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Novembro de 1944

Os dias seguintes foram uma tortura. Fisicamente, mentalmente e emocionalmente.

Não importava o quanto seu corpo estivesse doendo por isso, ela não conseguiu dormir nem um pouco naquela noite. Ela estava muito ocupada pensando em como todas as amizades que ela construiu foram destruídas em questão de minutos. Ela tomou mais poções para que suas mãos parassem de tremer.

Você precisa ir para a ala hospitalar.

Ela enviou uma maldição redutora em seu armário, explodindo-o em pedaços de raiva. Eu odeio a MACUSA. Isso é tudo culpa deles.

Sicaria estava sentada na janela saliente de seu quarto, olhando para o lago gelado. Ela pensou muito sobre como os eventos desta noite e como eles moldariam seu futuro.

Sla riu sarcasticamente de si mesma. O futuro dela. Isso era culpa dela por se apegar a pessoas que se esqueceriam dela em questão de meses, uma vez que MACUSA a tirasse de lá. Ela não podia se permitir ter mais responsabilidades emocionais. Ela tinha que protegê-los, e para protegê-los, ela tinha que se proteger. Teria sido melhor se eles nunca se conhecessem.

A decisão de não contar nada disso a Dumbledore foi rápida e fácil. Ela não tinha ideia de como ele reagiria e percebeu rapidamente que não queria saber. Por mais que ela detestasse Riddle, denunciá-lo não era a vingança que ela queria.

Você não precisa de vingança. Você é uma profissional, pare de agir como uma criança.

Ela enviou outra maldição redutora para sua cama, depois para a porta do banheiro e depois para a parede logo acima de sua cômoda. Por que não posso ser uma criança, porra? Por que todo mundo nesta escola me tortura enquanto eu os vejo se tornarem crianças?

Lágrimas de frustração caíram pelo seu rosto, e tudo o que ela queria fazer era bater o crânio na parede até que ele quebrasse e sangrasse. Uma explosão emocional como essa só levaria a outra avaliação psicológica, e ela não precisava de um profissional médico para lhe dizer o que havia de errado com ela. Ela já sabia.

Ela pressionou a cabeça contra o vidro enquanto agitava a varinha e reparava todos os danos que causou. Era como se ela nunca estivesse lá, ela prometeu a si mesma novamente, que não haveria mais deslizes.

Mas, novamente, ela estava errada.

•••

Já havia se passado dois dias desde o incidente quando ela finalmente percebeu.

Ela passou aqueles dias tomando consistentemente rascunhos calmantes e poções energéticas para ajudá-la passar o dia. O agravamento de sua condição estava dificultando seu funcionamento. Sua memória estava ficando inconsistente, e ela constantemente se esquecia de lançar feitiços sobre si mesma para não parecer um cadáver de uma mulher ambulante. O professor Silva disse para ela ir para o hospital ("Você parece a morte, Sra. Edwards. Está estragando a aura da minha estufa."), mas ela tinha coisas mais importantes em que pensar. O que havia de errado com ela acabaria passando, e ela lidaria com isso até que isso acontecesse.

"Você está bem, Edward?", Rosier havia sussurrado para ela enquanto Silva os dispensava da aula, ela o ignorou.

Ela sabia o que estava errado. Ela não conseguia admitir para si mesma.

Iria embora em alguns dias, sempre ia.

Sicaria conseguiu evitar cada um dos meninos fora da aula, não por falta de tentativa da parte deles. Ela realmente não sabia como deveria reagir a uma situação como aquela além de se distanciar deles. Ela teria que ficar longe até conseguir resolver a situação, mas, toda vez que tentava pensar, havia muitos buracos que a confundiam. Ela recorreu a feitiços de desilusão para que a deixassem em paz, importunando-a com desculpas, por que eles estavam se desculpando?

antebellum | T. Riddle - PortuguêsOnde histórias criam vida. Descubra agora