menina veneno

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Aquela noite de sexta-feira estava passando mais lenta que o normal

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Aquela noite de sexta-feira estava passando mais lenta que o normal. Mathias não sabia se era pela banda presente que tocava músicas da época em que era adolescente, pela movimentação agitada do Eclipse bar, ou pela filha de Humberto que vez ou outra captava os olhos azuis do barman.

Ele se perdia entre pedidos, versos, palavras de Agatha (um tanto quanto sugestivas) e o olhar cor de mel da garota. Era simplória a vida que ele queria levar e como ele desejava que a noitada cairia para si, mas parece que tudo estava gritando um enorme "Não, você vai se foder um pouco hoje!" na sua cara.

O bar ia se esvaziando aos poucos, tornando tudo mais calmo e monótono — exceto para Mathias. De repente, se houvessem uns dois casais além de Agatha, Mathias, mais outro funcionário e o grupo das três amigas era muita gente.

A banda já havia terminado seu expediente e recebido seu cachê, e agora quem cuidava das músicas era Paulo, o tal do outro funcionário. Como sempre, eram hits dos anos 80.

O karaokê, por sua vez, estava aberto ao pouco público que tinha ali.

— Não vai cantar hoje? — Mathias perguntou à Agatha, enquanto preparava uma sangria.

A morena soltou um riso, jogando a cabeça de lado e encarando o mais velho. A empresária havia conhecido Barreto naquele mesmo bar, há apenas uma semana, e desde então estava super afim dele. O jeito que ele a fodeu, levando-a em orgasmos surreais e múltiplos quase que enlouqueceu a morena, além de sua gentileza e seu charme que pasme, era encantador.

E Agatha sentia que Mathias estava se sentindo da mesma maneira, pelo menos até essa noite.

— Acho que não... — murmurou, num timbre viés. — Quer... quer ir tomar um vinho lá em casa? — foi direto ao ponto.

Mas ele ao menos parecia ter prestado atenção. Agatha sentiu sua respiração pesar, e grunhiu algo antes de repetir.

— Mathias. — apenas dizendo o nome dele que ela foi capaz de alcançar seus olhos azuis. — Você quer ir lá em casa tomar um vinho? quem sabe comer uma pizza...

Barreto captou o sorriso malicioso e ao mesmo tempo gracioso da empresária levantar o canto de seus lábios esguios e vermelhos, e quase sorriu com aquilo.

E porra, Mathias não seria nem louco de recusar um convite tão excitante daqueles. Mas algo o impedia, e embora o tesão que sentisse em Agatha fosse enorme, a preocupação de deixar as meninas sozinha com aqueles "moleques", não o permitia nem se deixar levar pela lábia da morena.

Ele fez uma linha fina com os lábios, encarando os olhos verdes da empresária com certo descrédito.

— Hoje não dá, Agatha... eu ainda não terminei aqui, e outra, tem a Luiza...

Um riso saiu pelos lábios da morena, que apenas engoliu em seco. Ela arqueou as sobrancelhas, o encarando de maneira irônica e um tanto quanto infame.

MENINA VENENOOnde histórias criam vida. Descubra agora