– Ninguém vai me responder? Quem vai tá na sala de música e por que vão trancar a porta? E se isso não acontecer você Jura o que?
– Meu Deus, zeladora Solar, você nos deu o maior susto hahaha. – Mina falou tentou disfarçar e desviar de todas as perguntas.
– Zeladora não, Sra. Dona chefe de manutenção, eu fui promovida recentemente. Mas não tentem fugir não, eu quero respostas... – Solar exigiu.
– Isso... é que a gente tá ensaiado uma peça, só isso. – Chaeyoung falou a primeira desculpa que veio em sua mente.
– Eu não vou cair nessa. Por que vocês viriam para esse lugar escuro para ensaiar? Isso não faz sentido... pera aí! Vocês estão se pegando. – Solar se chocou com sua constatação. – É aquele clichê da popular namorando escondido a garota zero a esquerda que é zoada por todos, não é?
– Ei! Eu não sou isso não! – Chaeyoung protestou se sentindo ofendida.
– Com certeza a gente não tá se pegando. Eu jamais ficaria com ela, jamais! Nem que a Chaeyoung fosse o último ser humano na terra, eu iria preferir morrer virgem, usaria até um cinto de castidade. Jamais! Jamais! – Mina sentiu a necessidade de deixar bem claro que nunca ficaria com a garota ao seu lado.
– Nossa, mas também não precisa esculachar com a bichinha... – Solar falou penosa.
– Pois é! – Chaeyoung concordou.
– Tá certo que a Srta. Son é meio prejudicadinha de aparência e com certeza nunca demonstrou nenhum talento, não é popular e...
– Tá boooom! Eu já entendi, todo mundo já entendeu que eu não sou uma opção. – Chaeyoung interrompeu Solar.
– Não, eu só tô dizendo que dada a sua falta de atrativo é compreensível que a Srta. Myoui não lhe queira, mas é errado lhe desdenhar na sua frente. Eu se fosse você iria me sentia arrasada, provavelmente iria chorar escondida no banheiro e quando fosse adulta faria terapia todas as semanas e lidaria com meus problemas comendo batatinha frita com sorvete de creme e calda de morango. – Solar falou tudo olhando para um horizonte inexistente.
– Isso foi muito específico. – Mina comentou.
– Com certeza. – Chaeyoung concordou. – Mas enfim. Olha, Solar não tá acontecendo nada demais, a gente só queria privacidade para conversar, ok? Mas, já acabamos aqui e vamos para nossas aulas. Não fale nada pra ninguém sobre o que aconteceu agora.
– Ah não vai dá não. Eu sou muito fofoqueira. – Solar admitiu sem um pingo de vergonha.
– Ok, eu não queria ter que fazer isso, mas se você contar pra alguém, eu vou ter que contar para minha mãe a direita, que foi você que colocou corante vermelho na água dos bebedores mês passado. – Chaeyoung falou, colocou as mãos em seus bolso e fez uma expressão presunçosa.
– Mas a ideia foi sua e foi a Dahyun que me deu o corante. – Solar argumentou.
– E você adorou a ideia e fez porque tem tanto neurônios funcionando na cabeça quanto eu e Dahyun. Sem falar que eu posso ficar de castigo e no máximo leva uma suspensão, já você... sua promoção não foi efetivada ainda, não é? E a Zeladora Suzy tá louca pra te passar a perna... – Chaeyoung se sentiu um pouco mal, ela jamais cumpriria aquela ameaça, rezou que só a possibilidade assustasse Solar.
– Sua pestinha. Sumam as duas da minha frente agora. – Solar falou contrariada. Ela não queria perder sua tão querida promoção.
Chaeyoung e Mina saíram correndo, as duas estavam rindo da situação, apesar só susto e do plano delas quase ter ido por água abaixo, foi um momento bem divertido. Agora era rezar que tudo desse certo e finamente Momo e Dahyun enfim tivesse coragem de admitir a paixão que sentiam uma pela outra.
