Capítulo 9

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Narrador pov

Valka ainda estava perto do gelo quando uma luz azul escura e uma azul ervedeada surgem de dentro do gelo. Ela se afasta e o gelo explode, revelando Banguela e Clava protegendo os vikings e rugindo para o alfa. Banguela tinha luzes azuis pelo seu corpo, enquanto Clava tinha suas partes azul esverdeado brilhando e piscando, além de sua boca estar saindo fumaça, ele tinha usado seu fogo para os libertar.

Banguela pula em um espinho de gelo mais próximo do alfa e atira nele, Clava pega Arkyn e o leva para um canto seguro e afastado, preocupado que seu irmão humano se ferisse ainda mais. O Fúria da noite consegue libertar os dragões por estar atacando o alfa e os répteis se juntam a Banguela e Soluço monta no dragão.

Drago sobe pela presa do Besta Implacável gritando para ele lutar. Arkyn, mesmo com sua visão desfocada, pega sua besta e mira no Sanguebravo, pronto para atirar quando a chance aparecesse.

Soluço: Entendeu agora? Isso que é ganhar a lealdade de um dragão e isso termina agora.

Drago: Nunca! - Todos os dragões disparam contra o suposto alfa, um deles acerta a prótese do homem e a tira, a chance perfeita para Arkyn.

Ele mira a besta no braço amputado e atira, acertando em cheio o local. Drago olha para a flecha e para onde ela veio, vendo o Hermod segurando a besta. Drago tira a flecha e nota um líquido transparente nela, veneno de Asa Serpeante, o Sanguebravo não iria sobreviver mais do que vinte e quatro horas, ou nem isso.

Banguela dá um último disparo, acertando a presa do Besta Implacável, cortando-a. O Furia da noite ruge e o ex-alfa mergulha na água e vai embora. Soluço nota que Drago tinha uma flecha em mãos, ele sorri sabendo que era de Arkyn. Os berkianos comemoram. Soluço desce de Banguela no meio do povo e os dragões pousam, reverenciando Benguela, inclusive Pula-Nuvem e Clava.

Soluço: Nunca paro de me impressionar com você, amigão - encosta sua cabeça no Fúria da noite, que lambe ele. Cada dragão segue até seu amigo viking, o Uivo de Lã vai até Arkyn, que o acaricia. Soluço vai até Quebra-Miolos.

Eret: Olha, você conseguiu domar o dragão com maestria, daria um bom caçador - Quebra-Miolos encosta seu focinho no homem.

Soluço: Olha, o Quebra-Miolos vai precisar de alguém para cuidar dele agora.

Eret: Eu? Será uma honra - Valka se aproxima de Soluço.

Valka: Seu pai estaria tão orgulhoso quanto eu agora.

Soluço: Obrigado. Eu tô' muito feliz que você está aqui, mãe.

Valka: E aqui eu ficarei - Arkyn caminha até eles sentindo seu corpo fraquejar.

Arkyn: Eu te disse que o que procurava estava aqui - encosta sua mão no peito do garoto, acionando a vela de vôo em suas costas, arrancando risos deles.

Soluço: Ah, você fez isso de novo, muito engraçado. Agora, você vem aqui - segura Arkyn pela cintura e o beija.

Quando o selar acaba, Soluço sente sua mão molhada e olha para ela, vendo-a vermelha. Quando ia questionar, o Hermod deixa outro beijo nos lábios dele e passa a mão do Haddock em sua roupa, tirando o sangue. Ele se separa sorrindo.

Arkyn: Você mandou muito bem lá - seu sorriso e olhar, por mais normal e feliz que parecesse, demonstrava que resolveriam isso depois. Soluço compreendeu o significado e iria retrucar, mas foi interrompido por Gothi.

Arkyn se sentia tonto e enjoado, sua visão embaçava e sentia sua pele empalidecendo, então se apoiou em Clava para não cair. A mulher anciã indica para Soluço se ajoelhar e ele o faz. Gothi pega um pouco de fumaça e faz um símbolo na testa do Haddock, se reverenciando para Soluço, que se levanta.

Bocão: O líder voltou para casa! - O povo comemora e os dragões disparam no céu, causando uma explosão. O Haddock, por mais que aparentasse estar bem, estava preocupado com Arkyn, o sangue que sentiu não saía se sua cabeça.

