Capítulo 10

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Poncho decidiu deixar Any na clínica, mas antes passou em sua casa para tomar um banho e trocar de roupa

Ele guiou Any até a entrada da sua nova casa, e ao abrirem a porta, foram recebidos pelo familiar aroma de um lar recém-construído. A casa era um reflexo das escolhas individuais que fizeram após a separação, um novo começo que contrastava com as memórias do passado.

Any observou a sala com um misto de curiosidade e reconhecimento, enquanto Poncho seguia para o quarto para trocar de roupa. A atmosfera era permeada por um silêncio carregado de novas possibilidades, mas também de uma conexão que continuava a existir, apesar das mudanças.

Ao retornar, Poncho encontrou Any explorando os espaços da nova casa. Juntos, compartilharam histórias e risos, reconhecendo que embora a vida os tivesse levado por caminhos diferentes, havia algo de reconfortante na familiaridade da presença um do outro.

Ao se prepararem para sair, Poncho ofereceu a Any a jaqueta que ela esquecera no carro. Um gesto simples, mas que simbolizava a disposição de cuidar um do outro, não importando o que o futuro reservasse.

Juntos, deixaram a nova casa de Poncho, fechando a porta atrás deles, mas carregando consigo a certeza de que, embora os capítulos passados tenham chegado ao fim, a história deles ainda tinha páginas a serem preenchidas. O futuro aguardava, e eles estavam prontos para enfrentá-lo, lado a lado.

Poncho guiou o carro de Any até a clínica veterinária, e no caminho, o silêncio era interrompido apenas pelo suave ronco do motor e o sussurro dos pneus contra o asfalto. Em meio às ruas familiares, eles compartilharam uma jornada que transcendia o simples ato de dirigir. Ele se ofereceu para acompanhá-la até a entrada da clínica, um gesto de apoio que não passou despercebido. Mesmo em meio às incertezas, a presença de Poncho trazia uma sensação de segurança, uma recordação de que, apesar dos desafios, eles ainda podiam se apoiar um no outro.

Any agradeceu a Poncho por estar lá, e enquanto se dirigiam para a entrada, o olhar deles se encontrou por um breve instante, como se palavras não fossem necessárias para expressar a complexidade das emoções compartilhadas naquele momento.

Quando chegaram a clínica deram de cara com Rodrigo

Any: Rodrigo?

Rodrigo: Oi Any

Poncho mediu Rodrigo dos pés a cabeça

Rodrigo: Desculpe incomodar, mas eu vim buscar a receita que esqueci aqui ontem

Any: Vou pegar pra você, Poncho fique a vontade eu já volto

Enquanto Any se afastava para buscar a receita para Rodrigo, Poncho e Rodrigo trocaram olhares, um momento de reconhecimento mútuo que carregava uma carga de história compartilhada.

Poncho: Então você é o Rodrigo.

Rodrigo: Sim, sou eu. E você deve ser o Poncho, certo?

Poncho nada respondeu

Rodrigo: É um prazer conhecê-lo

Poncho: Oque você tem com a Any? - direto

Rodrigo: Estamos nos conhecendo

Poncho, sentindo-se incomodado com a presença de Rodrigo, aproveitou a oportunidade antes da chegada de Any para tentar distanciar o novo conhecido.

Poncho: A Any é uma mulher incrível, mas acho que preciso te alertar sobre algo.

Rodrigo: Sobre o quê?

Poncho: Ela tem alguns problemas de saúde, uns negócios de piolhos e furúnculos, é meio complicado, sabe?

Rodrigo: Sério?

Poncho: Muito sério, ela me fazia espremer os furúnculos dela todas as noites

Rodrigo tinha uma expressão de nojo

Poncho: Além disso, a casa dela... cheia de bichos, tipo muitos cachorros e gatos. Eu tive que lidar com isso quando éramos casados, e não foi fácil.

Rodrigo: Ah, eu não sabia...

Poncho: É, é meio complicado. Só estou te avisando.

Rodrigo ficou pensativo, absorvendo as palavras de Poncho, enquanto este mantinha uma expressão séria, esperando que suas palavras afastassem qualquer interesse indesejado.

Poncho: Há e outra coisa, a casa dela é cheia de bichos, ela tem quarenta cachorros e oitenta gatos, todos eles dormem na cama com ela

Rodrigo ficou surpreso com a revelação de Poncho, processando a informação sobre a quantidade incomum de animais de estimação de Any.

Rodrigo: Uau, isso é... impressionante. Ela realmente ama os animais, não é?

Poncho assentiu, observando a expressão de Rodrigo com uma mistura de desconfiança e curiosidade.

Poncho: Sim, ela os ama como se fossem filhos. Às vezes, acho que ela prefere a companhia deles à nossa.

Rodrigo sorriu, tentando dissipar a tensão crescente entre eles.

Rodrigo: Bem, pelo menos nunca estaremos sozinhos na casa dela, não é?

Poncho continuou com sua estratégia para afastar Rodrigo, acrescentando mais um elemento à sua descrição.

Poncho: Além disso, cara, ela tem esse hábito estranho de deixar os cachorros e gatos dormirem pela casa toda. Se você tem alergia ou algo do tipo, pode ser complicado.

Rodrigo: Uau, isso é... interessante.

Poncho: E não se esqueça do ronco. Ela ronca mais alto que uma britadeira, acredite em mim.

Rodrigo pareceu um pouco surpreso com tantas informações negativas sobre Any, mas antes que pudesse responder, Any retornou com a receita médica.

Any: Aqui está, Rodrigo. Desculpe a demora.

Rodrigo: Sem problemas, Any. Obrigado.

Any percebeu a expressão séria de Poncho e o clima tenso na sala.

Any: Algum problema?

Poncho e Rodrigo trocaram um olhar breve antes de Poncho responder.

Poncho: Não, nenhum problema. Rodrigo estava de saída.

Rodrigo: Sim, é isso mesmo. Obrigado pela receita, Any. Nos vemos por aí.

Com um aceno de cabeça, Rodrigo se despediu e saiu da clínica, deixando Poncho e Any a sós novamente.

Any: Está tudo bem?

Poncho: Está, bom não quero mais te atrapalhar, vou indo, tenho um reunião daqui a pouco

Poncho: Cuide-se, Any.

Any: Obrigada por tudo.

Poncho: Te ligo mais tarde.

Any: Está bem.

Poncho: Fique bem.

Os dois se abraçaram e Poncho depositou um beijo na testa dela, deixando-a com sentimentos mistos enquanto ele se afastava.

Tropeços do Amor AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora