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Novembro de 1944, aviso: discussão sobre abuso de substâncias

"Que substância era essa?", a medibruxa perguntou, essas eram as palavras exatas que ela sabia serem verdadeiras, mas temia ouvir. "Parece-me que você está passando por uma abstinência."

"Você nasceu trouxa?", Sicaria perguntou, mas elaborou a expressão confusa das bruxas. Curandeira Miranda, dizia seu crachá. Ela parecia jovem, provavelmente com cerca de trinta anos, e seus longos cabelos ruivos estavam presos atrás da cabeça com um pequeno coque. "É que substâncias e plantas mágicas não causam sintomas de abstinência. Tive a impressão de que a abstinência era uma doença puramente causada por drogas trouxas", sua voz estava rouca; ela vomitou duas vezes desde que acordou na enfermaria vazia do hospital.

A Ala Hospitalar de Hogwarts não era nada ruim, para ser completamente honesta. Era uma sala bastante grande, com janelas em todas as paredes. Duas fileiras de camas cobriam as paredes, e o escritório nos fundos guardava todos os suprimentos de cura, além de abrigar a equipe de cura (todos os dois). Não estava desorientando cegamente uma clínica como outros hospitais que ela tinha visto. Era muito mais reconfortante estar ali, embora a luz do sol atingisse seus olhos através das muitas janelas.

A curandeira Miranda sorriu com simpatia, mas balançou a cabeça. "Não, mas eu trabalho com trouxas quando a escola não está em funcionamento. Sou enfermeira do exército britânico, acredite, eu sei como é a retirada. Assim que os soldados souberem que não precisam mais de morfina, eles dão uma volta completa."

Havia leis na América que proibiam bruxas e bruxos de fornecer qualquer ajuda mágica em conflitos trouxas. Eles sabiam que, se houvesse magia envolvida, o lado com o qual os bruxos se alinhassem venceria, mas não queriam colocar o apoio da comunidade em uma causa específica. Sicaria achou isso um tanto estúpido, visto que poderiam libertar Auschwitz se quisessem, mas optaram por não fazê-lo por medo de dissidência política. Era terrivelmente egoísta, mas, ao mesmo tempo, o mundo mágico tinha problemas de direitos humanos suficientes para resolver por conta própria. Ela se perguntou se os britânicos tinham leis semelhantes ou se a curandeira simplesmente não se importava.

Sicaria riu secamente do idioma britânico. "É isso que estou fazendo? Contornando a curva?", ela moveu o braço para sentar-se sobre os olhos, para protegê-la da forte luz do sol que entrava pelas janelas.

"Não, mas preciso saber que substância é para poder tratá-la melhor", a curandeira Miranda assumiu o pior quando três meninos carregaram uma menina inconsciente para a curandeira do hospital no meio da noite. Sua apreensão só aumentou quando lhe disseram que não sabiam o que havia acontecido com ela. Ela rapidamente os conduziu para fora da enfermaria, garantindo-lhes que poderiam vê-la pela manhã, se ela quisesse.

Depois de analisar o diagnóstico, ela teve quase imediatamente certeza de que sabia o que havia de errado com a criança à sua frente. Ela tinha visto os mesmos sintomas em tantos outros pacientes trouxas.

Sicaria hesitou. Essa mulher é médica, ela não pode contar meus problemas para ninguém. "Benzoilmetilecgonina."

A curandeira realmente riu, um riso alegre, não zombeteiro, e que deixou a Sicaria mais confortável. "Você poderia apenas ter dito cocaína, querida. Não há necessidade de estrutura química, e não vou julgar você."

"Parece menos um problema se eu me referir a isso como um produto químico e não como uma droga", esta foi a primeira vez que ela descreveu seu uso de drogas como um "problema" para qualquer um.

"'Problema', hein? Isso foi uma recaída? Ou você nunca fez tratamento?" Aqui está aquela palavra com 'r' novamente.

"Eu não sou viciada", ela respondeu. Ela não conseguia decidir se isso era mentira ou verdade. Ela não era viciada; não à cocaína, pelo menos. A curandeira pareceu perceber e não pressionou mais. "Não corro risco de overdose, se é com isso que você está preocupada."

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