II. 20| Porto Seguro

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“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Dirá do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.”
— Salmo 91: 1-2

Quando criança, jurava que um dia cresceria tanto a ponto de não sentir medo de mais nada

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Quando criança, jurava que um dia cresceria tanto a ponto de não sentir medo de mais nada. Pois embora tenha tido uma infância regada a brincadeiras perigosas e apesar de ter sido dona de uma personalidade bastante encrenqueira — a qual está sendo tratada em Cristo através da pessoa do Espírito Santo —, sempre tive muitos medos além dos ambientes aquáticos, ainda que não os admitisse.

No entanto, eu não temia monstros embaixo da cama ou ralar o joelho em uma queda de bicicleta. Eu tinha medo de não ser amada. Me assustava pensar que não era suficiente para manter os olhos do meu pai sobre mim. Era diariamente assombrada pela hipótese de passar o resto dos meus dias sozinha.

Depois de crescida, porém, ainda sentia esses mesmos fantasmas me perseguirem. E eles apenas caíram por terra quando entreguei minha vida a Deus de forma verdadeira e íntegra, os medos foram diminuindo aos poucos e a minha psicóloga também foi um instrumento dEle para isso.

Mas por esses dias, depois de tomar ciência de que seu pai fora solto da prisão, um novo medo instalou-se em minha alma: e se Filipe vier atrás de nós? As feridas que ele causou em mim foram mesmo curadas? Qual a probabilidade de eu querer reatar nosso relacionamento?

Infelizmente, não tenho respostas para tais questões. Ao menos, não as respostas que gostaria de ter. E desse modo, sigo confiando que a graça do Pai nos levará aonde Ele deseja que cheguemos.

Os longos dedos de Daniel dividiam-se entre bater contra as teclas do notebook posicionado sobre a mesa na cozinha, e anotar os valores resultantes dos seus cálculos em um caderno ao lado

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Os longos dedos de Daniel dividiam-se entre bater contra as teclas do notebook posicionado sobre a mesa na cozinha, e anotar os valores resultantes dos seus cálculos em um caderno ao lado. As sobrancelhas franzida denunciavam o quão concentrado estava em seu trabalho, bem como os grossos lábios entreabertos murmuravam coisas nenhum pouco inteligíveis aos ouvidos de outros.

Havia uma semana que o rapaz vinha trabalhando na administração da Escola de Missões de Rosa Blanca, e apesar do cansaço mental por precisar trazer à memória alguns conhecimentos antes engavetados, não poderia esconder a satisfação em servir a Deus de alguma forma. Ele estava feliz sendo o missionário que fora chamado para ser.

Graça com Propósito| Série Propósitos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora