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{ Anita Pov }

Permaneci estática no mesmo local encarando Ester em minha frente, por um momento, mas só por um momento, eu me esqueci que Verônica estava ali ao meu lado, ela apertou minha mão me fazendo notar sua presença.

O tempo fez bem a ela, sua aparência mudou bastante. Não sei se a forma de ser a mesma, creio que tenha mudado.

Para quebrar a tensão olhei para Verônica, Ester seguiu meu olhar.

—Essa é?–Ester perguntou olhando para Verônica.

—Minha esposa, Mikaela.–Apresentei.

Verônica apenas balançou a cabeça em um cumprimento.

—Que linda esposa.–Ester elogiou olhando Verônica de cima a baixo, A dona dos olhos castanhos não estava confortável.—Já pensou em ser modelo, gatinha?

—Não, não me encaixo nessa profissão. Eu gosto de outras coisas.– Verônica me olhou em um pedido mudo para sairmos dali.

—Okay e você hein? –Ester me encarou. Verônica respirou fundo.—Está tão diferente, Você mudou muito!

—Você também mudou, não sei se foi para melhor ou pior.–Ester riu.

—Continua uma galegona como anos atrás.–Ao ouvir ela me chamar pelo apelido de anos atrás, o coração errou a batida.—Me diz, vocês são casadas mesmo ou só moram juntas?

Levantei minha mão esquerda no ar mostrando a aliança no meu anelar, Ester me olhou de um jeito indecifrável.

—Somo casadas mesmo, igreja, cartório e tudo que tem direito.– Respondi e Verônica me deu um sorriso.

—Formam um belo casal. Deveríamos marcar um dia para jogar conversa fora, sabe?

—É, quem sabe.–Dei de ombros, querendo acabar com aquela conversa.—Eu vou indo.

Fui com Verônica diretamente para o salão, todos de minha família estavam sentados, menos as crianças que brincavam.

Chegamos perto deles e me sentei próxima ao meu avô.

—Como foi o reencontro?–Meu avô pergunta assim que eu me sentei, Verônica sentou ao meu lado.

— Não aconteceu nada demais...–Coloquei minha mão sobre a dela fazendo carinho de leve.

Ela não me olhava, sua atenção estava nas crianças. Aérea em seus pensamentos decidi não interferir.

Olhei ao redor apreciando o local e as pessoas, Ester brincava com a sobrinha Milena e ela parecia feliz. Os olhos escuros da morena pararam nos meus, mantemos esse olhar por um bom tempo.

Me assustei com o barulho da cadeira ao lado ser arrastada, Verônica se levantou.

—Aonde você vai?

—Vou tomar um pouco de ar. Por favor, me deixe sozinha por alguns minutos.–Ela pediu e saiu do salão, confesso que estou preocupada. Outra pessoa se sentou na cadeira, era a Ester.

—Oi, aonde ela foi?–Ester perguntou se referindo a Verônica.

—Ahh, ela foi tomar um pouco de ar. Acho que ela não está se sentindo bem.–Voltei minha atenção para o salão.

—E por onde você andou durante esses anos? Eu fiquei preocupada!

—Ficou preocupada ou com dor na consciência por ter me tratado daquele jeito?

— Você sabe porque eu te tratava daquele jeito.

—Porque você queria ser popular, humilhava quem tentasse alcançar o que você queria, você ofuscava o brilho das outras pessoas, queria ser a melhor.–Soltava as palavras no automático, aproximei meu rosto do dela.— Crescemos, e agora? Você ainda precisa de popularidade na escola?
Ester olhou para os dedos, as palavras fizeram efeito.

Agente FBI | veronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora