antebellum | T. Riddle - Português

i.

Outubro de 1944

A cidade de Nova York era uma cidade de inúmeras contradições.

Sicaria adorava a cidade; não por seus belos locais turísticos e arranha-céus de quilômetros de altura, mas pelas partes sujas, imbecis e impacientes. Todo o apelo, na sua opinião, vinha das partes terríveis. Nova York era menos um lugar e mais uma pessoa aos seus olhos. Tinha duas caras; tão brilhante aos olhos dos viajantes, mas repulsivo para os nativos. O lado que se via da cidade podia mudar em questão de segundos, tudo dependendo da esquina em que se virasse. Ela poderia ficar em um quarteirão, onde alguém lhe venderia qualquer coisa que ela pudesse imaginar, mas depois virar uma esquina e ver um centro de reabilitação.

Verdadeiramente mercurial.

Esta cidade também abrigava o prédio que ela mais odiava no mundo. Sede do Congresso Mágico dos Estados Unidos da América. Seu humor piorou ao pensar nisso; não havia absolutamente nenhuma lembrança feliz ligada àquele lugar. MACUSA era como um dementador sempre presente, exceto que fazia parte de sua pessoa, sugando partes de si mesma. A negatividade irradiava ao seu redor, e a única coisa que ela conseguia sentir era desprezo e tristeza cada vez que isso passava pela sua cabeça.

E, ainda assim, ela daria qualquer coisa para estar de volta lá.

No momento, ela estava descansando no quarto de um pequeno motel em um vilarejo chamado Hogsmeade, a milhares de quilômetros de distância de Nova York. Uma parte triste por estar longe da cidade que amava, mas também feliz por estar longe de MACUSA, embora eles estivessem, literalmente, marcados em sua pele e sempre presentes em sua mente.

Ela havia chegado à Grã-Bretanha há apenas algumas horas. Depois de pegar uma chave de portal de Nova York para Londres e de lá aparatar na pousada que a orientaram, ela passou o resto da noite sem fazer absolutamente nada. Desperdiçando tempo. Nas primeiras horas da manhã, ela seria escoltada da vila até o castelo de Hogwarts por Alvo Dumbledore. Ela bateu os dedos na mesa de madeira comida por cupins enquanto deixava sua mente voltar na ponta dos pés para sua apresentação a ele.

Como prometido, Barry Campbell estava lá para apresentá-la ao bruxo excêntrico sobre o qual ela tinha ouvido falar muito, mas muito pouco. Campbell parecia estar saltando pelas paredes tanto de nervosismo quanto de excitação enquanto seus olhos rapidamente corriam entre a jovem bruxa e o bruxo mais velho. Ele deu algo parecido com um suspiro de alívio quando eles apertaram as mãos.

"É um prazer conhecê-la, Srta. Edwards", Dumbledore disse a ela quando ela chegou.

Ela o considerou por um segundo antes de falar. Ele não pareceu ofendido pela hesitação dela. "Eu ouvi alguns rumores interessantes sobre você, Sr. Dumbledore. O mago que o mundo parece odiar, mas ainda assim depende."

Ele deu uma risada tilintante, os olhos brilhando. "Uma observação muito astuta."

"Diga-me, Sr. Dumbledore", ela começou, encostando-se na parede oposta enquanto o examinava. "Por que é que você deveria ser o bruxo mais poderoso do mundo e, ainda assim, foi escolhido para ser o acompanhante para mim?"

"O destino tem uma maneira interessante de conectar as pessoas, senhorita Edwards." Essa não era uma resposta real, mas ela percebeu que pressioná-lo por uma provavelmente não a levaria a lugar nenhum. Ele era inteligente o suficiente para ver através de qualquer técnica de interrogatório que ela pudesse ter tentado em seguida, então ela se contentou com o enigma vago.

Não havia mais nada que ela pudesse discernir sobre o esquivo Alvo Dumbledore. Ela tinha ouvido rumores de que ele era um manipulador brilhante; ela teria que se lembrar de manter a guarda alta.