Capítulo 9

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Às 18h00 chegamos em casa.

Eu e Mady estávamos animadas, pois ela dormiria na mansão aquela noite. Fazemos isso todas as quartas-feiras, e nos divertimos à beça provando roupas, usando maquiagem e jogando conversa fora.

Só que aquela noite, eu estava prestes a descobrir uma coisa: entramos pela porta principal e quando fomos subir as escadas, papai me chamou.

— Que bom que você chegou, querida… Ah, Madelleine veio com você hoje?

— Sim, pai. Nós vamos para a casa uma da outra todo mês, se esqueceu?

— Que cabeça a minha. — Disse ao pôr a palma da mão na testa. — Eric ligou e perguntou se podia jantar aqui essa noite, não sabia deste detalhe e acabei dizendo que poderia.

Não é possível. Eric pode ter muitos propósitos na vida, e com certeza um deles é bagunçar a MINHA vida.

— Não é possível cancelar? — Perguntei.

— Oh não. Há essa hora ele já deve estar a caminho.

— Mas sem problemas, Sr. Winchester — Começou Mady. — Eu fico no jantar com vocês. Como uma velha amiga.

Trocamos olhares. Ela me olhou como quem diz: deixa comigo.

— ...Certo, vá se ajeitar. Vou ver se Judite já preparou a mesa.

Ele estava nitidamente insatisfeito com o desfecho da situação. Quieto, girou os pés e seguiu até a cozinha.

Olhamos uma para a outra novamente após sua saída, e abrimos um sorriso de orelha a orelha. Obrigada, Madelleine!
É claro que, a princípio, acredito que seria um jantar romântico, e graças a minha boa e velha amiga, não será mais. Fico devendo Madelleine por esse favorzão.

Enquanto esperava Mady terminar de se arrumar, até dei uma espiada no jardim pela sacada; vendo a grama, pude lembrar detalhadamente de Dave Carter, outra vez.

— Estou pronta, vamos? — Disse ela, e nós fomos.

A mesa servia um verdadeiro banquete, os talheres brilhavam e havia uma música clássica ao fundo, provavelmente escolhida por meu pai

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A mesa servia um verdadeiro banquete, os talheres brilhavam e havia uma música clássica ao fundo, provavelmente escolhida por meu pai.

Eric se sentou ao meu lado esquerdo, enquanto Mady sentou-se à direta. Papai estava na única cadeira que fica na lateral da mesa retangular, ele nunca se senta em outro lugar.

Mesmo depois de um bom tempo, os dois homens da mesa não se cansavam de conversar sobre suas conquistas, trabalhos com profissionais incríveis e de como eles veem o mundo, com seus princípios no mínimo...entediantes.

— E acredito que assim, poderemos avançar cada vez mais na empresa, Sr. Winchester. — Encerrou Eric.

— Fico orgulhoso em te ver trabalhando com o setor financeiro! — Papai olhou para mim, que estava praticamente muda junto de Mady desde o início do jantar. — Querida, ficou sabendo que Eric é dono de uma loja de grife?

— Ah, é realmente incrível. — Respondi de forma mecanizada. — Parabéns.

— É uma honra ser parabenizado por você, Ágatha. — Disse ele colocando sua mão sobre a minha que estava na mesa.

Eu me senti desconfortável com o contato, mas não queria demonstrar. Seus olhos estavam fixos em mim, e isso me deixou ainda mais inquieta.

— E qual o nome da empresa? — Perguntou Madelleine.

— Astor & DavenPort. Existem várias lojas espalhadas por toda a Hispânia. — Os olhos de Mady brilhavam, ao contrário dos meus. — Farei questão de trazer jóias da marca pra você, Ágatha.

A mão dele estava ficando cada vez mais quente. Numa tentativa dele de entrelaçar nossos dedos, rapidamente, tirei a mão da mesa, como se eu estivesse me livrando de um inseto.

— Agradeço. — Respondi, logo tomando um gole de vinho.

O jantar seguiu, e eu me senti aliviada quando finalmente terminou. Saí da mesa e fui em direção ao corredor, onde descansei minhas costas na parede e pude respirar aliviada. Meus sentimentos estavam confusos; a pressão de ter que agradar meu pai e lidar com a presença de Eric me causavam com um frio estranho na barriga.

O relógio marcava 22h30

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O relógio marcava 22h30. Eu e Mady estávamos no meu toalete; ela na banheira de espuma e eu penteando meu cabelo em frente a pia, enquanto me olhava no espelho. Ambas com uma máscara grudenta de pedrinhas na face, da qual eu via ela retocar a cada cinco minutos pelo reflexo.

— Ágatha, eu tenho inveja de você… — Começou ela.

— Inveja? Como assim?

— Fala sério! Aquele bonitão está apaixonado por você, e você nem dá bola pra ele… — Lamentava enquanto se apoiava na borda da banheira. — Se aquele homem me dissesse que está honrado em ser elogiado por mim, e ainda por cima, me desse jóias caras como presente… Ah, seria como um sonho!

— Aposto que Tyler faria tudo isso e mais um pouco só por você. — Eu sabia que aquilo a irritaria, e era essa a intenção. Novamente, ela fez aquela cara de nojo e soltou um risinho sarcástico.

— Não que não seja verdade, mas uma jóia nunca vai me satisfazer tanto quanto um bom homem.

— Você é impagável.

Disse ao me virar para vê-la. Ela mordeu o lábio inferior com uma expressão de garota danada e se jogou na banheira.

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