Capítulo 6

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Narrador pov

Valka: Nós éramos grandes amigas, as únicas que defendiam os dragões em Berk, depois seu pai se juntou a nós. Eu e ela éramos inseparáveis, eu queria ter ido com ela em sua aventura, mas meus pais não deixaram na época - a mulher contava a história de Tyra para Arkyn.

Arkyn: Bom, se te serve de consolo... - Ele pega o diário de sua mãe. - Eu tenho tudo que ela vivenciou bem aqui - ele se levanta e caminha até Valka, que pega o livro com os olhos levemente arregalados.

Valka: Eu posso?

Arkyn: Por favor - ela abre o diário e nota a caligrafia de sua amiga detalhando suas aventuras e novos dragões descobertos. Valka sorri.

Valka: Ela foi tão longe em sua viagem...

Arkyn: Além das fronteiras - ele sorri.

Stoico e Soluço observavam a interação deles mais distantes, sorrindo como dois bobos apaixonados. Valka entrega o diário para o garoto, que o guarda em sua roupa.

Valka: Ela era igualzinha a você em personalidade, mas você puxou Ragnar em aparência.

Arkyn: Como ela era?

Valka: Era uma mulher linda, de uma beleza única na vila. Tinha cabelos ruivos e cacheados, os olhos eram castanhos, igual o seu, e tinha uma pele clara e algumas sardas nas bochechas, ela encantava os garotos da tribo, mas ninguém se aproximava por conta dos seus ideias, apenas seu pai. Ela também usava roupas escuras, ela dizia que o povo de onde ela vinha só usavam roupas pretas ou escuras.

Arkyn: Ela não mentiu, eles realmente são assim.

Valka: Você os conheceu?

Arkyn: Sim, em uma de nossas aventuras. Muita coisa aconteceu quando a senhora não estava em Berk.

Valka: Por favor, me chame de Valka.

Arkyn: Certo, Valka.

Valka: Sobre o seu dragão...

Arkyn: O Clava? - Olha para o Machadrago mais afastado. - Ele é meio rabugento e não curte ficar próximo de outros dragões.

Valka: Parece com o Pula-Nuvem. Como encontrou ele?

Arkyn: Na verdade, ele me encontrou. Eu estava na minha casa quando vi ele comendo no nosso estoque reservado para dragões, eu o segui e vi que ele estava machucado, então cuidei dele e nos tornamos melhores amigos depois, não é Clava? - Sorri para o dragão, que resmunga. - Eu e ele temos uma história bem maior.

Valka: Eu posso ouvi-la?

Arkyn: Claro. Na noite em que minha mãe morreu, ela estava tentando proteger a mãe de Clava e ele, mas acabou conseguindo só salvar o Clava. Meu pai foi fazer a homenagem para minha mãe e me deixou com ele em casa, e o Clava se aproveitou disso para me deixar cego que nem ele.

Valka: Como ele acabou cego?

Arkyn: Uma flecha atingiu o olho dele.

Valka: Vocês tem uma característica em comum.

Arkyn: Assim como Soluço e Banguela tem.

Valka: Vocês se completam, tanto vocês com seus dragões, quanto entre vocês dois - eles sorriem.

Valka acaba derrubando os peixes que segurava, Pula-Nuvem e Banguela se aproveitam da situação e comem os peixes.

Valka: Eu estou um pouco sem prática.

Stoico: Tudo bem, eu não casei com você pela sua comida - Soluço e Arkyn levam uma bandeija com espetinhos de peixe para Bocão.

Bocão: Eu espero que não, as almôndegas dela podem matar mais feras do que um machado.

Soluço: Quando você se mudar para Berk com todos os seus dragões, o Drago não vai ter nenhuma chance e aí vai ficar tudo bem.

Stoico: Devagar, filho, é muita coisa acontecendo.

Valka estava perto de uma fonte de água gerada pelo gelo enchendo um cantil. Soluço e Arkyn vão até Bocão novamente e Stoico caminha até Valka começando a assobiar.

Bocão: Adoro essa canção - diz para os garotos sentados ao seu lado. Stoico retira o cantil da mão da mulher.

Stoico: Num mar bravio vou navegar sem medo do perigo e as ondas eu vou enfrentar, se comigo casar. E nem o frio ou o calor será...

Bocão: Será uma ameaça... - Ele se exalta, mas se acalma em seguida. - Desculpe - Arkyn revira os olhos e Soluço olha para Bocão meneando a cabeça negativamente.

Stoico: Se me entregar seu coração - segura a mão da mulher. - E então...

Valka: Eternamente me amar. Meu lindo ser, meu grande amor, é lindo o que me fala, mas nada mais preciso ter quando você me abraça - eles começam a dançar. Soluço e Arkyn se olham e sorriem pelo casal.

Stoico: Anéis de ouro eu vou lhe dar e lindos versos vou cantar.

Valka: Ah, você vai?

Stoico: Então eu vou lhe proteger, sempre ao seu lado vou estar.

Valka: Anéis de ouro são ilusão, eu quero mais que uma canção, preciso segurar sua mão.

Stoico: Pertinho assim de mim eu vou te beijar, vou te amar, abraçar, dançar e sonhar.

Os dois cantavam juntos a partir de agora. Soluço estende sua mão para Arkyn, que a segura e ambos começam a dançar junto do casal mais velho. Bocão também dançava.

Stoico: E na alegria ou na tristeza sempre vou te amar, no mar bravio vou navegar sem medo do perigo e as ondas eu vou enfrentar se comigo casar!

Eles encerram a canção e Bocão continua cantando, mas Arkyn bate de leve na barriga dele e o faz parar.

Stoico: Eu pensei que ia ter que morrer para dançarmos isso de novo.

Valka: Não precisa de nenhuma medida drástica.

Stoico: Para você minha querida - ele se ajoelha - qualquer coisa.

Arkyn sorri e coloca sua mão sobre sua boca, ele estava achando a interação deles adorável. Soluço, vendo a reação do namorado, puxa ele pela cintura e o abraça, o Hermod apoia sua cabeça no ombro do garoto enquanto ambos olham para o casal mais velho.

Stoico: Você vem para casa, Valka? Vai ser minha esposa outra vez? - Banguela empurra a mulher na direção de Stoico, que se levanta. Soluço se aproxima deles trazendo Arkyn consigo. - Seremos uma família! O que diz? - A mulher sorri.

Valka: Sim.

Bocão: Ótimo! Eu cozinho - eles riem abraçados.

Stoico: Graças a Odin não me obedeceu, filho, senão nunca nos reencontraríamos - o casal se afasta e Bocão também.

Arkyn: Seus pais cantam bem, e que canção linda.

Soluço: Sabe, podemos pedir para que eles nos ensinem, adoraria ouvir sua voz cantar ela - sorri e Arkyn retribui, mesmo que levemente envergonhado. - Ei, quero te mostrar um lugar.

Arkyn: Que lugar?

Soluço: Você vai ver - ele sorri e sai puxando o Hermod pela mão, que estava confuso, mas seguia o namorado.

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