9 O passarinho morto

8 1 0
                                    


   Logo ouvimos O sinal. O maravilha!
   Como todos estudamos na mesma sala, vamos juntos até ela.
   Estranhamente, não falamos nada no caminho. Oque me faz questionar se nós teremos algum assunto durante o nosso suposto encontro entre amigos.
  
   A aula já acabou,então nós vamos para casa.
   -Até mais gente!- diz Luka extremamente Alegre.
   Luka parece muito mais feliz do que antes.
   Todos nós nos despedimos, mas eu ainda resolvo confrontar minha melhor amiga.
   Puxo ela pelo braço logo após sairmos da escola.
   -Ooou, tá doido é? Eu vou perder o ônibus. -ela diz meio nervosa.
   -Ok, mas antes, promete que não vai fazer de novo?
   -Fazer oque? Perceber que você tá afim de alguém?
   -Que!? Não!Eu tô falando de você concordar em sair hoje. Tipo, você sabe como eu sou, eu só disse aquilo por impulso, e você concordou. Eu não... acho que eu esteja pronto pra sair hoje...
   -Atá, me desculpa, eu só fiquei empolgada com a ideia... - Ela levanta seu braço e o encosta suavemente no meu ombro. - eu esqueci como você se sente em relação a este tipo de coisa, desculpa.
   Nós nos abraçamos,e, a este ponto Luka e Oliver já não estão mais na escola e eu me sinto mais a vontade.
   Ela se desfaz do nosso abraço primeiro e fala:
    -Tabom, mas você está claramente afim do Luka.
   Ok... Isso foi inesperado
   -Ta doida? Eu nunca fui afim de  ninguém. E... eu acho que é muito cedo para assumir que eu estou gostando dele ou coisa assim, tipo a gente só se conheceu hoje e... - Paro, por algum motivo.
   Ela coloca a mão em meu ombro de novo.
   -Você já foi afim de alguém sim.
   Sim, isso é verdade, mas eu não queria que fosse, eu não queria que tudo aquilo tivesse acontecido.
   As palavras dela mexeram muito comigo, então não consigui falar nada.
   Logo após dizer isso, posso perceber que ela fica pálida, e seu rosto se enche de desespero.
   Vejo o ônibus dela chegar atrás da mesma. Ela ouve o barulho e olha para trás, aonde o ônibus está. Então se volta para mim e fala:
   -Até mais...
   Ela me abraça novamente e me encara com um sorriso triste no rosto. Ela deve ter ficado sem jeito, provavelmente percebeu oque falou.
   Vejo ela ir até o ônibus e abanando para mim pela janela.
   Eu não consigo fazer nada, pois estou perdido em memórias horríveis. Até que, volto a realidade. Eu percebo que estou chorando e que devo ter ficado uns 2 minutos parado alí.
   Retomo meu caminho para casa. Eu estou andando (ainda meio abatido) quando me deparo com Oliver.
   Ele está olhando pensativo para a estrada. Quando eu chego mais perto e olho para o mesmo lugar, percebo um pássaro morto no meio da estrada.
   Ele finalmente nota a minha presença.
   -AI JESUS CRISTO!!! Que susto cara. - ele diz aregalando os olhos e quase dando um pulo oque me faz rir um pouco.
   Ele percebe que meus olhos ainda estavam vermelhos e inchados e parece se surpreender.
   -Você está bem?
  Que pergunta curiosa.
   Fico tentado a falar a história completa, mas me contenho
   -Não é nada não, não se preocupe.
   -Tá né... Mas, se precisar de algo, eu tô aqui.
   Isso me deixa surpreso e sem jeito, então mudo de assunto.
   -Obrigado... Mas, e aquilo? -digo apontado para o pássaro morto. -Devemos enterrá-lo.
   -Pois é, mas não podemos encostar nele.
   Penso um pouco e pego dois gravetos no canto da causada, olho para os dois lados da rua e vou até o passarinho, peguo-o com os gravetos e o levo para a causada.
   -Eu sou um tonto mesmo. -diz Oliver.
   -Hahaha... Cala a boca e vem me ajudar a enterrar o passarinho de uma vez.
   Enterramos o passarinho e ficamos um graveto como uma lápide.
   Em seguida retomamos o caminho sem falar uma palavra.
   Nós estranhamente não estávamos nos separando em momento algum, então Oliver enfim perguntou.
   -Onde você mora? Eu Moro no bairro das Laranjeiras.
   -Sério? Eu também.- digo surpreso
   -Pois é... a gente já tá no nosso bairro.
   -Verdade...
   Nós viramos a esquina, chegando na rua onde eu moro.
   Estou prestes a comentar isso, mas Oliver é mais rápido.
   -Bom, esta é minha rua.
   Eu estou muito surpreso, tanto que até paro de andar.
   Ele se vira para trás confuso do porquê de eu ter parado derrepente.
   -Eu também Moro nesta rua. - digo ainda surpreso.
   Estranhamente, ele não parece surpreso, oque me assusta a
   -Caraca que legal. -ele finalmente responde.
   -Como eu nunca te vi? Eu Moro aqui á dez anos.
   -Eu me mudei nas férias.
   -Ah... tá.
   Ainda sim, é estranho eu não ter visto ele, que cara esquisito.

  
  

Me Chamem De NoahOnde histórias criam vida. Descubra agora