– Eu sabia que tinha dedo de vocês nisso! – Mina falou um pouco ofegante quando as duas pararam de correr.
– Mas não conta pra ninguém, senão minha mãe me mata. Agora eu vou pra aula de Ed. Física, vou dar o meu máximo pra por coragem na Dubu. Depois te mando mensagem. – Chaeyoung falou já se afastando para ir para a quadra.
Chaeyoung não quis se concentrar no o quanto Mina repudiou a menor ideia mesmo que equivocada delas terem algo, mas aquilo bateu em sua cabeça e ficou lá. Tá certo que ela também nunca pensou naquela possibilidade e nem mesmo achava Mina bonita... claro que ela era bem arrumada, tinha um rosto bonito, uma voz tão meia e suave, com certeza era bonitinha, mas só isso mesmo.
– Cara, você demorou demais, eu disse pro professor que você tava com dor de barriga. – Dahyun falou assim que Chaeyoung se aproximou dela.
– Você não tinha uma desculpa pior para dar? Que droga, você faz de propósito, da última vez disse que eu tava vomitando verde e girando a cabeça igual ao filme exorcista. – Chaeyoung falou e deu uma espere de peteleco atrás da cabeça de sua amiga.
– Aí sua idiota, isso doeu! E qual o problema. Ninguém acreditou. Você é chata pra cacete.
– Son e Kim. Dez voltas na quadra pelo atraso. – O professor disse chamando a atenção das duas.
– Mas foi só a Chaeyoung que se atrasou! – Dahyun reclamou.
– Me processar então! Mas, enquanto estiver na minha aula, me obedeça.
Não tinha o que fazer, as duas amigas que eram bem sedentárias diga-se de passagem, tiveram que quase morrendo dar as voltas na quadra. Dahyun podia Jura que já estava correndo em direção a luz no fim do túnel. Era realmente era uma droga que Momo tinha resolvido entrar para o grupo de matemática, mudando assim seu horário de educação física. Se ela estivesse lá, Dahyun poderia pelo menos admirar sua beleza.
Depois da aula inteira a qual elas enrolaram toda para dar as 10 voltas, as duas estava se arrumando no vestiram, suaram tanto que parecia que perderam até peso. Aquilo era algum tipo de tortura. Elas iriam fazer uma denúncia para o conselho educacional.
– A gente vai pra sala de música, encontrei com a Gahyeon quando estava vindo pra cá, por isso demorei, alguém trouxe o violão, de repente você toca pra Momo aquela música besta que você compôs pensando no seios delas. – Chaeyoung disse.
– deixa de ser idiota, a música fala de amor, eu canto sobre como o coração dela é lindo. – Dahyun se defendeu.
– Se você tá dizendo. Olha, vai logo lá pra sala de música que eu comprei uns salgadinhos, vou pegar no meu armário.
– Tá beleza. Mas, não demora não quero ficar lá sozinha.
Dahyun então seguiu caminho contrário ao da amiga sem desconfiar de nada. Por mais que todas as manhãs ela se fizesse a promessa de que iria falar com Momo lhe convidando para o baile, sempre que chegava perto dela travava. As internações que tinham geralmente eram curtas, apenas cordialidade entre aulas ou na entrada e saída da escola. Nunca tinha tido a oportunidade de realmente conversar.
Ainda pensando em como queria poder ser mais corajosa e chegar em Momo para poder elogiar o quão lindo era o sorriso dela e que aqueles olhos negros era simplesmente os mais perfeitos. Mas ao entrar na sala estancou, lá estava Momo, em pé de costa para ela olha do em uma das grandes janelas que havia ali, o barulho dos tênis de Dahyun no piso de madeira a fizeram se virar e assim que trocaram um olhar, Momo sorriu.
