CAPÍTULO 5

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O Vício

LUCIANO

ESTAVA SE TORNANDO um hábito ficar com Inácio. Nos pegávamos em qualquer canto sempre que ficávamos sozinhos.

Inicialmente, após uma primeira brotheragem - acho que esse é o termo - meio confusa, onde eu não sabia exatamente o que estávamos fazendo - só sei que foi muito bom -, pensei que as coisas ficariam estranhas entre nós. Imaginei que ele iria pensar que era coisa de festa, uma ficada para matar a curiosidade, uma experimentação. Então meio que esperei ele acordar e me expulsar do quarto dele e pedir para esquecermos tudo o que houve, que não tinha sido nada demais e que não voltaria a acontecer.

Só que não foi bem isso o que aconteceu.

Inácio ocupava quase toda a cama, o que resultava em estarmos grudados a ponto da minha mão meio que encostar em uma possível ereção lá embaixo. Ele abriu os olhos e esticou logo um sorriso cafajeste ao me ver.

- E-e aí, peão! - falei com a voz falha ao olhar para baixo e ver que o pau dele realmente estava duro. Diante disso, o meu começou a despertar também.

- E aí é o caralho - falou com a voz rouca e um riso zombeteiro. - A gente pode fazer de novo?

- C-claro. - Era meio louco pensar que ele desejava mais mesmo não estando mais atiçado pelo álcool; dessa vez era só tesão e isso estava me estimulando também.

- Mas dessa vez a gente pode ir até o final? - perguntou, chegando mais perto e selando nossos lábios.
Ainda tinha isso!

Na noite anterior eu estava determinado a fazer tudo na cama com Inácio, dar prazer a ele e obter também. Foi tudo muito intenso e gostoso, mas na hora da penetração acabei amarelando, o que não impediu que tivéssemos bons orgasmos. Mas contudo, senti-me inseguro por não termos indo mais longe.

Na verdade, eu meio que tinha medo. Uma vez no chuveiro resolvi experimentar umas dedadas para saber que sensação tinha estimulando pela ideia de que pessoas costumam dizer que o ponto G de um homem está na bunda. Mas fazer essa merda me deixou de traseiro ardido por todo o dia. Como então poderia eu dar a bunda para Inácio que tinha um bastão de basebol no meio da pernas? Ele ia me aleijar.

Ou talvez eu só estivesse sendo dramático, afinal a maioria das pessoas faz anal e são felizes.

A mão dele agora estava deslizando para a minha bunda, encostando com a pontinha do indicador na minha entrada. O olhar dele era pedinte, seu pau estava latejando na minha mão e o calor dele exalava tesão. Tudo isso me fez pensar que não custava tentar ir mais longe com ele. Eu tinha um tesão surreal em Inácio e pelo o que podia ver, ele também tinha o mesmo sentimento em relação a mim, ou seja, valia a pena tentar. Se fosse para acontecer, teria que ser com ele.

- Promete que vai devagar?

Ele riu e me beijou.

- Vou ser gentil com você, Ciano. E também vou te fazer gozar com nunca antes. - Disse ele, para então vir por sobre mim.

Agora eu recordava e sorria. Doeu tanto que tive vontade de gritar, estava sendo deflorado por Inácio, entregando minha virgindade e intimidade a ele. Por sua vez, o peão estava sendo cuidadoso, carinhoso e ao mesmo tempo forte e maciço.

Eu não me recordava de ter feito um sexo tão quente como esse em toda a minha vida. Houve um momento em que não tive mais dor, somente um prazer vertiginoso e arrebatador. Tudo era prazeroso e palpável: seus braços fortes em mim, suas estocadas sincronizadas, seus gemidos e arfares controlados diretamente nos meus ouvidos e principalmente seus lábios cravados no meu pescoço. Ainda que abafando meus suspiros e murmúrios no travesseiro, tive o maior orgasmo de toda a minha vida.

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