Capítulo 5

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Algo que me cativa são os livros de ficção. Estou lendo um livro sobre uma jovem donzela chamada Íris que se transforma em um dragão. Isso acontece porque, na história, ela está tão, mas tão amargurada com sua vida na torre, que pede para que sua fada madrinha a mate. A fada madrinha diz que faria como ela desejasse, mas na verdade a transformou em um lindo dragão verde. Parece uma história tola e infantil (não que não seja), mas me identifico bastante com Íris. Sebastian seria minha fada madrinha, mas ele é homem; não tem uma varinha; e logo, não pode me transformar em um lindo dragão. Infelizmente.

Ontem à noite, fui ao encontro de papai e ele começou a falar sobre Eric. Disse que ele era o "tipo de genro perfeito para ele", como se fosse um grande negócio. Tentei ignorar o assunto, mas foi em vão. Ele continuou falando sobre a carreira de Eric, mas eu parei de ouvir depois de "quando ele tinha dezenove anos..." e só retomei quando ele já estava no meio de outra história.

- E assim ele mantém sua profissão até hoje. Brilhante, não é? - Ele me perguntou empolgado.

- É. Fascinante, pai. - Respondi automaticamente, mal prestando atenção.

Estava quase cochilando enquanto dava passos ao lado dele. Até que paramos em seu escritório, e ele se sentou.

- Acredito que Judite e Sebastian já te disseram que temos um novo jardineiro. Não é importante, mas irei fazer você conhecê-lo amanhã... - Ele acendeu um cigarro, soltando fumaça pelo ar. - É aquele tipo de moleque que aceita qualquer emprego por uma merreca.

- Então pai, estou morta de sono, acho que vou dormir agora - Disse, interrompendo-o. Eu sabia que ele passaria a noite toda me aborrecendo com essas histórias chatas e sem sentido.

- Oh querida, mas e o jantar? Está cedo...

- Estou seguindo uma dieta rigorosa para o novo número de ballet. É bem restritiva. - Dei a desculpa.

- Céus, como pude esquecer? Boa noite, querida.

Despedi-me com um aceno de mão e me afastei rapidamente. Não aguentava mais ouvir sobre Eric e sua carreira brilhante. Estava exausta e precisava de um momento só para mim, sem as pressões e expectativas do meu pai.

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