𝐬𝐞𝐯𝐞𝐧𝐭𝐞𝐞𝐧

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Dois anos atrás

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Dois anos atrás

A adolescência é uma fase extremamente solitária, independente de quantos amigos se tem. São experiências individuais necessárias de serem digeridas cruas e friamente, mesmo quando dói. Pois é ali, na dor, onde está tudo pesado, que a vulnerabilidade nos torna gente. Gente de verdade. Ruim por natureza, bom de coração. Tentativas, muitas vezes falhas, de achar um lugar no mundo. Mundo, esse, que não parece seu. Ora seu som faz a cabeça latejar, ora o silêncio parece fazer tudo parecer mais assustador.

Quando foi que ter medo de dormir tornou-se um fervor por trancar-se no quarto? A inocência genuína de repente tem seu lugar roubado por uma curiosidade pervertida, que ainda carrega uma essência inocente e natural.

Uma mente confusa e tola que não suporta os próprios pensamentos. Músicas altas e dezenas de hobbies distraem vozes incessantes. Tudo isso no mais calmo dos dias.

No fim das contas, atrás de um disfarce coloquial e civilizado, todo mundo se acaba em lágrimas alguma hora, achando que nada mais têm solução. Mas, é nesses momentos de vulnerabilidade intrínseca, onde acham que chegaram no fundo do poço, que se percebe que, na verdade, há fim. Há um chão, há um limite. Nada é infinito, e o pra sempre é, simplesmente, agora mesmo.

Em uma noite fresca de um sábado, Kazutora estava sentado no telhado de sua casa tragando um Lucky Strike. Tinha sido um dia normal, bom. Seu time havia ganhado o jogo mais cedo, saindo pra comer logo depois. Pro espanto de muitos, ele acabara negando o convite, indo direto pra casa.

Não tinha exatamente nada de errado, mas ao mesmo tempo ele sentia que estava tudo errado. Sua cabeça pensava demais, seu corpo parecia estar ligado em uma tomada ao mesmo tempo que seus olhos doíam pelo sono. Arriscou mandar uma mensagem te chamando, dando a entender que precisava espairecer. Era rotina um precisar do outro em momentos sensíveis. Bom, em todos os momentos, na verdade.

— Achei que estava tentando parar com isso — você passa as pernas pela janela do quarto do garoto, apontando para o cigarro entre as pontas dos dedos, enquanto se sentava ao seu lado no telhado.

𝐄𝐕𝐄𝐑𝐋𝐎𝐍𝐆 | kazutora hanemiyaOnde histórias criam vida. Descubra agora