Marcus.
-É sua filha! -a voz da minha ex retumba pelo fone do celular maltratando meu tímpano.
Afasto o celular e respiro fundo apertando a ponte do meu nariz.Tenho quarenta e três anos e sou Padre de umas principais igreja católica em uma cidade 25.000 habitantes aproximadamente.
Entrei nesse mundo do sacerdócio há menos de uns cinco anos e já ganhei o respeito de alguns líderes mais antigos daqui, outros, já não gostam tanto de mim por causa da minha idade, entres algumas coisas.
Bufo e passo uma mão pelo rosto.
-Ok, está bem. Mas Amélia sabe do meu serviço na igreja, não é? -pergunto só pelo fato de eu não ter muito contato com a minha própria filha. É vergonhoso, porém, ela está, estava, melhor sem manter contato comigo.
-Claro que sim, eu já conversei com ela e passei algumas regras básicas do quê pode ou não pode fazer no tempo que estiver baixo seu teto. -América bufa- e ela tem vinte e três anos, não é uma criança idiota inconsequente.
-Que bom. Eu espero que saiba se comportar então. -falo já querendo encerrar essa conversa- Eu vou estar em casa depois das 18hrs, qualquer vinda antes desse horário, terá que esperar.
-Ela vai cruzar o atlântico pelo amor de Deus, esses voos são imprevisíveis. -ela fala já estressada- Em fim, depois se falamos. Sabe que se não fosse tão importante, mão estaria pedindo ajuda pra você.
Ela desliga na minha cara e eu passo as mãos nos meus cabelos. Vou ao banheiro que tenho na minha habitação e passo uma água gelada pelo rosto.
Observo meu reflexo, não tenho uma aparência feia ou desagradável. Meço um metro e oitenta e cinco, tenho uma boa constituição física e cabelos escuros com olhos azuis e barba bem aparada na minha mandíbula. Então, chamo muito a atenção pelo físico, além da minha altura pouco fora do comum.
As vezes eu esqueço que eu tenho uma filha e não quer dizer que seja um mal pai, até Amélia estava muito melhor com seu novo pai quase perfeito do outro lado do mundo.
Eu tenho, tinha, pequenas torções sexuais um pouco agressivas demais. Gostava de fuder qualquer coisa com saia que cruzasse por meu caminho. Junto com o consumo de drogas e companhias ruins, a minha vida estava indo num sentido fora do normal para ser um pai dedicado.
Mesmo eu tendo começado a frequentar um seminário e estudar Filosofia e Teologia.
Achei a minha “salvação” entrando na igreja para frear meus pecados mais sujos. Ainda me achei com muita sorte ao ter uma pequena carta branca quando me juntei com um velho amigo, que quis continuar os trabalhos do pai, filho de um antigo mafioso na venda drogas e armas. Ate porque ninguém vai suspeitar de uma igreja, não é?
Virar padre foi só uma consequência da minha decisão.América engravidou com dezoito anos e seus pais não queria que um playboy cheirador de crack envolvidos com gente perigosa criasse sua neta. Prontamente, eles arranjaram um pretendente decente para ela e casaram-se. Criaram minha filha como se eu não existisse e nunca ela pediu nenhum centavo pra criação da menina.
Só que eu nunca falei que eu era herdeiro de uma pequena fortuna que meus próprios pais falecidos deixaram pra mim. Ainda com meu trabalho de “colarinho branco”, note-se a ironia, ninguém suspeitou nada.
Nenhum deles pediu alguma coisas pra mim, até hoje.
Amélia queria conhecer seu pai biológico e para aproveitar a viajem, ela ia se matricular na universidade perto da minha casa.
Ela já tem idade suficiente para ser adulta e se virar sozinha. Ainda que eu não ficava muito tempo em casa, e sim, eu não morava na igreja.
As regras do sacerdócio foram mudaram e não necessariamente precisava fazer votos de pobreza. Graças a Deus.
Mesmo que eu goste da religião e eu sigo as regras da igreja o mais que posso, eu tenho uma vida dupla; gosto de comer das “duas mesas” tem que diga. Então, moro numa casa pequena e aconchegante em um bom bairro que tem uma pequena piscina nos fundos e um imapala antigo que tenho mais por amor sentimental, também porque ajuda a mostrar que mesmo vivendo bem e confortável, não sou ganancioso.
Parte essa que a outra metade dos líderes não gostam de mim, tem a ver com esses pequenos detalhes.
Grunho, pegando minhas coisas e saindo de casa.
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Perdoe-me Pai, porque eu pequei.
Romance🔞Leitura rápida somente para adultos responsáveis🔞 ⚠️ Contém gatilhos ⚠️ História puramente tabu 🔞 Anti-heróis com vinte anos de diferença 🔞 Relacionamento conflituoso entre pai/filha de parentesco sanguíneo 🔞 Eresia Padre paroquial. Garota es...