𝟏𝟎 : 𝖞𝘰𝘶 𝘰𝘯𝘭𝘺 𝘸𝘢𝘯𝘵 𝘮𝘦 𝘪𝘯 𝘱𝘩𝘢𝘴𝘦𝘴

128 13 4
                                    

Mancini

— Estou com frio.

— A temperatura está negativa. — coloco minhas luvas. — Quem teve a ideia de vir para praia neste frio?

— Rosalya.

Estamos na praia, por algum motivo. O vento está forte e há uma fina camada de neve — cerca de cinco centímetros — por cima da areia.

— Parecia uma ideia ótima. — arruma a filha no próprio colo. — Vocês ainda aceitaram, todos vocês.

Bufo, tentando esquentar meus dedos.

— Vamos para minha casa, eu ascendo a lareira.

A casa de Rosa não é tão longe, são apenas quinze minutos de carro. Separamos o grupo em carros diferentes e seguimos, chegando ao mesmo tempo. Nos acomodamos nos sofás — alguns nos pufes que Rosalya teve que colocar — e não demorou muito até tirarmos luvas e cachecóis.

Na "roda" há, pelo menos, três conversas paralelas. Estou falando com Ambre e Chani sobre revistas e modelos.

— Não gosto da capa dessa revista. — Ambre aponta. — Essa pose é estranha.

— Não acho. — analiso a modelo. — Parece ser algo mais relacionado a roupa. Se estivesse com uma manga menor, talvez ficasse mais bonito.

— Você diz mais curta ou com menos tecido? — a platinada pega a revista, me encarando.

— Não, não. — balanço a cabeça. — Com menos tecido.

Ela concorda. Nathaniel grita do outro lado da sala, abrindo um champanhe e perguntando quem quer. Levanto minha mão.

— Mas deve ganhar muito por isso. — ele me entrega a taça. — Obrigada. — murmuro.

— É uma quantia ótima, realmente. — sorri para o irmão, que lhe entrega a bebida. — Depende da revista com quem você vai trabalhar. Tem algumas que não fazem meu estilo, mas estou incluída no grupo de modelos que não está apta a decidir trabalhos.

— Você vai chegar lá. — sorri, bebericando o champanhe e acariciando a mão da loira. — Acho que eu aceitaria fazer um trabalho do tipo. Se eu fosse modelo, claro. Apesar de não ter gostado muito das roupas, as fotografias estão maravilhosas e não consigo imaginar o dinheiro que devem oferecer por isso.

— Até porque nada é mais importante na sua vida que o dinheiro, não é?

Me surpreende com a voz de fora. Olho para o lado e Castiel Veilmont está sentado no sofá próximo de mim. Seu tom foi firme, arrogante, grosseiro.

Todos ficaram em silêncio, nos encarando. A tensão era quase que palpável. Não há motivos para isso, eu não vejo motivos para isso.

— O que quer dizer? — arqueio a sobrancelha, arrumando minha postura.

— Quero dizer que... — Rosalya o interrompe.

— Cookies! — ela força um sorriso.

O grupo inteiro desvia a atenção para Rosa — inclusive o ruivo — mas eu fico apenas encarando ele, tentando entender o que acabou de acontecer.

Eu fiz algo? Da última vez que nos falamos, parecíamos bem. De onde vem essa arrogância repentina?

Anne chega por trás, me cutucando e fazendo sinal para segui-la. Pego minha taça e obedeço, indo até o corredor do andar de cima.

— Que porra foi aquela? — coloca as mãos na cintura. — Castiel te alfinetando do nada... O que aconteceu?

— Acha que eu sei? — dou um gole. — Eu nem percebi que ele estava ouvindo nossa conversa.

𑁤 𝑾𝒉𝒐 𝑨𝒓𝒆 𝒀𝒐𝒖? ❞ 𝖼𝖺𝗌𝗍𝗂𝖾𝗅.  Onde histórias criam vida. Descubra agora