordando do meu estado de pânico. Meus olhos estavam arregalados, mas depois se fecharam tão fortes que quase tenho certeza que vi pontinhos brancos semelhantes à estrelas.
Dois pares de mãos apertam minha cintura e me levantam, me colocando para sentar de frente para ele ainda em cima do cavalo. Meus olhos ainda estavam fechados, mas eu os abri rápido o suficiente para perceber que Kai já havia descido do cavalo tão rapidamente que me surpreendeu.
Mas ele apenas não diz nada quando coloca a palma de sua mão em minhas costas e me segura com seu antebraço sob meus joelhos, me segurando contra si, como se minhas pernas não funcionassem mais. Senti sua armadura gelada contra minha pele mas isso não me surpreendeu. Eu estava em choque, completamente surtada, mas com uma expressão calma, meu rosto estava quase me entregando.
Por que ele está fazendo isso? Não viemos aqui para... Espera, por que tem um lago tão bonito aqui?
O lugar tinha pouco espaço de terra para caminharmos. Depois de alguns passos, estávamos sobre as grandes rochas que cobriam boa parte do lago, como aquelas imagens do google de praias rochosas que a maior parte é constituída de rochas e água.
Uau. É linda. A água é tão cristalina que eu poderia bebê-la agora mesmo.
Jurei que escorregariamos ali, mas ele estava caminhando sobre essas pedras tão habilmente que não precisei me perguntar. É um paladino, afinal.
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How to Survive My Cruel Husband's Family
Romance⚠️ 𝗔𝘁𝗲𝗻𝗰̧𝗮̃𝗼! 𝗦𝗲 𝘃𝗼𝗰𝗲̂ 𝗲́ 𝘀𝗲𝗻𝘀𝗶́𝘃𝗲𝗹 𝗮 𝘃𝗶𝗼𝗹𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗼𝘂 𝗮𝗯𝘂𝘀𝗼 𝗳𝗶́𝘀𝗶𝗰𝗼, 𝗿𝗲𝗰𝗼𝗺𝗲𝗻𝗱𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝗮̃𝗼 𝗹𝗲𝗶𝗮 𝗲𝘀𝘁𝗮 𝗼𝗯𝗿𝗮. - 𝗧𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼: Como sobreviver à família do meu marido cruel! - 𝗚𝗲̂𝗻𝗲...