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{ Agente A.B. Pov }

Permaneci meu olhar fixo em Verônica que no momento da pergunta abaixou a cabeça.

Ela estava pensativa.

—Eu não sei.– falou sem me olhar.— Não me lembro de nada referente a isso. Matias não falou nada comigo a respeito desse chip.

Me levantei, andando de um lado para o outro.

—Ele falava em metáforas com você?–Perguntei me virando para fitar Verônica, que pareceu pensar.

— Sim, mas eram coisas que eu não me recordo.

—Certo, e presentes? ele te dava presentes?

—Sim!

—Qual foi o último presente dele?

—Desculpa. Eu não estou conseguindo raciocinar, pensar direito com esse interrogatório!–Verônica se acomodou na cama, se encostando na cabeceira.

—Só mais uma pergunta. Qual era a frase que ele gosta? Digo, todos temos uma frase a qual nos identificamos, qual era a dele?

—Uma frase de vegas, 'tudo que acontece em vegas, fica em vegas.'–Respirou fundo.—Amanhã eu vou poder voltar para casa?

— Não é tão simples assim. Amanhã chega mais duas pessoas aqui, não quero que se surpreenda por ver uma familiar.

— Não entendi.

—A Keana que você conheceu recentemente, ela é minha estagiária e tá comigo nessa missão.–Verônica ficou com uma expressão surpresa.

— A menina que eu levei no instituto hoje?–Verônica perguntou com a boca aberta.

— Sim, mas não foi a intenção dela se aproximar de você.– Me justifiquei por aquela traidora.

—Não foi mesmo!–Verônica confirmou. Ergui uma sobrancelha.

—Não?!– perguntei incerta.

—Não. Foi eu que me aproximei dela, Não vi nenhuma intenção dela querendo se aproximar de mim. Agora você...–Verônica  me olhou e deu um sorriso fraco.—...Quase me iludiu.

—Iludir? Você acha que eu criei tudo isso? Que eu queria que acontecesse tudo isso?–Estou realmente ofendida por ela achar que meus sentimentos, é só pelo profissional. —Essa é minha missão e acredite, eu nunca esperaria sentir o que estou sentindo agora.

—Então me fala, me fala o que você está sentindo agora?– Questionou se levantando da cama, vindo em minha direção me empurrando pelos ombros.—Eu sou a mais machucada dessa merda toda, eu sou a mais prejudicada aqui, não só eu, a minha família também!– ela me empurrou mais uma vez.—O cara que eu ia me casar há dois anos atrás, além de noivo era meu melhor amigo, era o amor da minha vida. A pessoa que eu julgava ser a mais fiel, correta, sensata e honesta da humanidade. Agora eu descubro que tudo foi uma farsa, que ele era um traficante e ainda me deixou nessa situação com a minha família. Você acha que isso tá sendo fácil para mim, "agente"?–fez aspas no ar em tom de deboche.—Eu... deixa para lá.

—Você deveria descansar agora.–Digo em uma tentativa de acalma-la.

—Para você é fácil falar, não é você e nem sua família que está na mira de um bando de bandidos.–Verônica voltou para a cama.

Ah, eu vou ter muita paciência para lidar com esse ser.

—De fato, eu estou na mira deles. Estou protegendo você, mal agradecida.–Saio do quarto ficando no corredor. Me encostei na parede próxima a porta do quarto, encostando minha cabeça nela.

Agente FBI | veronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora