Capítulo 02

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Ainda no jardim, Gustav estava apavorado e era notório para Isabel, mas a jovem não entendia o porque, sendo que era impossível seus pais descobrirem o que tinha acontecido minutos atrás, Gonçalo e o pai de Gustav sentiram um falso clima de romance entre os dois e isso era notório para a moça que se irritou mentalmente:

— Espero que estejam gostando da cidade! – Introduziu a dama.

— Vale Verde é um tesouro escondido neste país, estou gostando muito, a propósito eu não me apresentei até agora. Sou Ferdinand Müller Machado! – Se apresentou beijando a mão de Isabel.

— Pretendem ficar quanto tempo? – Continuou a jovem.

— És muito curiosa moça.

— Isabel – Pronunciou com a voz mais potente, mantendo a suavidade. — E perguntar não ofende, certo?

Ferdinand soltou um breve sorriso respondendo:

— Está certa, vamos ficar por aqui por tempo indeterminado. Estão convidados a conhecer nossa casa qualquer dia, mas agora, de verdade, precisamos ir!

— Meu pai está certo, até uma próxima senhor e senhora Corrêa! – Disse Gustav dando a última palavra.

O garoto e seu pai, Ferdinand Müller, atravessaram os jardins meticulosamente cuidados da mansão dos Corrêa. A luz crepuscular lançava sombras suaves sobre as folhas das árvores e as delicadas pétalas das flores, criando um cenário de contemplação.

O caminho de cascalho sob seus pés emitia um suave murmúrio enquanto se dirigiam em direção ao automóvel estacionado à sombra de uma majestosa árvore. Ferdinand liderava com passos confiantes, enquanto Gustav acompanhava com uma expressão séria, ainda absorvendo as nuances do recente ocorrido.

Ao chegarem ao automóvel, um elegante modelo da época, reluzindo à luz das lanternas, o senhor Müller abriu a porta do motorista com uma mão firme. O filho, ao lado dele, entrou no veículo, enquanto o farfalhar das folhas e o canto distante dos grilos proporcionavam uma trilha sonora serena.

O motor ronronou à vida, preenchendo o ar com sua suave melodia mecânica. Os faróis cortaram a escuridão emergente quando Ferdinand Müller manobrou o automóvel pela entrada da mansão. À medida que se aproximavam do grande portão com grades, as luzes do automóvel lançavam uma sombra dançante sobre as ornamentações de metal.

O grande portão, majestoso e imponente, começou a se abrir lentamente, como se cedesse à partida das negociações. Ferdinand guiou o automóvel pela entrada, e as grades se fecharam com um som metálico atrás deles, encapsulando os acordos e segredos compartilhados nas conversas.

Com a mansão dos Corrêa diminuindo no espelho retrovisor, Gustav e seu pai partiram pela estrada noturna, rumo a um futuro incerto onde as decisões da noite teriam repercussões ainda desconhecidas:

— Porque está tão calado Gustav?

— É a menina Isabel, não acha ela desafiadora?

— Eu a considero petulante para uma dama, isso sim e o pior é que o Gonçalo acha lindo isso nela, tem algo acontecendo entre vocês?

— Por Deus pai, acabamos de nos conhecer.

— Isso não quer dizer nada, não quando se trata de uma menina como ela, não podemos negar que Isabel é bonita, obviamente não puxou o pai.

O assunto discutido fez Gustav se lembrar da forte sedução que enfrentou com Isabel e com isso, a respiração do jovem ficou acelerada, mas Ferdinand só começou a notar quando viu seu filho suando:

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