Capítulo 3

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Narrador pov

Soluço: Me solta, Melequento! O que você tá' fazendo?! - O Jorgenson havia capturado o Haddock.

Ele empurra a barriga do dragão e consegue se soltar, usando suas asas para voltar ao navio. Arkyn, no convés, chuta Eret para longe, fazendo o caçador errar o disparo da rede em Soluço.

Arkyn: O que vocês estão fazendo aqui?

Bocão: Viemos resgatar vocês.

Soluço: Não precisamos ser resgatados.

Stoico: Já chega! - Os cavaleiros pousam no navio e Stoico desce de Quebra-Miolos, caminhando em direção aos dois garotos.

Eret: Aí, não escolheu o barco errado, não? Eu sou Eret, filho de - Stoico põe sua mão no rosto do homem e o joga até Bocão, que o acerta na cabeça de leve o derrubando, Resmungo coloca seu focinho em cima de Eret.

Bocão: Mais alguém? Foi o que eu pensei.

Stoico: Vocês, podem montar, vamos para casa.

Soluço: Não.

Arkyn: Lamento, não vai rolar.

Stoico: Das coisas irresponsáveis...

Soluço: Estamos tentando proteger nossos dragões e impedir uma guerra! Onde isso é ser irresponsável?!

Stoico: Porque guerra é o que ele quer! Anos atrás, houve uma reunião de líderes para discutir a praga de dragões que estávamos enfrentando, então surgiu um estranho de uma terra estranha coberto de cicatrizes enrolando em uma capa de pele de dragão. Ele não trazia armas e falava calmante, dizendo que ele, Drago Sanguebravo, era um homem do povo, dedicado a livrar a raça humana da tirania dos dragões. Ele foi até lá dizendo que sozinho podia controlar os dragões e que podia nos manter a salvo, se nós nos curvássemos e o seguíssemos. Nós rimos, até ele se enrolar em sua capa e gritar: "Então vamos ver como vocês vão se sair sem mim!". O telhado, de repente, se incendiou e dele desceram dragões com armaduras e reduziram o salão a cinzas. Eu fui o único que escapou. Homens que matam sem motivo, não podem ser convencidos.

Arkyn: Talvez.

Stoico: Arkyn, Soluço...

Arkyn: Nós ainda vamos tentar - eles montam nos dragões.

Soluço: É nisso que somos bons. E se conseguimos convencer você, também podemos convencê-lo - Banguela levanta vôo e quando Arkyn iria ir, Stoico o impede.

Stoico: Não, leve os outros para Berk, já tive motins demais por hoje.

Arkyn: Lamento, Stoico, mas eu não vou para Berk. Astrid vai levá-los.

Stoico: Arkyn, isto é uma ordem.

Arkyn: Você não quer me tornar chefe junto do Soluço? É como você disse, "um chefe protege os seus", eu irei proteger os meus dragões, você aceitando isso ou não - ele tinha uma feição séria. Stoico cede ainda contrariado.

Stoico: Certo, mas irá comigo e com Bocão.

Arkyn: É, pode ser.

Em outro local, Soluço e Banguela voavam entre as nuvens. O garoto solta um grito e se deita sobre o dragão.

Soluço: Relaxa, amigão, eu não vou deixar nada acontecer com você, eu prometo. Queria o Arkyn estivesse aqui, mas ele não deve ter tido tanta sorte e deve ter sido pego pelo meu pai - ele suspira.

De repente, uma figura aparece. O garoto volta a sentar na sela e olha para sua diagonal esperando ser Arkyn e torcendo para não ser Stoico. Ele se espanta ao ver uma pessoa desconhecida trajando roupas marrons com um capacete esquisito. O estranho some nas nuvens e aparece do nada montado em um dragão que Soluço não conhecia.

Ambos os répteis voam no mesmo local se encarando junto de seus cavaleiros. O dragão desconhecido revela ter quatro asas ao invés de duas. Subitamente, outro dragão aparece e pega Soluço, tirando-o de Banguela e fazendo o réptil cair em direção ao gelo abaixo, colidindo com ele e mergulhando na água.

O Fúria da noite observa apoiado em um gelo os demais animais levarem seu amigo para longe. Das águas, outros dragões aparecem e levam Banguela, deixando para trás somente o capacete de Soluço.

Soluço: Vocês deixaram o meu dragão! Ele não consegue voar sozinho, vai se afogar! - Tenta argumentar, mas é ignorado.

O Haddock observa espetos de gelo a sua frente e depois é levado até uma caverna, guiado por túneis e jogado numa câmara cheia de dragões. O garoto saca sua espada e a acende, depois libera gás de Ziperarrepiante e gira, fazendo a fumaça ficar ao seu redor e a acendendo logo após. Quando ele ia tocar em um dragão, o estranho pula de seu dragão e caminha ao redor do garoto.

Soluço: Quem é você? O ladrão de dragões? Drago Sanguebravo? Pelo menos está entendo o que eu estou falando? - O desconhecido gira seu cajado e o bate no chão, fazendo um som.

Um dragão traz Banguela e o coloca em frente a Soluço, que vai até o réptil e o abraça. A outra pessoa balança seu cajado e diversos dragões acendem um fogo em suas bocas. O estranho solta seu escudo e seu cajado, caminhando na direção de Banguela e fazendo um movimento com as mãos, que faz o Fúria da noite cair no chão de barriga para cima. A pessoa vai se aproximando de Soluço aos poucos, mas para ao notar a cicatriz em seu queixo e logo depois se afasta.

?: Soluço? - O estranho retira seu capacete, revelando uma mulher mais velha. - É você mesmo? Depois de tantos anos? Como é possível?

Soluço: Eu devia conhecer você?

?: Não, você era só um bebê... Mas uma mãe nunca esquece - Soluço se espanta pela fala. - Vem.

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Stoico: Teimoso, igual a mãe dele, ela também não conseguia ficar quieta.

Arkyn: Só ela era teimosa, Stoico? - Questiona com uma sobrancelha erguida.

Stoico: Sim, muito teimosa.

Bocão: O Soluço só tem vinte anos e é viking, existe uma combinação pior que essa?

Arkyn: Adicione "fanático por dragões" na combinação.

Bocão: Você está falando do Soluço como se não fosse igual.

Arkyn: Eu não disse que eu não era, mas o assunto não tinha chegado em mim.

Bocão: Eu me lembro como você era teimoso e insensato na idade dele, Stoico, não mudou muita coisa.

Arkyn: Não mudou nada, eu diria, e olha que eu nem conheci o Stoico de vinte anos.

Stoico: Quieto, Arkyn, você nem deveria estar aqui para começo de conversa.

Arkyn: Se tivesse me deixado ir com o Soluço, não teria que ficar me ouvindo reclamar.

Stoico: Eu mereço. Se o Soluço encontrar o Drago antes de nós o encontrarmos...

Bocão: Ninguém pode machucar o Soluço enquanto ele tiver o Fúria da noite com ele - Clava avista algo na água e mergulha naquela direção.

Stoico e Bocão se olham. O garoto retorna com o capacete de Soluço em mãos. Ele olha preocupado para os adultos e joga o objeto para Stoico, que o coloca em frente a Quebra-Miolos.

Stoico: Encontre-os - dragão ruge e avança numa direção, os demais o seguem.

Arkyn estava preocupado, não que não estivesse antes, mas escondida atrás de uma máscara de divertimento. Agora, encontrando apenas o capacete, sentia que o Haddock poderia estar em mãos erradas.

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