V.Não cutuque a morte, ela responde

65 6 79
                                    

Atlas Lazaridis Narrando:

❝ 𝘚𝘰𝘶 𝘧𝘳𝘪𝘰 𝘦 𝘤𝘢𝘭𝘤𝘶𝘭𝘪𝘴𝘵𝘢, 𝘴𝘰𝘶 𝘶𝘮 𝘢𝘴𝘴𝘢𝘴𝘴𝘪𝘯𝘰, 𝘶𝘮 𝘮𝘢𝘧𝘪𝘰𝘴𝘰, 𝘦𝘯𝘵ã𝘰 𝘵𝘰𝘮𝘦 𝘤𝘶𝘪𝘥𝘢𝘥𝘰, 𝘨𝘢𝘳𝘰𝘵𝘢 ❞

Estávamos prestes a aterrar em New York quando pousei meu olhar sobre a garota adormecida do lado de Tyller no jato privado, revirei os olhos, para olhar para as nuvens pela janela.

Maldita fosse ela, a audácia que ela carregava só não era maior que aquele corpo aliciante que ela tinha.

Em apenas um dia, por apenas alguns insignificantes minutos, ela conseguiu me tirar do sério de todas as formas possíveis, porque primeiro ela veio toda curvilínea naquele pedaço de pano branco, seu rosto angelical que enganava a qualquer um, fez com que ficasse até sentindo de ter de me livrar dela, mas maldição, ela fez com que eu agisse como um animal, eu bati nela... maldita.

Eu não era um anjo e era de se admitir, pelo contrário eu era o demônio do arranha céus, o impiedoso e implacável diabo da Ndrangheta, meu império foi construído sob punho de aço, medo e respeito por parte de todos os que me servem e conhecem, mas eu não era covarde para bater em mulheres, em casos extremos, eu podia até matar, mas da forma mais rápida e indolor que conseguisse, não a pancada, preferia colocar uma bala no meio da sua testa.

Pode até ser controverso, sim, mas eu não era a porcaria de um agressor de mulheres, e eu odiava a possibilidade de puder ser comparado a um, como Melanie fazia, ela não perdia uma oportunidade para me lembrar do que havia acontecido, droga, no fundo mesmo a culpa também era dela, eu não o fiz por querer.

❝𝐃𝐈𝐀 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐑𝐈𝐎𝐑❞

Acordei com o bater da porta ecoando na minha cabeça, resmunguei ao perceber que ainda estava no meu escritório, sentado na minha poltrona atrás da escrivaninha, não tinha dormido quase nada, aliás, não tinha dormido nada.

— meu menino? — Henrietta colocou a cabeça pela porta.

— pode entrar Henrietta, vem — calmamente me ajeitei na cadeira giratória, cocei a têmpora.

— você tem dormido pouco, estou preocupada, devia descansar — falou com preocupação enquanto que aproximava seu pequeno corpo de mim, levando nas mãos uma bandeja de comida para a pousar na escrivaninha, notei o frasquinho de comprimidos nela.

— não tenho tempo para descansar agora Rietta, preciso terminar o meu trabalho — vi o olhar da senhora de idade se entristecer, suspirei, me levantei da cadeira e me aproximei dela dando em evidência nossa diferença de tamanhos, logo envolvi seu pequeno corpo com meus braços carinhosamente — não fique triste, assim que terminar, eu deixo você cuidar de mim, prometo — beijei o topo da sua cabeça.

— está bem meu menino, só não deixe de tomar seus remédios — sorriu tranquila retribuindo meu abraço — mas agora coma essa comida que eu trouxe.

— está bem, pode deixar — respondi obedientemente, ela era a única que tinha o privilégio de me ter falando e sendo manso daquele jeito, literalmente.

Henrietta era como uma mãe para mim e Tyller, a mãe que eu nunca tive, do tipo que cuida dos seus filhos e os ama de corpo e alma.

𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 𝐏♡𝐑 𝐃𝐈𝐑𝐄𝐈𝐓𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora