Carolina Velásquez cresceu cercada de privilégios bem como obrigações. Ser a filha única do pastor de uma cidade pequena e conservadora, exigiu dela qualidades as quais nunca conseguira corresponder - mesmo quando tentou o fazer. Atitudes precipitad...
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve." —Mateus 11:28-30
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Minhas últimas conversas com Daniel não apenas tocaram em partes do íntimo do meu ser, como também remexeram-nas de forma que passei a refletir e orar ainda mais a respeito dos assuntos abordados. E aos poucos, o desejo de que você tenha um pai pulsa com maior força em meu peito.
Não temo que cresça sem uma referência masculina, pois para isso tem seu avô, Isaque, Davi, Otávio, Daniel e tantos irmãos que a amam. Porém, um pai vai muito além de uma referência de masculinidade.
Ter um pai é ter amor, segurança, correção, ensino, provisão, tudo em um homem só. É isso que aprendi a ter em David, e é isso que oro para que encontre em alguém.
Mesmo que esse alguém não tenha o seu DNA.
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Aquela noite de abril tornou-se atípica para a família Velásquez, não pela chuva de outono a qual batia furiosamente contra os vidros das janelas existentes na casa alugada por David, nem mesmo pelo fato de Carolina estar de pé às 3:00 da madrugada embalando a filha nos braços.
Mas sim, porque o choro estridente da menina cortava o silêncio noturno por vários minutos seguidos, sem diminuir a intensidade e desespero.
A moça não sabia mais o que fazer, já havia tentado dar de mamar para Graciella que rejeitou o peito como nunca fizera antes, orou por sua vida e agora, tirava a temperatura para certificar-se de que a bebê não estava com febre. Em seu coração, ela pedia ao Senhor que fosse apenas uma cólica passageira.
No entanto, assim que pegou o termômetro de volta surpreendeu-se com os altos números expostos ali. Graça estava queimando de febre.
Sem perder tempo, Nina andou até a mãe que jazia na cozinha preparando algo que pudesse ajudar a acalmar a neta e mostrou-lhe o resultado no termômetro. Débora assustou também.
