Os gritos e súplicas de Grimm se tornaram abafados à medida que eu subia as escadas. como esperado, os degraus rangiam a cada passo meu. Me segurava no corrimão da escada e meus dedos sujavam de poeira fina, limpei meus dedos no manto e segui subindo.
Os corredores eram escuros, com apenas a luz da lua passando pelas tábuas das janelas bloqueadas. Notei lamparinas empoeiradas no alto das paredes, provavelmente eram velhas e não funcionavam mais, talvez eu tentasse acendê-las mais tarde quando fosse dormir, odiaria dormir nesse dormitório no escuro. Ainda mais com o Grimm, se ele não fosse embora ou então fosse expulso novamente.
No teto havia teias de aranha que mais pareciam barbantes colados no teto. Eu seguia em frente sem olhar pra cima, pois tinha certeza que se visse uma única aranha, era o suficiente para eu não dormir o resto da noite.
Quase não reparei quando chutei uma lamparina no chão para perto da parede, e de frente a meus pés jazia um quadro caído ao chão. Esperava a tanto tempo naquele chão que alguém o botasse de volta na parede que já não mais havia tinta em sua tela, desaparecerá no tempo a bela figura que ninguém jamais soube que esteve ali.
Peguei o quadro e o encostei na parede, ao lado do papel de parede desgastado.
Conforme eu seguia o corredor, eu tentava abrir as portas dos quartos na esperança de que eu achasse um segundo armário de limpeza. Mas todos estavam trancados, bloqueados ou então eram somente quartos sujos e bagunçados.
Tentava abrir mais uma porta quando meu braço se arrepiou, logo depois meu corpo. De repente o corredor ficou frio, muito frio, o manto nem conseguia me aquecer nesse momento. Poderia ser a chuva? Mas todas as passagens estavam fechadas. De onde estaria vindo esse frio?
Foi quando comecei a prestar mais atenção aos sons da casa, ruídos distantes mas ao mesmo tempo próximos se disfarçavam ao barulho da chuva. Uma brisa gelada passou atrás de mim e sons estranhos eram cada vez mais audíveis, começando a fazer eco nos corredores.
Uma sensação estranha tomou conta do lugar, brisas geladas passaram por mim como gaviões fazendo mergulhos no céu, os arrepios ficaram piores fazendo minha pele ficar dormente por baixo do manto.
As brisas se transformaram em ventos, passando por mim como flechas e cada vez que passavam por mim, eu podia ouvir perto do meu ouvido, vozes... Risadas.
Zombaria
A sensação estranha começou a se fazer presente dentro de mim, me obrigando a deixar meus sentidos no máximo. Eu olhava para cada sombra, escutava cada vento, tentando achar de onde estava vindo aquelas risadas.
Confusão e desconfiança tomaram conta de meus sentidos, e agora eles me alertavam desesperadamente para correr. Correr, Correr, Correr. Era isso que me diziam insistentemente até eu ficar surda.
Maitê: Não gosto dessa sensação. - Eu andava pra trás devagar. Eu só precisava de um sinal, um sinal de perigo para eu correr para a sala. Lidar com um Grimm selvagem era melhor do que o quer que fosse que estivesse aqui em cima.
A última brisa passou atrás de mim em câmera lenta, meu coração acelerou e meus olhos arregalaram ao escutar bem próximo ao meu ouvido.
Hihihihi...
Me virei rapidamente para ver o que era, e quase instantâneamente me arrependi de ter me assustado tão facilmente com isso.
Na escuridão do corredor, três luzes pálidas como neve se fizeram presentes ao flutuar centímetros acima de mim. Me olhavam com zombaria e suas risadas eram de palhaços malignos, planejando não deixar ninguém sair do circo até que tenham se divertido sugando sua alegria.
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Twisted Wonderland: Apenas maldade em meu ser
De TodoVoltar para casa sozinha de noite foi definitivamente uma das suas piores ideias. Maitê descobriu isso no momento que atravessou a rua e viu uma carruagem com dois cavalos negros vindo com tudo em sua direção. E sua situação piorou ainda mais quand...