– Estava me perguntando se estavam me passando um trote. Já estou há uns 10 minutos aqui e ninguém chegou, nem mesmo a Mina, mas que bom que veio, assim podemos esperar juntas. – Momo disse sorridente e com a voz meiga.
– Oi. – Dahyun disse, felizmente não saiu tremido. Ela tinha que tomar o controle de seu próprio corpo, afinal sua amiga não estava lá para lhe ajudar. – Chae está vindo.
– Tudo bem, vamos esperar o resto de nossos amigos juntas... – Momo falou e pensou em algo. – Quer ver uma coisa legal? – Ela perguntou e viu Dahyun assentir. – Vem, aqui desta janela dá pra ver melhor.
Dahyun não foi já intenção de se aproveitar, mas assim que parou do lado de Momo notou o quão perto os corpos delas estavam. Ela não queria parecer indelicada, mas não se afastou e ficou feliz de Momo também permanecer na mesma posição.
– Olha, ali no telhado do refeitório, tem uma família de gatinhos. – Momo faltou apontando para indicar o local.
– Nossa é mesmo. Eu e a Chae vimos aquele gato cinza ontem, não sabíamos que ele tinha uma família. Os filhotes parecem espertos. Hahaha.
– Sim, eu queria muito ter um gato... mas meu pai diz que eu não saberia lidar com a responsabilidade de cuidar de um. – Momo lamentou.
– Seu pai é um boboca. Não! Quer dizer, eu não quis dizer isso do seu pai, sabe, eu só... vou parar de falar agora. – Dahyun abaixou a cabeça, talvez ela tivesse jogando uma pá de areia por cima de suas chances com Momo.
– Calma hahahaha. Tá tudo bem, as vezes ele é mesmo, sabia? – Momo riu.
– Desculpa. – Dahyun falou sincera, mas ela gostou de ver Momo sorri. Será aquele era o caminho? Fazer Momo sorri até que ela se apaixonasse? Poderia funcionar. – Eu prefiro peixes. Eu tenho um bem raro, o jujubinha, se um dia quiser conhecer... quer dizer, assim só se quiser. Ou só esquece que eu falei isso.
– Eu acho que quero, quem sabe um dia... tá tudo mundo demorando não é? – Momo se deu conta que já estava quase na metade da aula vaga e ninguém mais apareceu.
– Eu vou dá uma olhada no corredor talvez a galera já esteja vindo ou pararam no caminho hahaha. – Dahyun falou já se afastando e indo até a porta. Mas quando tentou abriu se deu conta que tinha algo fechado. – Momo a porta tá trancada. Pera aí... eu não lembro nem de ter encostado a porta, como agora ela tá trancada?
– Você tá falando sério? Será que foi o vento? – Momo também se aproximou da porta.
– Um vento bem forte, né? Quase um tornado, essa porta é de madeira, não iria trancar assim e mesmo que fosse o caso a gente ia ouvir. – Dahyun falou enquanto ainda tentava abrir a porta.
– Isso é inútil Dubu, essa parte da escola tá quase sem salas funcionamos devido a reforma, eu tô com meu celular aqui, vou ligar para Mina. – Momo sugeriu já com seu celular em mãos.
Dahyun observou Momo na ligação, ela parecia fazer absolutamente tudo de forma tão suave e delicada, a voz dela nunca se alterava o suficiente para se tornar incomoda. De repente pensou que era bom tá ali com Momo podendo a observar mais de perto. Até mesmo conseguiu manter uma conversa com ela.
– Mina disse que a galera acabou indo para o campo e aquela idiota nem me avisou. Ela vai vim nos resgatar, mas primeiro vai vê se consegue pegar a chave com a Zeladora Solar. – Momo disse. Elas não estavam mais em apuros. – Tudo resolvido.
– Valeu mano! – Dahyun pela força do hábito vibrou e deu um saquinho no ombro de Momo que acabou sorrindo um pouco sem graça.