Mais tarde, a noite, Soluço e Arkyn estavam na casa Haddock. Valka já havia adormecido na antiga cama de Stoico. O moreno de olhos verdes estava olhando o Hermod, que ajeitava a cama para eles, com uma feição séria.

Arkyn: Eu sei que quer falar algo.

Soluço: Já cuidou do ferimento?

Arkyn: Já, a Gothi enfaixou ele e me deu um remédio com gosto horrível dizendo, ou rabiscando, que ajudaria a diminuir a dor.

Soluço: Porque não me contou que estava ferido? Poderia ter se machucado ainda mais - caminha até a cama, desfazendo o rosto sério e adquirindo um preocupado. Arkyn senta no móvel junto do outro.

Arkyn: Não era hora para se preocupar com um ferimentozinho, tínhamos que defender Berk.

Soluço: Você estava sangrando, quase desmaiou por fraqueza, não era só um "ferimentozinho". Como se feriu?

Arkyn: Quando te tirei da frente do disparo do Banguela, o Stoico me empurrou, mas algo me acertou na barriga e abriu o ferimento.

Soluço: Você quase morreu, você se jogou na minha frente e quase se sacrificou.

Arkyn: Soluço, você é mais importante para mim do que eu mesmo, eu não ia ficar parado esperando que você fosse atingido. Eu não esperava que o Stoico fosse me jogar para o lado - ele desvia o olhar entristecido.

Era ele quem deveria ter sido acertado e não o Haddock mais velho. Havia treinado tanto para conseguir proteger quem ama, mas não adiantou nada, mais uma vida escapou por entre seus dedos. O garoto aperta suas mãos, fincando suas unhas curtas em sua carne. Soluço coloca sua mão em cima da mão do Hermod, atraindo a atenção do último para si.

Soluço: Eu sei o que está pensando, que foi sua culpa não ter conseguido proteger meu pai e que era para você ter sido acertado. Você não tem culpa de nada, nenhum de nós tem.

Arkyn: Se eu tivesse sido mais atento, conseguiria ver Stoico se aproximando e poderia ter impedido a morte dele.

Soluço: E aí você teria morrido. E não diga que seria melhor assim, porque não seria - Arkyn fecha a boca, que abriu para retrucar. - Meu pai vai fazer muita falta, mas eu vou superar. Se você tivesse morrido, eu não conseguiria seguir em frente. Nós vamos liderar Berk juntos, assim como meu pai queria.

O Hermod solta um suspiro. Ele não podia mudar o passado, o que aconteceu não se pode mudar, então iria ajudar Soluço com o que o moreno precisasse, começando com o luto.

Arkyn: Certo. Mas, sabe, estamos só nós aqui, você não precisa mais se segurar - ele sorri tocando o rosto de Soluço, que retribui deixando uma lágrima descer.

O Haddock abraça o outro e coloca seu rosto no vão entre o ombro e pescoço alheio, permitindo-se chorar pela perda de seu pai. Assim como o Hermod foi consoloado quando Ragnar morreu, ele iria consolar seu namorado, pois Arkyn sabia como era a sensação de perder seu progenitor e não gostaria que Soluço sofresse o tanto que sofreu. Eles adormeceram depois de um tempo, obtendo o descanso merecido.

Em outro dia, os cavaleiros estavam fazendo outra corrida de dragões.

"Esta é Berk. Um pouco surrada, maltratada e coberta de gelo, mas é o nosso lar. Aqueles que nos atacaram, são implacáveis e loucos, mas aqueles que defenderam são mais ainda!"

Arkyn passa perto de Soluço e chama a atenção dele para a corrida.

"Nós podemos ser poucos em número, mas nós defendemos uma coisa muito maior do que aqueles eu se opõem a nós. Nós somos a voz da paz e pouco a pouco vamos mudar o mundo".

A ovelha negra é lançada. Arkyn avança para pegar, mas Soluço é mais rápido. O Haddock joga a ovelha dentro do cesto de Arkyn, marcando ponto para ele e fazendo o Hermod vencer.

"Porque nós temos uma coisa que eles não tem. Eles tem exércitos, eles tem armas, mas nós temos os nossos dragões!"

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E estamos indo para a reta final da saga.

Esse livro foi pequeno se comparado aos demais, mas ainda sim cumpriu seu dever.

Até o próximo e último livro.

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