Between Notes and Provocations

000. The Beginning

  NAJLA NUNEMACHER, esse é meu nome. Completei recentemente dezenove anos, sou escorpiana, tenho quatro irmãos mais novos e trabalho para sustentar a eles e ao meu avô materno, Geraldo. Cuido deles desde os dez anos sem reclamar, porque não temos muitas opções. Essa mulher, Morgana, que eu havia ignorado por muito tempo, abandonou meu irmão de oito anos, Saymon, e a mim, e dois anos depois trouxe mais dois filhos para nossas vidas, Verena e Valentim. Ela ficou uma semana, depois roubou todo o nosso dinheiro reserva e fugiu com um novo namorado. Semana passada ela me entregou uma recém-nascida, colocamos o nome da pequena bebê de Anelise, minha mãe escondeu sua gravidez e quando a bebê nasceu, ela simplesmente entregou minha nova irmãzinha como se não fosse nada. Meu avô nunca a repreendeu, mas sei que ele sente falta dela e também que se sente culpado pela maneira como a criou. Nunca conheci meu pai e ele também nunca me procurou, não vou dizer que nunca perdi porque uma criança de dez anos em uma apresentação de pais sem qualquer figura paterna era uma grande abertura para o bullying.

Eu morava em Biederitz, uma cidade da Alemanha, mas na semana passada fomos despejados e nos mudamos para Magdeburg para procurar outras oportunidades. Tive que largar meu emprego anterior e agora estava em uma gravadora esperando para fazer um teste para ser vocalista de uma banda que não conheço. Eu queria fazer algo diferente e por isso estava tão nervosa porque meu antigo emprego era garçonete e não cantora.

- Número 52, Najla Nunemacher. – Levantei assim que a moça me chamou e entrei no estúdio. A mulher me colocou em uma sala vazia em frente a um microfone e simplesmente saiu.

- Olá, Senhorita Nunemacher. A senhorita não poderá nos ver, mas estamos atrás desse espelho falso. – falou algum homem pelas caixas de som do estúdio.

- E pra que o espelho?

- Só pra senhorita não se sentir nervosa. Bom, iremos fazer umas perguntas antes, tudo bem? – apenas balancei a cabeça concordando – Vimos que tem dezenove anos, certo?

- Sim, senhor. – respondo já juntando minhas mãos e esfregando elas, uma mania que eu tenho quando estou nervosa.

- Tem alguma experiência com música?

- Na verdade não. Eu tive que me mudar recentemente e quis tentar algo novo, mas alguns anos atrás eu escrevi algumas músicas, por diversão. – Eu esqueci de mencionar que eu sou compositora nos tempos livre? É, eu sou uma caixinha de surpresas.

- Entendo... Toca algum instrumento?

- Sei tocar violão, um pouco de guitarra e teclado.

- Qual será a música de hoje?

- Eu poderia cantar uma música minha? – perguntei receosa.

- Tem ela com você? – balancei a cabeça tirando um pendrive da minha mochila. Uma mulher aparece na porta e pega o objetivo sorrindo gentil pra mim.

- Ok. Já estamos com o pendrive, podemos começar.

Repito fundo com os olhos fechados sentindo a batida, então começo a cantar.

Assim que termino sinto como se meu coração ficasse mais leve, a sala estava em um enorme silêncio até que a voz do outro lado do espelho ecoa novamente pela sala.

- Uma música incrível, senhorita. Sua voz nos deixou impressionados! Qual seria o nome da música?

- Scare Myself. – sorri com o elogio – Criei a um tempo, mas não tive coragem de canta-la até agora.

- Obrigado por ter vindo e compartilha conosco sua música. Iremos avisá-la se for selecionada. Pode sair pela mesma porta que entrou. Uma boa tarde!

- Obrigada, uma boa tarde pra vocês também! – pego minha mochila que eu havia deixado no chão e corro pra fora a procura de um banheiro.

Eu consegui cantar minha música.

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♫♪ Notas da Autora.

• Não sejam leitores fantasmas! Interajam nos capítulos, uma curtida de vocês ou algum comentário me incentiva muito a escrever e eu AMO ler os comentários de fanfic!!!