Assim que se deu conta do que fez Dahyun se virou para o outro lado, era um fato ela definitivamente não tinha mais nenhuma chance. Afinal quem iria querer beijar alguém que te chama de “mano”? Era para fazer ela ri e não tratar como se ela fosse seu primo de 12 anos. Dahyun se sentiu até desolada.
– Você tá com fome? Eu tenho bala de ursinho sabor morango. – Momo falou, tocou o ombro de Dahyun na tentativa de fazer ela lhe olhar novamente.
– É minha favorita. – Dahyun falou sem jeito, sua voz saiu fraca como sempre antes daquele momento que estavam tendo.
– Que bom. Vamos no sentar, já que tá sem cadeiras aqui, não tem problema para você ser no chão né? – Momo questionou, ela foi até a sua mochila e pegou um saquinho de bala.
Dahyun se sentiu tímida de novo, ela mal tinha conseguido ter uma conversa e acabou xingando o pai de Momo e depois ainda a lhe chamou de “mano”. Com isso resolveu agir como sempre, seguiu Momo até próximo da parede e se sentiu ao seu lado, não tão próximo quanto gostaria.
Momo dividiu as baladas ficou com um pouco em sua mão e colocou um pouco na mão esquerda de Dahyun. As duas começaram a comer em silêncio. Momo então resolveu tomar uma pequena atitude, seria boba, mas deixou ela com seus dedos gelados, devagar ela foi arrastando sua mão esquerda que estava no chão próxima a de Dahyun, foi até que os dedos mindinho delas se tocaram.
Mesmo um pouco surpresa, Dahyun reuniu o resto de coragem que tinha e também afastou sua mão até que ela quase ficasse por cima a de Momo que também afastou mais a sua e agora elas estava quase que de mãos dadas. Nenhuma delas falou nada apenas ficaram sentadas comendo as balas e com as mãos juntas. Aquilo deu uma certeza para as duas. Havia uma sentimento e ele com certeza era recíproco.
– Essas balas estavam muito boas. – Dahyun comentou, um sorriso muito grande estava em seu rosto.
– As melhores que já comi... Dubu será que você, bom você gostaria de. – Momo apesar de ser menos tímida se sentiu um pouco sem coragem. – Quer mais balas? Eu posso comprar.
– Ah. – Dahyun soltou, ela se sentiu em expectativa e depois decepciona, por um instante teve a impressão que Momo iria lhe dizer algo importante. – Sim, estava realmente boas...
O silêncio entre elas só foi interrompido com o barulho da sirene tocando anunciando a utilizar aula, na mesma hora Mina também apareceu destrancada a porta, mas ela nem entrou, apenas disse pata as duas pegarem suas coisas e correrem que o professor de Redação já estava indo para sala. O que desesperou um pouco as duas, sabia que aquele professor era muito rígido e odiava atrasados.
– Momo, espera. – Dahyun tocou no ombro de Momo, mas ficou trêmula com a sensação de formigamento que sentiu em sua mão com o toque. – Seu sorriso é muito lindo.
Bom era isso, não foi o convite, mas pelo menos Dahyun conseguiu fazer o elogio que tanto queria e como recompensa ganhou o um beijinho em sua bochecha. Momo pegou na mão dela e saiu a puxando pelo pelos corredores. As duas sorrindo e com o coração a mil. Foi uma experiência calma e nova para as duas, deu a certeza de que as duas se correspondiam. Dahyun carregava consigo o pensamento sempre em Momo.
_____________________________________É isso, o convite ainda vai sair. A relação delas vai ser mais calma mesmo. Obrigada por lerem.
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Timidez. - Dahmo. - Twice.
Literatura FemininaToda vez que Dahyun olhava para a chefe de turma Hirai Momo, ela tinha certeza que aquela bela garota iria ser a futura mãe de seus filhos. Para ela só o fato de Momo saber seu nome significava que os destinos delas estavam entrelaçados. Obviamente...