Cap. 2

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No dia seguinte. Eu estava pegando meus livros no armário para as aulas de hoje e quando fecho a porta dou de cara com Johnny Lawrence escorado me encarando.

- Bom dia, Shields. - ele diz com ele sorriso esnobe.

- Bom dia, Lawrence.

- Ontem enquanto eu estava na sala de estar na minha casa comecei a pensar sobre o que faria com você esse ano... o que acha de te importunar como todos os outros anos letivos? - ele falou de forma sarcástica.

Meu cérebro pareceu ter mudado de raciocínio completamente e invés de eu apenas me render sobre as zoações dele, eu respondi em mesmo tom.

- Acho que você é tão fútil sobre tudo que nem para estragar a vida das pessoas é criativo ou inovador.

Quando eu completei essa frase pude ver o sorriso dele de antes murchar completamente se tornando uma feição de nojo e raiva ao mesmo tempo.

Eu senti medo, mas fingi que nada tinha me afetado. Que porra aconteceu comigo de um dia pro outro?

- Olha o jeito que fala comigo, Shields. - Lawrence pontuou ríspido antes de sair em passos fortes.

Olhando pelo lado bom, pelo menos ele não me bateu.

- ☆⁎⋆✫ -

Mais tarde, eu estava indo para as arquibancadas do campo de futebol como de costume. No automático, comecei a prestar atenção na forma que Johnny jogava. Ele parecia tão dedicado naquilo...

Depois de alguns minutos ele percebeu meu olhar e desviei no mesmo instante.

- ☆⁎⋆✫ -

Já no fim das aulas, eu resolvi passar na sorveteria invés de ir direto para minha casa.
Quando estacionei a bicicleta na calçada do lado da sorveteria pude perceber que no parquinho alguns metros a frente, Johnny estava sentado num banco com as mãos segurando a cabeça de forma trêmula.

Fiquei por alguns segundos encarando aquela cena. Eu realmente queria ir falar com ele, não sei porque. No impulso, entrei na sorveteria e comprei uma casquinha de morango e saí do local em passos rápidos atravessando a rua eufórica.

Parei do lado de Johnny e ele virou a cabeça em minha direção quando percebeu que eu estava lá. O rosto dele parecia choroso, ele não estava chorando mas seus olhos e nariz estavam vermelhos. Provavelmente ele parou de chorar recentemente.

- O que você quer aqui? - ele quebrou o silêncio com uma voz rouca e falha.

- Eu vi você aqui e resolvi ver como está.

- Isso não é da sua conta.

Olhei para cima por um segundo e depois voltei meu olhar para ele.

- Realmente não é... mas no impulso vim até aqui.

- Idiota. - ele resmungou.

Me sentei do lado dele e dei uma lambida no sorvete.

- Não precisa falar se não quiser, até porque não somos amigos ou coisa do tipo.

- Por que me respondeu daquele jeito hoje mais cedo? - ele mudou de assunto.

- Quando?

- Você sabe do que estou falando.

Dei um suspiro.

- Na verdade, não sei ao certo. Acho que foi cansaço acumulado. Você me trata assim desde a nossa infância. - respondi de forma neutra e dei mais uma lambida no sorvete.

Two of Hearts | Johnny LawrenceOnde histórias criam vida. Descubra agora