𝐈𝐒𝐀𝐁𝐄𝐋𝐀 𝐏𝐈𝐓𝐎𝐍
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NÃO DEVIA' ter aceitado todos aqueles shot's de tequila da Júlia.
Minha cabeça latejava com a luz que entrava pela janela do quarto, e meu corpo parecia pesado com as mãos dele dentro da minha camisa.
Mãos. Dele. Dentro. Da. Minha. Camisa.
Em um movimento brusco levantei da cama rapidamente, pouco me importava se iria ou não acordar ele. Pouco me importava a possibilidade, ou até mesmo passar uma boa impressão.
E eu nem precisava disso.
Ele já me conhecia bem.
Muito bem mesmo, acho que agora mais do que nunca.
Minha maior preocupação era: Que porra é essa? Como deixei isso acontecer?
Ele dormia tranquilo, sereno, enquanto eu sentia minha alma se esvair do meu corpo aos poucos, pensando em milhões de possibilidades de me jogar dessa janela.
Estava quase entrando em colapso pensando em como ele era estranhamente bonito e atraente dormindo.
Foco! Pelo amor de Deus. Foco.
A situação parecia piorar a cada segundo que passava.
Não bastava ter acordado ao lado dele — e ter transado com ele. Mas para piorar é claro que eu tinha que estar usando uma camiseta dele.
E eu tenho certeza que o: 99 VEGETTI estava escrito atrás.
Gigante. E em negrito.
Puta. Que. Pariu.
Catava minhas roupas do chão com muita pressa, enquanto sentia meu cérebro se autosabotar lembrando de flashes da noite passada, me fazendo tropeçar nos meus próprios pés enquanto colocava a minha saia.
Rezava para todos os santos possíveis para que ele não acordasse e tornasse a situação ainda pior. E eu só queria saber onde estava a merda da minha calcinha.
Na verdade, nem me importava mais, já estava me praguejando o suficiente por causa do sapato.
Maldita hora em que escolhi sair de salto.
Por que não um tênis? Um chinelo?
É claro que não, tinha que ser um salto entrelaçado.
E se eu já estava desesperada antes, tudo piorou quando vi ele se remexer pela cama me procurando pelo espaço vazio.
Parei de respirar, de me mexer, de se quer pensar.
Ele se mexeu mais uma vez e virou de bruços.
Nem tive a coragem de terminar de amarrar os meus saltos e sai do quarto correndo.
Como se eu dependesse daquilo pra sobreviver.
E eu dependia.
Não sei qual seria a minha reação caso ele acordasse e me visse ali.
Com a camisa dele.
No quarto dele.
Depois de uma madrugada inteira de sexo.
Meu Deus, me perdoa por ter transado com ele, me perdoa por ter gostado de transar com ele.
Enchia a caixa postal da Júlia de mensagens, ao mesmo tempo em que eu me praguejava de inúmeras formas.
Sempre mantive o profissional. Óbvio que já teve uns casos ali e aqui, mas não DENTRO do meu ambiente de trabalho. Nunca. Nunca mesmo dentro do meu clube.
E tinha que ser ele? Justo ele?
Tantos homens no mundo.
Quantos jogadores tinham naquela festa? Não acho que eu seria capaz de numerar. Até mesmo os meninos, que eu tenho contato todos os dias e até mais intimidade do que ele.
Podia ser qualquer um.
Gabriel, Erick, Marlon.
Todos eles dão positivo para o meu tipo de homem.
Mas ele?
Divorciado.
Cafageste.
E o principal de tudo, novato.Ele acabou de chegar no clube.
Tudo negativo.
Muito negativo.
O que o espanhol faz com a gente depois de umas doses de tequila?
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vi que vocês gostaram do prólogo e já trouxe o primeiro capítulo (mesmo com a demora).
espero que gostem. um beijo.
+5 comentários e eu solto o próx 🤎