𑁤 𝑾𝒉𝒐 𝑨𝒓𝒆 𝒀𝒐𝒖? ❞ 𝖼𝖺𝗌𝗍𝗂𝖾𝗅.

𝟑 : 𝖙𝘰𝘰 𝘸𝘦𝘭𝘭

Mancini

— Ah, você veio! — a loira sorri abrindo a porta.

— Consegui um espacinho na agenda. — brinco, abraçando a anfitriã.

Ela abre passagem e corro para os braços da Mei. Estava com saudades delas.

Ambas caminham comigo até a sala, onde encontro todos aqueles meus antigos amigos. Abraço todos eles — com exceção de Castiel. Em minha defesa, fiquei com medo de deixá-lo desconfortável, visto que já não estava muito à vontade quando passei pela porta.

O lugar no sofá ao lado dele é o único vazio, então me sento ali.

— Estava com saudade de te ver aqui. — Rosa sorriu.

— Senti tanta falta de vocês. — ri.

Diversas perguntas apareceram, entre elas, as que tenho respostas na ponta da língua; “Como era em Londres?”, “Porque voltou?”, “Viajou muito?”, etc.

— Achei que ia trazer seu namorado. — Ambre comenta, bebericando seu vinho.

— Namorado? — arregalo os olhos e limpo a garganta. — Dekkers não é meu namorado.

— E por que não chamou ele?

— Ah… Nós brigamos. — faço uma careta.

— De novo?

— Dessa vez ele me chamou de puta.

Não devia ter falado isso. Tampo a boca assim que percebo.

Merda.

Todos ficam em silêncio e me olham assustados — principalmente o ruivo ao meu lado, diga-se de passagem.

Pelo menos trinta segundos se passam, parecem séculos. Um silêncio constrangedor, consigo ouvir a respiração de cada um.

— Aceitam salgados? — Leigh fala nervoso, tentando amenizar o clima.

E, de repente, a sala está barulhenta de novo. Fico quieta no meu canto, tenho medo de falar algo errado outra vez.

— Avery. — chama.

Castiel.

— Hm?

— Podemos conversar. — olha para o lado. — A sós.

Balanço a cabeça.

— Claro.

Ele se levanta e me guia até a sacada, se apoia no parapeito e olha para baixo.

— Por que não me contou?

Também me apoio.

— O quê?

— Sobre Dekkers.

— Por que eu contaria?

Não quero ser grossa, mas eu não contei para ninguém sobre isso, seria estranho falar com o Castiel.

— Ele te bateu? — não olha para mim, mas sua voz tem um tom de preocupação.

Por que caralhos ele faz isso comigo?

— Não, eu… — desvio o olhar para qualquer canto iluminado da cidade abaixo. — Eu bati nele. Depois dele ter me xingado, claro.

Silêncio.

— Entendi.

Suspira e mais silêncio.

— Vocês brigam muito?

— Ah… — estalo a língua. — Nem tanto, eu me acostumei.

— Você merece algo melhor.

Congelo. Merda.