Capítulo 8

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Narrador pov

Quando a fumaça abaixa, Soluço encara o corpo de Arkyn jogado do seu lado. Ele vai até o garoto e escuta seus batimentos percebendo que ainda estavam ali, suspirando de alívio pela constatação, mas a sensação logo passou ao avistar seu pai embaixo de pedaços de gelo. O jovem corre até seu progenitor e retira os pedaços de gelo, virando o corpo de seu pai de barriga para cima.

Arkyn acorda e ergue seu tronco, mas para ao sentir uma dor em sua barriga. Ele toca no local dolorido e sente sua camiseta molhada, arregalando os olhos ao ver sua mão pintada de vermelho. O Hermod limpa o sangue de sua mão no chão e olha para frente, vendo Soluço perto de Stoico.

O garoto levanta e vai até os Haddock se sentindo dolorido, mas disfarça o incômodo e chega até Soluço. Valka aparece e checa os batimentos cardíacos de Stoico, fechando os olhos e os abrindo quando não sente nada.

Soluço: Não... - O alfa liberta Banguela de seu controle.

Clava pousa perto deles e encara a cena triste e um pouco confuso. Os demais cavaleiros pousam no local e descem de seus dragões. Arkyn coloca sua mão no ombro de Soluço. Ele, mais do que qualquer um dos cavaleiros, sabe como é a dor de perder seu pai, ver a pessoa que te criou escapar por entre seus dedos sem você poder ter feito nada para impedir.

Stoico o empurrou quando foi salvar o Haddock mais novo, a tempo de evitar que Arkyn fosse atingido. Banguela vai até o corpo falecido do ex-chefe de Berk, mas Soluço o empurra.

Soluço: Não! Se afasta dele! Pode ir, sai daqui! Vai embora! - O Fúria da noite se afasta entristecido.

Arkyn: Não é culpa dele, Soluço, você sabe - abraça o garoto de lado, que coloca sua cabeça apoiada no ombro do Hermod.

Valka: Dragões bons sob o controle de pessoas más, fazem coisas ruins - o alfa ruge e todos os répteis voam até ele, incluindo os dragões dos cavaleiros.

Clava tentou resistir e olhou para Arkyn, que observa seu amigo ser controlado com pesar. O Machadrago vai embora junto dos outros. Drago monta em Banguela, visto que o dragão não conseguia voar sozinho, e ele junto dos caçadores partem em direção a Berk. Soluço tenta ir até seu amigo, mas Arkyn e Valka o seguram. Haviam perdido seus dragões e Stoico.

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Bocão: Que as valquírias lhe dêem as boas-vindas e o levem até o grande campo de batalha de Odin, que elas cantem o seu nome com amor e fúria para que possamos ouvi-lo saindo das profundezas de Valhalla e sabermos que você tomou seu lugar de direito na mesa dos reis, pois um grande homem caiu, um guerreiro, um líder, um pai, um amigo - entrega um arco e flecha para Soluço, que sentia uma lágrima escorrer por seu rosto. Ele acende a flecha e a dispara, acertando o navio com o corpo de Stoico. Os outros presentes fazem a mesma ação, incendiando o barco. Todos tinham expressões tristes e chorosas.

Arkyn observa com uma lágrima descendo silenciosamente por seu rosto o seu segundo pai partindo, aquele que havia o acolhido em sua casa e o tornado seu filho quando Ragnar se foi. Sentia a dor conhecida se instalar sobre si, não doía tanto quanto da primeira vez, já estava anestesiado, mas ainda sentia como se tivessem arrancado uma parte sua, a dor em sua barriga não ajudava.

Por suas vestes serem escuras, não dava para ver que a camiseta estava manchada pelo sangue que saía do ferimento. A perda do líquido vermelho fazia o garoto se sentir cada vez mais fraco, mas iria se manter firme, Soluço precisava dele, depois se preocuparia com o ferimento.

Soluço: Eu não sou o líder que você queria que eu fosse e eu não sou o pacificador que eu pensei que eu fosse, pai, eu, eu não sei... - Valka caminha até ele e coloca sua mão no cabelo do garoto.

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