I. 11| Nunca sozinha

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"Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou seu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo e te sustento com a destra da minha justiça."
- Isaías 41:10

Mesmo depois de ter ouvido doutor Marcos dizendo com todas as letras que eu estava grávida, a ficha ainda demorou a cair

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Mesmo depois de ter ouvido doutor Marcos dizendo com todas as letras que eu estava grávida, a ficha ainda demorou a cair. Era complexo demais pensar que havia uma vida se desenvolvendo dentro de mim. Uma vida que seria extremamente dependente da minha pessoa para se alimentar, ser protegida e ensinada acerca daquilo que é bom e aquilo que é mau.

Mas a questão que ecoava em meus turbulentos pensamentos era: como cuidaria de outra pessoa, se não consegui cuidar de mim mesma?

Mas a questão que ecoava em meus turbulentos pensamentos era: como cuidaria de outra pessoa, se não consegui cuidar de mim mesma?

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Nina recebeu alta.

Depois de horas confinada na Casa de Saúde e uma bateria de exames cujos comprovaram a sua integridade física assim como o bem estar do bebê que trazia em seu ventre, ela havia sido enfim liberada para retornar para casa. O sol deu lugar à lua e o calor fora substituído por uma suave brisa noturna quando a moça pediu aos pais que lhe deixassem sozinha a fim de aprontar-se para deixar o hospital, e mesmo que a contragosto, eles cederam de modo que esperavam-na acomodados na sala de espera.

Carolina queria apenas ficar sozinha. Precisava de um tempo para organizar os seus pensamentos antes de voltar para o cenário da sua decadência, ela não se via pronta para pisar na casa pastoral novamente. Seu coração acelerava e a respiração tornava-se pesada ao simplesmente pensar na possibilidade de estar em casa de novo, contudo não tinha outra opção.

Não iria pedir abrigo para Johanna. Recusava-se a envolver a amiga ainda mais em seu caos particular, temia ser um estorvo em sua vida.

Nina andou até o banheiro situado no quarto onde estava internada com certa dificuldade devido a dor que repousava sobre os seus músculos na intenção de encontrar um espelho, e assim que atingiu o seu objetivo, parou em frente ao objeto mirando o próprio reflexo com demasiado desgosto. As olheiras profundas davam um aspecto ainda pior para o seu rosto machucado, tal como os cabelos arrepiados tornavam-se cada vez mais ralos e menos viçosos.

Ela não se sentia apenas feia, muito pelo contrário, enxergava-se como uma pessoa horrível. Um trapo sujo largado às traças.

Descendo os olhos até a sua barriga reta, a filha do pastor sentiu o estômago gelar. Ela não estava mais sozinha em meio aquele temporal, agora existia uma pessoa sendo gerada dentro dela. Uma pessoa que precisava que ela estivesse saudável fisicamente para nutri-la, psicologicamente bem para amá-la e espiritualmente firme para ensiná-la o caminho da justiça.

Graça com Propósito| Série Propósitos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora