— Olá.
— Olá, Isabel. Está muito crescida e com uma beleza leviana.
— O seu parente não considerou minha beleza ser algo leviano.
— Ele não é o meu parente, é apenas um jovem que me simpatizei muito por ser filho de uma grande amiga.
— Faz caridades agora?
— Não, nunca fui disso e já é tarde para mudar. Para alguém prestes a se casar, está muito curiosa a respeito de André.
— É um casamento de fachada, enfim, sabe muito bem o que é isso.
— Mas ele parece estar tão envolvido, andei observando vocês dois com o André e aquela menininha no jardim.
— Ele está sim, está perdidamente apaixonado. O que é uma pena para ele pois não sinto nem a metade do que gostaria.
— Seu pai não entrou em detalhes a respeito do estado financeiro da família. Esse casamento vai nos salvar de quantos prejuízos?
— Eu não faço ideia, meu pai não se abre sobre assuntos de negócios com uma mulher.
— Não me subestime, Bel!
— Isabel para a senhorita. Vou deixá-la, deve estar morta de cansaço, mas não se acostume pois você e o seu cachorrinho ficarão pouco tempo aqui.
Após uma conversa intensa e carregada de tensão, Isabel e sua madrasta Alda finalmente chegaram a um acordo tácito, encerrando o debate com uma trégua temporária. Ambas sabiam que suas diferenças não seriam resolvidas facilmente, mas por enquanto, optaram por colocar suas disputas de lado em prol da harmonia momentânea na mansão dos Corrêa.
Isabel deixou o quarto de hóspedes com um suspiro de alívio, sentindo o peso do confronto desaparecer de seus ombros. No entanto, ela sabia que ainda havia muito a ser resolvido entre ela e sua madrasta, e que o jogo de poder estava longe de terminar.
Enquanto descia os corredores da mansão, Isabel se viu envolta pela familiaridade dos antigos retratos e móveis luxuosos que adornavam as paredes e os salões. O ambiente solene da mansão dos Corrêa parecia ecoar com os suspiros do passado, lembrando-a das responsabilidades que recaíam sobre seus ombros como herdeira da família.
Ao alcançar a grande escadaria de madeira que levava ao andar inferior, Isabel avistou André, o jovem e charmoso cavalheiro que havia conhecido recentemente. Seus olhos se encontraram em um instante de reconhecimento mútuo, e um sorriso malicioso curvou os lábios de Isabel.
Sem hesitar, ela desceu os degraus com uma elegância natural, sua postura impecável e sua expressão confiante. Ao se aproximar de André, ela deixou escapar um comentário provocativo, testando os limites do homem diante dela, assim como havia feito com Gustav na primeira vez que se viram.O encontro entre Isabel e André era carregado de uma tensão sutil, uma eletricidade invisível que pairava entre eles enquanto trocavam palavras afiadas e olhares desafiadores. Era como se estivessem dançando em uma corda bamba, equilibrando-se entre a atração e a resistência, enquanto o mundo ao seu redor desaparecia, deixando apenas os dois em seu próprio jogo de sedução e intriga:
— Onde está o meu noivo?
— Ele saiu daqui já faz um tempo, senhorita.
— E sem se despedir, que chato, mas ainda bem que ele me deixou em boas mãos.
— Senhorita, por favor...
— Acho bom lembrar que essa é uma casa diferente de qualquer uma já vista por ti. Aqui, são as mulheres que ditam as regras e vocês, seus lindinhos, obedecem.
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Marionetes Do Poder
General Fiction"Marionetes do Poder" é uma narrativa envolvente que mergulha nos meandros da alta sociedade, centrada na protagonista Isabel, uma jovem ambiciosa determinada a conquistar o controle sobre a sua influente família Corrêa. Confrontada pela formidável...