Muitos Presentes e um Plano

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— Ah, olha essa, Cas! — A mais nova levantou o tecido felpudo em sua direção, mostrando mais uma das fantasias que havia trazido consigo. Pelas suas contas, já fazia mais de uma hora que estava sentado sobre a confortável cama de casal do quarto da criança, com Jack sentado no colchão à sua frente enquanto assistia à garota mostrar cada um dos presentes que trouxera para ele e para o bebê.

Desta vez, precisava dar razão a Dean, Charlie havia se superado e exagerado na quantidade de coisas que trouxera. E, apesar de ter ficado grato por cada presente que a mesma lhe deu com todo carinho, como por exemplo, as roupas novas que estava necessitando (já que não gostava de incomodar o caçador pedindo as suas emprestadas e tinha medo do loiro não gostar ou acabar as estragando de alguma forma), não podia deixar de ficar sem jeito em recebê-las. Geralmente, não recebia presentes. Bem, na realidade, o único que recebeu foi há anos atrás e ainda guardava com todo cuidado o colar antigo que Gabriel lhe deu como símbolo de um recomeço guardado consigo.

O pequeno Jack, por outro lado, parecia não ligar de ser mimado daquela forma e divertia-se pegando os ursos de pelúcia, os bonecos do Homem-aranha e as roupas que a ruiva deixava pela cama, encantado com as texturas e as cores diferentes ao seu redor. No entanto, seu interesse pelas coisas ao seu redor logo desapareceu quando os minúsculos olhos curiosos mudaram de foco repentinamente assim que avistaram o que Charlie, que ainda estava em pé desembrulhando as sacolas, segurava há alguns centímetros de distância.

A fantasia em questão que estava com ela era, precisamente, a de um dragão preto. Na touca, além das orelhas pontudas e soltas, também possuía o desenho dos grandes olhos verdes, os mesmos que vira quando assistiu ao filme animado que a ruiva havia lhe recomendado meses atrás para o nefilim. A cauda, repleta de detalhes, ainda representa fielmente uma bandeira viking vermelha em um dos lados e todo o tecido felpudo parecia refletir a luz presente no cômodo.

— É linda igualmente às outras que me mostrou, Kiddo! — Disse sorrindo gentilmente para a mesma. O anjo tinha certeza de que a roupa iria esconder o nefilim com facilidade por conta do tamanho. Porém, Jack não parecia estar preocupado com isso também, já que o bebê de quase seis meses tentava se equilibrar sozinho no colchão para chegar até seu novo objetivo.

Nenhum dos dois adultos teve coragem de atrapalhar a concentração da criança, que, apesar de escorregar algumas vezes e cair sentado na cama outras mais, insistiu em ir caminhando ao invés de engatinhar até a madrinha.

Charlie observava a cena com os olhos brilhando de carinho e surpresa com a determinação de cada passo certo que o pequeno ser divino dava em sua direção, sem medo algum de cair ou de errar. E, como de costume, o moreno deixou suas mãos pairando atentas perto dele para que pudesse evitar qualquer acidente. Mas, para sua surpresa, após os poucos tombos, o bebê conseguiu caminhar mais de sete passos sem sequer cambalear no colchão macio, antes de finalmente chegar até onde tanto desejava e se jogar nos braços da garota ruiva, procurando pela roupa de dragão.

— Jackie! — Charlie entregou o tecido escuro para os pequenos dedos curiosos sem exitar e, com a mesma velocidade, puxou-o para seus braços, deixando um beijo demorado na bochecha rechonchuda enquanto rodopiava pelo cômodo com o mesmo em seu colo.

Castiel não se deu ao trabalho de esconder o imenso sorriso em sua face. Poderia ser algo bobo para o nefilim. Somente mais uma brincadeira divertida e alegre para conseguir algo que lhe prendeu tanto a atenção. Mas, para ele, era motivo de orgulho, afinal, cada nova fase de Jack significava que, apesar de todos os males, estava conseguindo cumprir a promessa que havia feito à mãe do garoto.

Little Jack - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora