CAPÍTULO 17: 'UM DESPERTAR NADA ROMÂNTICO'

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ABRO OS OLHOS AO SENTIR A LUZ DA MANHÃ ATRAVESSANDO AS CORTINAS NA JANELA, E NÃO SEI ONDE ESTOU. NÃO RECONHEÇO NADA, NUNCA ESTIVE AQUI EM TODA A MINHA VIDA. ME LEMBRO DE DOUG, ME LEMBRO DE TERMOS SAÍDO PARA JANTAR JUNTOS E EU ACABEI BEBENDO. TALVEZ, ESTA SEJA A CASA DE DOUG E EU NUNCA ESTIVE NELA. NÃO ENTENDO POR QUE ELE NÃO ME LEVOU PARA MINHA CASA. SERÁ QUE ERA ASSIM TÃO DIFÍCIL? QUE COISA...

ME LEVANTO E ESTOU USANDO UM ROUPÃO. NÃO ACREDITO QUE DOUG OUSOU ME DESPIR! ISSO FOI UM ABUSO. POR QUE ELE NÃO ME DEIXOU EM CASA? QUIS SE APROVEITAR DE MIM? ELE NÃO É GAY, É HÉTERO. E ÀS VEZES, FINGE SER GAY PARA GANHAR A CLIENTELA, QUE PENSA QUE PARA SER BOM MAQUIADOR TEM QUE SER ASSIM. NUNCA INTERFERI, É O MODO DELE TRABALHAR. E DÁ PRA VER PELO QUARTO O QUÃO HÉTERO ELE É. A DECORAÇÃO, AS CORES E ATÉ O CHEIRO DE COLÔNIA ME É FAMILIAR... DE REPENTE, ESCUTO SOM NO BANHEIRO DENTRO DO QUARTO. ME APROXIMO DA PORTA E OUÇO A ÁGUA DO CHUVEIRO. DOUG ESTÁ TOMANDO BANHO TRANQUILAMENTE, DEPOIS DE TER ME COLOCADO EM SEU QUARTO, ME DESPIDO E TER ME COLOCADO EM SUA CAMA. ELE AGE COM MUITA INTIMIDADE, O QUE DEIXA BEM CONTRARIADA. A GENTE É AMIGO, MAS ISSO PASSOU DA CONTA E ATÉ DEMAIS! TEREI QUE TER UMA CONVERSA SÉRIA COM ELE SOBRE: LIMITES. FALAREI COM ELE, ASSIM QUE SAIR DO BANHEIRO.

SINTO UMA TREMENDA DOR DE CABEÇA E MEU ESTOMAGO NÃO ESTÁ NADA FELIZ, DEPOIS DA FARRA, DE FRANGO FRITO COM CERVEJA. ' SERÁ QUE TEM ALGUMA COISA PARA RESSACA NESSAS GAVETAS? DEVE TER, PORQUE O DOUG GOSTA DE BEBER NOS DIAS DE FOLGA.'

ESTOU VASCULHANDO AS GAVETAS, QUANDO OUÇO A PORTA DO BANHEIRO E SEM MESMO ME VIRAR, DIGO, REMEXENDO NA GAVETA DA CABECEIRA, DA CAMA:

-  DOUG, NÃO TEM NADA PARA RESSACA EM CASA? EU NÃO ACREDITO QUE...

-  DOUG? - UMA VOZ FAMILIAR DIZ E EU ME VIROU ASSUSTADA. ELE ME OLHA COM ESTRANHEZA E REPETE, FICANDO CONTRARIADO – DOUG?

-  MONTÉQUIO! - PONHO A MÃO NO PEITO, SOBRESSSALTADA. NÃO ENTENDO NADA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO. BALBUCIO, DE OLHOS ARREGALADOS – PENSEI QUE ESTE QUARTO FOSSE DE DOUG, PORQUE NUNCA ESTIVE AQUI...PENSEI QUE...PENSEI...ESPERE UM MOMENTO! - FICO BRAVA – O QUE ESTOU FAZENDO NA SUA CASA, NO SEU QUARTO E NA SUA CAMA, MONTÉQUIO? E ESSE ROBE? - TOCO NO QUE ESTOU VESTINDO, COM CERTA REPULSA – O QUE É ISSO QUE ESTOU VESTINDO? VOCÊ ME DESPIU?

-  VOCÊ PULOU DE ROUPA E TUDO NA PISCINA, DEPOIS QUE ENTROU. O QUE ESPERAVA QUE EU FIZESSE, QUE A DEIXASSE DORMIR ENCHARCADA? MAS, ESSE É MEU, NÃO TE VESTI COM NADA DE MINHA MÃE OU DE KAREN, PARA NÃO TE CONTRARIAR... - ELE DIZ, USANDO UM ROUPÃO DE BANHO NUM TOM DE VERDE, QUE COMBINA COM SEUS OLHOS.

-  EU MERGULHEI EM SUA PISCINA? QUANDO, COMO, ONDE E POR QUÊ? - ME SINTO TÃO CONFUSA, QUE ME SENTO EM UMA POLTORNA POR ALI, ME ODIANDO POR TER BEBIDO E FICADO FORA DE MIM NOVAMENTE. 'COMO É QUE EU, NÃO APRENDO MINHA LIÇÃO?' É TÃO FRUSTRANTE!

-  POR QUE NÃO SE ARRUMA PRIMEIRO? USE O BANHEIRO À VONTADE. VOU ME TROCAR E TRAZER SUAS ROUPAS SECAS. E...

-  ZAC, NÓS DOIS...FIZEMOS.... - MEU DEUS! QUE HUMILHAÇÃO TER QUE FAZER ESSE TIPO DE PERGUNTA. NEM SEI BEM QUE PALAVRAS USAR. BALBUCIO – EU E VOCÊ...NÓS...

-  VOCÊ ESTAVA APAGADA, CAPULETO. NÃO FIZEMOS NADA. DORMI AO SEU LADO PARA TOMAR CONTA DE VOCÊ. PODIA ACORDAR DE REPENTE AINDA BÊBADA, E FAZER ALGUMA COISA PERIGOSA. DORMI AQUI COM VOCÊ PARA A SUA SEGURANÇA.

-  VOCÊ ME DESPIU! QUANDO FIQUEI BÊBADA DA OUTRA VEZ, GRAÇAS A VOCÊ, DISSE QUE NÃO FARIA ISSO COMIGO E QUE...

-  DAQUELA VEZ, VOCÊ NÃO TINHA SE MOLHADO INTEIRA. SE A DEIXASSE DORMIR COM SUAS ROUPAS PODIA ADOECER! - ELE SE JUSTIFICA.

-  LÁ NO BANHEIRO DOS KINDLE, EU NÃO TE ESPIEI! VOCÊ ME ESPIOU...? - DIGO, EMBARAÇADA.

-  COMO EU IA TE TROCAR, SE NÃO ESPIASSE? NÃO SOU MÁGICO, CAPULETO...TENTE PENSAR QUE FOI TIPO, UM MÉDICO DEDICADO SALVANDO A SUA VIDA, SE ISTO A INCOMODA TANTO ASSIM. MAS. SINCERAMENTE, EU NÃO ESPERAVA ESSE TIPO DE REAÇÃO EXAGERADA, DEPOIS DA CONFISSÃO DE AMOR QUE ME FEZ EM PLENA MADRUGADA.

A INDOMÁVEL BRUXAOnde histórias criam vida. Descubra agora