Me Chamem De Noah

6 Força de vontade

   Assim que olho o quadro, percebo que a aula é de geografia.
   Fazemos Alguns exercícios para relembrar o aprendizado do ano passado. Nada muito difícil e eu completo eles sem dificuldade.E, para o meu alívio, em nenhum momento o professor pergunta nossos nomes.
   O alarme do intervalo toca.
   Safira praticamente pula da cadeira e agarra meu braço e o de Oliver.
   Eu me levanto, afinal de Contas, eu conheço minha amiga. Oliver demora um pouco mais, mas ainda sim se levanta e nos acompanha.
   O garoto ao meu lado também se levanta. Ele coloca as mãos no bolso do moletom e sai um pouco antes de nós três.
   Por algum motivo, eu não consegui tirar ele da cabeça durante a aula. Não foi nada problemático ao ponto de eu não conseguir me concentrar, mas parece que eu estava sempre prestando atenção nele de alguma forma. Teve até um momento breve em que ele me olhou por um tempo, oque me fez desviar o olhar rapidamente.
   -Oque vocês acharam da aula?- Disse Safira me trazendo de volta a realidade.
   -Legalzinha... -Oliver murmurou.
   A resposta foi dirigida a Safira, mas em momento algum ele parou de me encarar. Isso está começando a me encomodar. Será que esse cara é maluco?
   -Galera eu vou no banheiro, Noah, mostra a escola pro Oliver?
   -Beleza!
   A Safira entra no banheiro me deixando sozinho com aquele maluco do Oliver.
   -Eu vi tá? - Ele diz me deixando surpreso.
   -Viu oque?
   -Você olhando para aquele garoto.
   Ok... Agora eu estou preocupado.
   Eu espero muito que esse cara não seja um assassino procurando a próxima vítima.
   -Por que você estava me encarando?
   -Por que você estava encarando aquele menino?
   Ele tem um ponto.
   -Olha, eu só achei que ele devia ser legal.
   -Então fala com ele.
   Quase ri com essa suposição.
   Eu não tenho muita autoconfiança.
   -Eu... E se ele me rejeitar?
   -Aí você supera Ué.
   Lanço um olhar de desprezo para ele.
   -Se ele falar com você, você pode conseguir um novo amigo. Assim como eu. - Ele completa se aproximando -Só vai. Se der certo, deu. E se não der certo, já era, pelo menos você tentou.
   Essas palavras mexeram comigo.
   -Tá bom - Nem acredito que estou falando isso.
   -ISSO! -Ele comemora. - Vai lá! - Ele aponta para um banco, no qual o garoto estava sentado.
   -Me deseje sorte!
   Eu ando até Ele. Ele nem parece notar que eu estou alí.