Dois caçadores, um anjo e um bebê

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Castiel balançava o pequeno bebê em seus braços, embalando-o com cuidado. Jack havia começado a ter febre há dois dias, e desde então o anjo não tirou os olhos dele. Sentia-se totalmente responsável pela criança e confessava que qualquer coisa, por mínima que fosse, lhe assustava, mesmo após cinco meses terem se passado.

Em silêncio, ele observava com atenção o mesmo dormir tranquilamente, os finos fios dourados estavam espalhados em seu braço bagunçadamente e os pequenos lábios se encontravam entreabertos enquanto o menino ressonava em um sono profundo.

Lembrava-se bem de Kelly, a mãe de Jack. Ela fora uma boa pessoa, uma mulher incrível em sua visão e, como muitos, havia sido enganada por Lúcifer que pretendia engravidá-la do nefilim.

Castiel, inicialmente, tentou matá-la ainda nos primeiros meses da gestação quando descobriu o que o arcanjo caído havia aprontado. Mas quando notou o grande erro que estaria cometendo e a incerteza caiu sobre seus pensamentos, o moreno decidiu proteger ambos. O bebê merecia uma chance de ser bom e ele faria com que fosse possível.

E para sua surpresa, Kelly lhe confidenciara que Jack, antes mesmo de nascer, de algum modo, pedia para ela confiar no anjo de sobretudo, sentindo-se seguro perto de si. O bebê não errou de fato, já que Castiel quase morreu um tempo depois para protegê-los.

Convencer os Winchester a ajudar foi um desafio. Bem, Dean fora um desafio. Sam aceitou logo de início a situação como um todo. Mas o caçador mais velho possuía seus receios e fez questão de pontuá-los muitas vezes, estressando a todos.

Era de um filho de Lúcifer que eles iriam proteger, ele entendia a resistência do loiro, mesmo não concordando com sua postura.

Foram meses até o Winchester mais velho parar de implicar e somente pareceu conformar-se com a ideia após o nascimento da criança. Mas Castiel sabia que, apesar de toda aquela reclamação e palavras duras, Dean estava mais que disposto e faria de tudo para proteger Jack a partir daquele momento.

Em sua percepção, fora até mesmo engraçado como o mais alto naquela época vivia perto do berço do recém-nascido, cuidando e brincando com o mesmo quando achava que não havia ninguém olhando e quando notava a aproximação de outra pessoa, fingia indiferença, afastando-se do bebê, por pura teimosia de sua parte.

Kelly ficou com eles até os dois primeiros meses, mas não resistiu à última luta. Falecendo em um dos ataques dos Príncipes do Inferno para proteger o próprio filho, colo uma guerreira. Ele e os caçadores conseguiram chegar a tempo de proteger nefilim, no entanto, a mulher estava em seus últimos suspiros de força e, mesmo com sua graça, não foi capaz de salvá-la. Antes de partir e após deixar um beijo na criança que chorava assustada, ela ainda teve forças para fazê-los prometer que cuidariam do menor.

O anjo culpou-se e ainda se culpava por não chegar a tempo. Não sabia nem mesmo cuidar de si próprio, imagine de uma criança tão nova. Quando o trouxeram para ficar no bunker, Dean fora quem ficara responsável e que se prontificou por livre e espontânea vontade a cuidar de Jack.

O caçador havia conseguido muita experiência depois de tantos anos cuidando do irmão e lhe ensinou tudo com uma paciência incrível. Esses três meses que se passaram sem a mulher por perto haviam sido complicados, mas os três juntos haviam conseguido dar conta do recado e Castiel sabia que não iria desistir por nada.

Até mesmo o loiro parecia diferente com a presença do nefilim. Dean havia diminuído o ritmo das suas saídas e das caçadas, escolhendo não sair para nenhuma e quando saiu, foi somente para ir até a cidade vizinha acabar com um ninho de vampiros que estavam matando pessoas. E mesmo assim, o homem havia lhe ligando várias vezes durante os quatro dias em que os irmãos ficaram longe do esconderijo, para saber dele e do bebê.

Little Jack - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora