Sensação Estranha

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O loiro havia visto as asas de Castiel algumas poucas vezes, mas nunca tão de perto, pouco menos, teve a oportunidade de tocar nas mesmas. Não poderia negar que havia imaginado, principalmente em certas ocasiões, que as penas seriam macias e delicadas em sua palma enquanto seus dedos deslizavam por cada uma delas. E em seus sonhos pensara que seriam mais belas ainda quando analisasse cada camada e detalhes presentes. Contudo, atualmente ele possuía a certeza de que esteve correto esses anos todos. Não... Na verdade, Dean não achava que havia acertado completamente em seu palpite, porque por mais que seus sonhos fossem realista e sua imaginação fosse a mais fértil possível, não conseguira chegar nem na metade da sensação que estava sentindo ao realmente tocar no par de asas negros. Estava, no mínimo, fascinado pela imensidão escura, muito maior que o próprio anjo.

Enquanto limpava o sangue e os ferimentos para que pudesse enfaixar, ele percebeu que o moreno ficara desconfortável embaixo de seus toques em alguns momentos, principalmente quando necessitou segurar uma delas e deslizou sua mão delidamente pela extensão para que pudesse ter apoio enquanto enrolava a faixa com a outra mão. A princípio, pensou que aquela reação poderia ser pela dor dos machucados. Afinal, Castiel estava acostumado a cuidar de si próprio sozinho e, até então, pelo que sabia, o anjo nunca havia precisado passar pelo incômodo das cicatrizações, já que seus ferimentos sumiam em segundos devido ao poder divino da graça, sem esforço algum. Porém, a situação agora era diferente, o mesmo necessitava de ajuda e em sua percepção, seu melhor amigo poderia estar somente pouco a vontade com aquela posição vulnerável e estranhamente íntima. Mas isso não queria dizer que Dean não prestou atenção em cada um dos suspiros quase inaudíveis que escaparam dos lábios do moreno, os olhos azuis tímidos e as bochechas que ficavam rubras, se misturando com as expressões de incômodo, lhe deixando confuso para entender se estava fazendo algo errado.

— Terminei, Cas. — Avisou, levantando-se recolhendo todos os algodões sujos de sangue e os jogando no cesto de lixo que ficava ao lado da cama para quando precisavam trocar as fraudas do nefilim, antes de fechar a maleta de primeiro socorros e deixá-la dentro da gaveta da escrivaninha.

— Eu agradeço, Dean. — O anjo se pronunciou com sorriu tímido na face, enquanto observava o caçador andar até o banheiro suíte para lavar as mãos. Ele tentou esticar costas até onde a dor permitia, percebendo que fora uma péssima ideia quando sentiu uma pontada aguda quase insuportável no começo de sua asa direita.

— O que aconteceu? Nunca vi você se machucar assim antes. — Dean questionou quando voltou para o quarto secando as mãos em uma toalha branca, chamando sua atenção. O caçador não se lembrava de ter visto algum sigilo em cima do teto no corredor, muito menos, desenhos pelo chão, no entanto, com a confusão não havia prestando atenção nesses detalhes quando chegou ali e poderia ter perdido algo importante.

— Azazel usou uma magia antiga, mas eu não a conheço. — Ele desviou seu olhar para o nefilim sonolento que segurava seu dedo que balançava no ar. Mas por mais que tentasse, não conseguia se recordar de já ter visto um feitiço como aquele sendo usando pelos anjos e nem pelos demônios. A sensação peculiar de correntes queimando em sua pele e se apertando ainda mais envolta de suas asas cada vez que resistia para tentar se soltar ainda estava bem viva em sua mente. — Pelo jeito ela não precisa de runas para funcionar e eu somente a senti quando já estava totalmente preso. — Explicou, voltando-se para as íris esmeraldas, que ouvia tudo atentamente.

— E suas asas? — As feridas intrigavam o mais alto. Castiel raramente as faziam ficar visíveis, mesmo quando estava no meio de uma luta.

— Eu não conseguia me soltar, Dean. Achei que seria uma saída forçar a barreira com a ajuda delas e... — Confessou, suspirando, franzindo as sobrancelhas e mais aéreo que o normal. As íris cristalinas ganharam um tom nublado que não passou despercebido sob os olhos atentos do Winchester. — Acredito que, de algum jeito, Azazel interferiu em meus poderes. — Concluiu, encarando o outro que se aproximava.

Little Jack - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora